Isabel Martinez: “Sozinhos vamos mais rápido, mas juntos somos mais fortes!”

Isabel Martinez, diretora geral adjunta para Portugal e Espanha do Europcar Mobility Group, sempre foi apaixonada pelo mundo automóvel e tem feito toda a sua carreira neste setor. Acredita que as mulheres têm uma forma diferente de liderar, pois são mais capazes de trabalhar coletivamente para atingir o objetivo comum.

Isabel Martinez é diretora geral adjunta para Portugal e Espanha do Europcar Mobility Group.

Entrevistámos Isabel Martinez, diretora geral adjunta para Portugal e Espanha do Europcar Mobility Group, cargo que acumula com o de diretora comercial para os dois países, a propósito da sua presença no AESE Women Leaders Forum, pelo seu exemplo de liderança no feminino. O tema da sua palestra foi “A mobilidade sustentável, numa perspetiva feminina, num país estrangeiro”. Licenciada em Economia, o mundo automóvel sempre foi uma paixão. Começou a carreira como auditora interna na VW Autoeuropa, foi controller na BMW Financial Services, até que, em 2008, entrou no Europcar Mobility Group como diretora financeira.

A carreira internacional sempre foi algo que desejou e que chegou em plena pandemia e com um filho de dois anos, quando recebeu o convite para deixar a direção financeira em Portugal e assumir a direção geral do mercado francês. Conheça melhor Isabel Martinez, os desafios que esta mudança implicou na sua vida — hoje continua a só estar em casa aos fins de semana — e a sua missão atual no Europcar Mobility Group.

 

Moveu-se sempre no mundo automóvel. Inicialmente, isso não a intimidou? 

Na realidade sou uma apaixonada pelo automóvel desde que me lembro. Fazer carreira nesta área foi sempre um objetivo muito claro, associado a muita curiosidade e paixão pelo sector. Comecei a minha carreira em Palmela, na VW Autoeuropa, como auditora interna e ser auditor interno intimida mais outros departamentos da empresa do que o inverso.

Que skills foram determinantes para fazer uma carreira de sucesso num mundo ainda tão masculino?

Vejo-me como uma profissional no mundo da mobilidade e como em todas as carreiras há que ser apaixonada pelo que se faz, ter flexibilidade, assertividade e muita capacidade de trabalhar em equipa. Sozinhos vamos mais rápido, mas juntos somos mais fortes!

Acredita que as mulheres têm uma forma diferente de liderar?

Estou absolutamente convencida de que assim é. Além de sermos demasiado exigentes connosco próprias e fortes tecnicamente, somos, acima de tudo, capazes de trabalhar coletivamente e transversalmente de modo a atingirmos o objetivo comum, implementando a estratégia da empresa, partilhando a visão da mesma com todos.

Como transita da área financeira para a gestão e o que a atraiu nessa mudança?

Em plena crise pandémica foi-me proposta a posição de Direção Geral em França, depois de três anos como CFO. O desafio para o sector da mobilidade, muito dependente do turismo, era gigante. Sem gerar fracturação suficiente, com um cash flow negativo e com um horizonte bastante curto, ainda assim estava convencida de que iríamos recuperar, com a bela empresa que temos e uma equipa muito forte e focada em encontrar soluções. E assim foi! Achei que fazia sentido afastar-me da área financeira e abraçar outras áreas, acima de tudo coordenar equipas num trabalho que consiste em proporcionar as melhores condições de trabalho para que cada um contribua da maneira mais eficiente para o objetivo comum da empresa.

 

Fazer carreira internacional foi algo que sempre ponderámos como casal e família, no entanto, a oportunidade acaba por acontecer tardiamente. Determinante foi contar com o apoio do meu marido e dos meus filhos que abraçaram a mudança com uma curiosidade e maturidade ainda maior!

 

Quando recebeu a proposta para fazer carreira internacional o que ponderou?

Fazer carreira internacional foi algo que sempre ponderámos como casal e família, no entanto, a oportunidade acaba por acontecer tardiamente. Mantendo-me na mesma empresa, o desafio profissional passava por chegar a um mercado significativamente maior do que o nosso, com outras componentes de mobilidade diferentes, outras equipas e a proximidade da Holding eram fatores que me intrigavam.

No entanto, determinante foi contar com o apoio do meu marido e dos meus filhos que abraçaram a mudança com uma curiosidade e maturidade ainda maior!

Na altura o seu filho mais novo tinha apenas 2 anos. Como é que a família viveu essa mudança?

Foram tempos diferentes e que exigiram muita flexibilidade e compreensão de parte a parte. Ser mãe a tempo parcial (dado que só estava em casa ao fim de semana), tentar acompanhar situações que não partilhamos durante a semana e ter o meu filho Francisco que nem queria fazer um Facetime… Muita saudade, mas uma família que saiu reforçada no seu amor e união!

Qual é atualmente a sua missão no Europcar Mobility Group?

Atualmente ocupo a posição de Diretora Geral adjunta para Portugal e Espanha acumulando com cargo de Diretora Comercial para os dois países. A Europcar pretende proporcionar as melhores soluções de mobilidade aos seus clientes de uma forma dedicada e sustentável. Uma aposta clara nas viaturas elétricas e acima de tudo em produtos que sirvam as várias necessidades dos nossos clientes: aluguer de viaturas que poderão ir de alguns minutos a vários meses ou anos por toda a Europa.

Desde bicicletas a carrinhas, estamos aqui para ajudar!

Esta estratégia apoia-se numa assumida responsabilidade que temos como empresa em providenciar meios de mobilidade responsáveis do ponto de vista ambiental.

 

De momento, o principal desafio é estar novamente afastada da família durante a semana! Do ponto de vista profissional estou rodeada de profissionais de alto nível nos dois países,

 

Quais os principais desafios que enfrenta nessa função? 

De momento, o principal desafio é estar novamente afastada da família durante a semana!

Do ponto de vista profissional estou rodeada de profissionais de alto nível nos dois países, que sabem apoiar a empresa nesta sua sede de transformação da mobilidade tal como a conhecemos atualmente. Por isso estou muito confiante no sucesso que alcançaremos juntos!

Qual o conselho que deixa a uma jovem executiva que deseje chegar a uma função de liderança?

Acredito que o principal é gostar do que se faz (não nos podemos esquecer que profissionalmente acabamos por passar grande parte do nosso dia na empresa e não com as nossas famílias), por isso temos de ser apaixonados pelo que fazemos e procurar sempre crescer e contribuir de uma forma positiva. Enquanto jovem executiva peço-lhe que acredite nas suas capacidades, que visualize o que quer e que faça o necessário para o alcançar. Que se rodeie dos melhores profissionais, que escute e aprenda, mas acima de tudo que não tenha receio de defender as suas ideias, pelo simples facto de ser jovem ou mulher!

 

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