O investimento de impacto é amplamente considerado uma tendência com futuro, reunindo a simpatia dos millennials – uma fatia já significativa da população ativa – e estando fortemente ancorado na tecnologia e nas fintech. Promete inclusive revolucionar mentalidades e transformar a forma como vemos e lidamos com o dinheiro.
O que é o investimento de impacto?
A Global Impact Investing Network (GIIN) define o investimento de impacto como o que é feito “em empresas, organizações e fundos com a intenção de gerar impacto social e ambiental mensurável, juntamente com retorno financeiro”. Por outras palavras, permite que coadune os seus valores com as suas opções de investimento, deixando-a assumir um papel ativo na resolução de problemas sociais.
O seu dinheiro poderá estar, por exemplo, ao serviço de novas tecnologias para despoluir os oceanos ou ser utilizado para reciclar materiais e produzir roupa, reduzindo substancialmente o desperdício e a quantidade de água utilizada nesse processo.
Investimento de impacto vs. investimento tradicional
Enquanto no investimento tradicional se olha sobretudo para o retorno financeiro, sem existir necessariamente uma preocupação em saber onde e como esse dinheiro é investido, no investimento de impacto também contam os efeitos ambientais e sociais. Para poder aferir essas consequências, o tempo importa. Tendem, por isso, a ser investimentos de longo prazo. Pressupõem ainda um envolvimento mais estável e duradouro entre os financiadores e financiados.
O investimento de impacto tem um propósito bem definido: produzir ativamente um impacto positivo, o que significa acrescentar benefícios sociais e/ou ambientais além do simples retorno financeiro e fazer depender esse retorno dos efeitos positivos na sociedade. Esta contabilização só é possível através de métricas concretas que asseguram a quantificação do valor social enquanto variável de retorno financeiro.
Como fazer a diferença?
O investimento de impacto assume diferentes formas que expressam a sua versatilidade e amplitude temática. O investidor tem, assim, diferentes instrumentos ao seu dispor para fazer a diferença e investir com um propósito. Entre esses instrumentos encontram-se:
- Títulos de impacto social
Também designados por obrigações de impacto social, estes títulos visam financiar uma solução para um determinado problema social. Quem os adquire recebe um determinado retorno financeiro na proporção em que o problema social que motivou a sua criação for resolvido.
- Fundos de investimento de impacto
Trata-se de fundos que incidem apenas sobre empresas/organizações, com o objetivo de ter impacto em determinada(s) área(s). A GIIN disponibiliza um banco de dados de fundos de impacto com a sua descrição, duração, taxa de retorno, entre outras informações, que poderão ajudar na escolha.
O que tem a ganhar?
A rendibilidade não é um aspeto menor. Segundo a GIIN, em 2019, 91% dos investidores estavam satisfeitos com o desempenho financeiro dos seus investimentos. Num futuro próximo poderá ser expectável que este tipo de investimento possa competir e complementar produtos de investimento mais tradicionais, trazendo benefícios na diversificação de investimentos e na criação de valor a longo prazo.