A Wiñk surgiu para resolver um problema da sua fundadora, Filipa Muñoz de Oliveira, e depois o de outras mulheres que, como ela, procuravam a forma perfeita para as suas sobrancelhas. “Se eu não tivesse as sobrancelhas que tenho e tanta dificuldade em encontrar quem as arranjasse bem, a Wiñk não existiria”, garante a empreendedora. Tudo começou numa tarde, em Londres, em que viu duas mulheres indianas “fazerem qualquer coisa com fio” nas sobrancelhas de umas senhoras. Assim que percebeu que era uma técnica de depilação, pediu para experimentar e nunca mais quis outra coisa. Depois de muitas experiências fracassadas, ficou rendida àquela técnica ancestral, que dava os primeiros passos em Nova Iorque e Londres, e que fez um milagre nas suas, até então, indomáveis sobrancelhas.
Nunca tinha pensado em abrir um negócio, mas quando soube que o regresso a Portugal estava para breve, a ideia de trazer para Lisboa a depilação com fio foi ganhando força. Escolheu o Amoreiras Shopping para instalar o primeiro quiosque, marcou uma reunião com a administração e conseguiu convencê-la do potencial do negócio, apesar de ninguém perceber muito bem do que se tratava. A dificuldade maior foi, porém, encontrar em Portugal quem dominasse a técnica do threading, para formar as primeiras funcionárias da Wiñk. Depois de dois meses sem respostas aos vários anúncios de jornal que colocou, Filipa não desistiu e foi para a rua à procura de uma formadora. Calcorreou a Almirante Reis e o Martim Moniz até a encontrar. Em Abril de 2007, abria o primeiro quiosque Wiñk. Hoje tem 33 (14 em franchising, nove no Brasil e um em Espanha), onde arranja cerca de um milhão de sobrancelhas por ano. O sonho é chegar às cem lojas.
Antes desta experiência como empreendedora, Filipa trabalhara na Jerónimo Martins, em Portugal, na Christie’s, em Nova Iorque, e na British Sky Broadcasting, em Londres, onde aprendeu a importância da qualidade do atendimento. Diz que cada reclamação é “como uma facada no coração” e reconhece que, apesar do seu esforço, o atendimento continua a ser o maior desafio do seu negócio. Não sabe fazer nenhum dos vários serviços que a Wiñk oferece, mas sabe controlar a qualidade de todos eles. Filipa Muñoz de Oliveira considera fundamental gostar-se daquilo que se faz e, 11 anos depois da abertura do primeiro quiosque, continua apaixonada pela Wiñk: “Nunca pensei abrir um negócio de sobrancelhas, mas é algo de que gosto genuinamente”.
Leia a entrevista com Filipa Munoz de Oliveira no livro O Sucesso Não Cai do Céu, de Isabel Canha e Maria Serina. Compre-o aqui.