Luiza Palma: em defesa de um selo para a paridade de género

Luiza Palma, chairperson da All Ladies League e coordenadora do Women Economic Forum para Portugal, defende a certificação como mecanismo acelerador da paridade de género. Um selo que garantisse esta prática passaria a ser aplicado aos critérios de Governance.

Luiza Palma, vice-presidente da All Ladies League.

Nenhum país pode florescer – social, económica ou democraticamente – se deixar metade da sua Nação para trás com seus direitos humanos revogados. A sua afirmação teve registo mundial no ano de 1995 como Declaração e Plataforma de Ação de Pequim. Foi o seu início.

O sucesso consistente do crescimento económico de qualquer país depende do acelerador imposto pelos mecanismo económicos, que em estado dormente empoleirados estão à nossa disposição. Mas que se obrigam a mudar de lentes pois mesmo as do atual ano de 2017 se tornaram invisíveis… como única ferramenta para a paridade… igualitária económica. Esta tem que se demarcar, vestida de camisola amarela, da evolução e progresso.

Procuro a reconciliação da existência de género, orquestrando a razão como a mais profunda, mais crente, para este progresso cheio de mecanismos económicos que estão na prateleira da economia real à nossa disposição para serem utilizados numa gradual aproximação de igualdade de género, em metas de consistência, tendo por base estóicos ideais de justiça e valores democráticos como fundação de qualquer sociedade civil.

A desigualdade de género é injusta, é antidemocrática e agnóstica de direito humanos fundamentais.

É socialmente repulsiva;

É individualmente … opressiva.

Vejamos os factos: Um cenário de bom acolhimento igualitário, isto é, uma participação igualitária da mulher no mercado de trabalho, significa um incremento de mais de 28 triliões de dólares ou 26% de crescimento ao GDP (PIB) anual previsto para 2025. Este cenário resulta de estudos feitos por grandes consultoras com equipas dedicadas apenas à investigação da gender parity e da igualdade de género.

A metodologia que proponho parte do micro para o macro económico. Os basilares setoriais são assentes na produtividade e crescimento, recursos naturais, mercado de trabalho, mercado financeiro, mercado tecnológico e inovação e, por último, urbanização.

Propus-me criar uma medida complementar à do atual governo porque apenas incrementei princípios de Governance  Certificação é sinónimo de diferencial competitivo e mecanismo acelerador para a paridade de género. O Selo de Qualidade para paridade de género é aplicado aos novos critérios de Governance, e visa ser uma medida complementar à atual medida proposta pelos grupos parlamentares relativos à Lei 52; i.e. o bom cumprimento da aplicação de 33% de cargos executivos de direito pelo género feminino.

Este selo de qualidade procura criar cenários de maior transparência pelos mecanismos de Governance, no sentido de poder tornar mais favorável a avaliação para elegibilidade do crédito bancário e favorecer a equidade das mulheres na contratação a nível dos recursos humanos.

Este selo será universal pois está assente nos 4 pilares de avaliação do Programa Global de Gender Parity Report lançado pelo World Economic Forum, que avalia a desigualdade em 144 países pelos 4pilares estruturais:

. Participação e oportunidade económica, onde Portugal surge na 46.ª posição e a India na 136.ª;

. Realização Profissional, onde Portugal está em 63.º lugar e a Índia no 113º;

. Saúde e Sobrevivência, onde Portugal ocupa o 76.º lugar e a India o 142º;

. Participação política, onde Portugal se encontra em 2016 na 36.ª posição e a Índia no 9.º lugar.

Tal como outras tantas medidas de certificação, como selo PME entre outros, procurar-se-á complementar este selo com medidas que surjam como efeito multiplicador pela sua transparência e critérios de Governance empresarial.

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