A Agenda de… Carla Rocha

Ouvimo-la todos os sábados n'“O Melhor de Portugal”, na Rádio Renascença, mas Carla Rocha é também fundadora de uma empresa de formação e consultoria em comunicação e liderança. Saiba como organiza o seu dia e saiba porque corre para abrandar.

Carla Rocha é radialista e fundadora da Carla Rocha Comunicação.

Nasceu no Algarve e foi lá que abriu pela primeira vez um microfone. Não se pode dizer que tenha sido um grande sucesso (porque não foi), mas Carla Rocha diz que foi por o primeiro dia na rádio não ter corrido como sonhava que acabou por se tornar animadora, porque trabalhou a triplicar para se superar. Anos depois, chegou à RFM e durante uma década foi com ela (e com o José Coimbra) que tomámos o “Café da Manhã”. Mais tarde juntou-se à Renascença no programa “As 3 da Manhã” e, mais recentemente, n’ “O Melhor de Portugal”, ao sábado de manhã.

À experiência da rádio juntou muitas horas de investigação e cursos de especialização, para lançar um projeto pessoal: uma empresa de formação e consultoria em comunicação e liderança. Começou sozinha e hoje, 9 anos depois, a Carla Rocha Comunicação tem uma equipa de quase 30 pessoas a trabalhar em academias de formação individuais, formações para empresas, cursos online e teambuildings. Sempre com o mesmo objetivo: ajudar as pessoas a desenvolverem uma comunicação mais humana e, com isso, a melhorarem a forma como se relacionam com todos à sua volta. Saiba como organiza o seu dia.

 

5h45

Se ainda não estiver acordada a esta hora, é porque… na realidade, não sei porquê, porque não me lembro da última vez que acordei muito mais tarde! Será defeito de muitos anos à frente de um programa da manhã? Talvez. Mas gosto genuinamente dos começos de dia. Lá em casa sou a primeira a acordar e aproveito a tranquilidade para ver em pormenor onde vou estar nesse dia, o que implica olhar para o mapa e fazer contas. Desde que o remoto se normalizou que as formações que damos na Carla Rocha Comunicação oscilam entre o online e o presencial e é preciso ter especial atenção a quanto tempo vou levar do ponto A ao ponto B. Já estou quase especialista.

 

6h30

Pequeno-almoço e pilates. Uma vez disseram-me que o “eu” devia estar na agenda. E por isso está. Não contem a ninguém, mas é neste tempo “só para mim” que tenho as ideias mais criativas para aplicar na empresa. Há outros dias em que vou correr e, aí sim, por minutos pelo menos, consigo abrandar os pensamentos. É curioso, isto, mas é verdade. Corro para abrandar.

 

7h30

É hora de fazer a última revisão às formações do dia. Nesta altura, os conteúdos já estão estruturados e trabalhados, a partir do levantamento que fizemos previamente das necessidades e dos objetivos das pessoas ou empresas com quem vamos colaborar. Antes de desenhar qualquer formação, temos conversas prévias de alinhamento. É um trabalho conjunto, entre a nossa equipa pedagógica e os nossos clientes, entre formadores e formandos. Esta forma de trabalhar é extremamente enriquecedora para nós também, porque nos desafia a investigar mais, para entregarmos na medida certa do que o cliente precisa naquele momento, para a sua equipa e para a sua empresa.

 

8h

As nossas formações começam, habitualmente, às 9 da manhã. Se forem presenciais, a esta hora estou a sair de casa para a primeira formação do dia. Às vezes, faço uma paragem para deixar o meu filho mais novo na escola, outras vezes sigo direta para a formação. É um bom momento para pôr a rádio no ar e ficar a saber o que está a acontecer. Ouvir com ouvidos de ouvir. Uma conversa, uma troca de palavras, pode trazer inspiração para algo que posso levar para a sala de formação.

 

9h

Segundas e sextas de manhã estão reservadas para conversas com a equipa. Mas fora estes dias, a esta hora é provável que me encontre a falar sobre storytelling, sobre como tornar as suas apresentações memoráveis ou as suas reuniões mais produtivas. Sobre como devemos, hoje, passar do modo output para o modo input, como escutar mais e estar mais atento ao outro. Como reconhecer e dar feedback. São muitas as competências que cabem debaixo deste grande chapéu que é a comunicação. Recentemente, numa conferência que organizámos, referimo-nos à comunicação como um superpoder que consegue, quando bem desenvolvido, criar ambientes de trabalho mais saudáveis para todos. E todos temos este superpoder dentro de nós. É isto que trabalho, com cada pessoa, com cada equipa, numa sala de formação. Às vezes sozinha, outras vezes em dupla, com um dos formadores que colaboram com a Carla Rocha Comunicação e que são também especialistas nesta área da comunicação.

 

14h

Depois de almoço, os dias nunca são iguais. Ou estou a dar continuidade à formação da manhã, ou estou a chegar à outra ponta da cidade para uma nova formação ou a abrir a porta de casa, para depois me sentar à janela do Zoom a dar uma sessão online. Por aqui também se metem, por vezes, na agenda encontros com a equipa de filmagens e de redes sociais, para gravarmos novos conteúdos.

 

17h

Se for quinta-feira, a esta hora estou a chegar à Renascença para preparar os conteúdos do “Manhã Manhã”, o programa que apresento aos sábados de manhã. Neste programa há um espaço de conversa com pessoas de diferentes áreas e de diferentes gerações, que têm duas coisas em comum: são portuguesas e têm histórias que todos merecemos conhecer, ou conhecer melhor. Este espaço de conversa chama-se “O Melhor de Portugal” e posso dizer que está no top do “melhor do meu dia”, porque me permite fazer uma das coisas que mais adoro fazer na vida: conversar.

 

20h

Jantamos em família, sempre que conseguimos. A minha filha mais velha já trabalha e tem os seus horários, mas vamos tentando encaixar. Num cenário ideal somos quatro à mesa e mais um por baixo da mesa, a Ali, a nossa beagle que depois do jantar nos desafia para passeios noturnos, que nem sempre apetecem, mas no final sabem sempre bem.

 

21h30

Aproveito esta altura para arrumar a gaveta do dia: o feedback que recebemos das formações, uma ou outra ideia que surgiu de uma conversa e que podemos levar para a empresa, um artigo que li e que traz novas perspetivas. Aquilo que já sabemos sobre comunicação também se vai moldando, conforme os diferentes contextos que vivemos. Por isso, o nosso trabalho de formação é um projeto contínuo.  Acabo o dia com uma série que me faz rir (“Loot “é a que estou a ver) ou com um livro que me ajude a desligar.

 

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