São 52 as organizações publicas e privadas que assinaram, esta quarta-feira, 6 de fevereiro, o Pacto para a Conciliação, projeto-piloto da iniciativa “3 em Linha — Programa para a Conciliação da Vida Profissional”, proposta pelo Governo. Comprometem-se, assim, a adotar medidas que facilitem a coordenação entre carreira e vida familiar que irão abranger um total os mais 30 mil trabalhadores das 14 câmaras municipais, 22 serviços da administração pública e 16 empresas privadas signatárias.
As medidas previstas neste projeto-piloto incluem a possibilidade de trabalhar a partir de casa, sempre que seja possível e necessário, a tarde livre no primeiro dia de aulas dos filhos (que entra já em vigor para a administração pública já em setembro, no início do próximo ano letivo) ou a troca de turnos em caso de necessidade dos colaboradores, entre outras. Para além dos filhos dos colaboradores, prevêem também as necessidades de quem tem idosos dependentes a seu cargo.
O encontro contou com a presença da Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, e da secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, que aproveitou para lembrar alguns números importantes este respeito: segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, 40% dos trabalhadores portugueses dizem não ter condições de trabalho flexíveis e só 30% dos homens partilham licenças parentais, situação que está na origem da “desigualdade de género em papéis tradicionais e sobrecargas diferenciadas”. A ideia de flexibilidade defendida neste pacto permitirá adaptar as necessidades de pessoas e organizações, sem que represente a “flexibilidade nefasta que conduz à precariedade”, notou ainda a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade.
Já Maria Manuel Leitão Marques salientou o compromisso destas 52 entidades na transformação para um “melhor ambiente de trabalho, com pessoas mais felizes e produtivas”.
A Administração Pública mostrou-se disponível para testar medidas ou suspender normas atuais que provem ser um obstáculo à conciliação entre a vida pessoal e laboral dos seus colaboradores, alargando as mudanças a todos os seus serviços, caso o impacto seja positivo.