Depois de quase três anos como diretora-geral da Pfizer em Portugal e com um papel ativo no desenvolvimento e comercialização de medicamentos e soluções inovadoras enquanto responsável pela Unidade de Negócio Global Innovative Pharma, Ana Torres candidatou-se a um cargo que nunca fora ocupado por um país tão periférico como Portugal e conseguiu o lugar. Em junho de 2016 assumiu as funções de líder do cluster de Doenças Raras na Europa Ocidental, gerindo 70 pessoas em 11 países a partir do seu escritório no Lagoas Park, Em dezembro do ano passado, alargou as suas responsabilidades a mais três países —Polónia, Turquia e Rússia — passando a gerir mais de uma centena de colaboradores da Pfizer nestes 14 mercados.
O cluster que lidera está focado em doenças raras, como a hemofilia, acromegalia, doença de Gaucher, paramiloidose (conhecida como Doença dos Pezinhos) e miocardiopatia amiloide por transtirretina, entre outras. Formada em Gestão, quando entrou na indústria farmacêutica tinha o sonho de trabalhar com o propósito de fazer a diferença na vida dos doentes. Ao longo de quase três décadas de carreira, que começou na Sanofi em 1993 e prosseguiu na Pfizer desde 2003, sempre que consegue autorização para comercializar um novo medicamento que vai fazer a diferença na vida das pessoas, o seu sonho cumpre-se mais um bocadinho.
Acredita na meritocracia e por isso nunca hesitou em fazer-se ouvir quando sabe que a sua opinião acrescenta valor e também sabe escutar aqueles que com ela trabalham. Em março de 2016 assumiu mais uma missão, a da diversidade de género e do empowerment e capacitação das mulheres, como presidente da PWN Lisbon, o braço da Professional Women’s Networking em Portugal, com a qual pretende ajudar outras mulheres a progredirem na carreira, através de programas de mentoring, liderança e de ações de networking.
Perguntámos a Ana Torres em que consistem as novas funções e como é que se conseguem novos desafios numa altura tão desafiante como a que atravessamos desde o início do ano passado.
Em dezembro assumiu novas funções na Pfizer. Em que consistem e como surgiu esta oportunidade?
Expandi o número de países que lidero, adicionando aos 11 países que tenho atualmente na Europa Ocidental, a Polónia, a Rússia e a Turquia. Esta oportunidade surge por uma transformação na organização, alinhada com o novo propósito e valores, que nos prepararão melhor para as mudanças, desafios e oportunidades, presente e futuras. A Pfizer ao ter um plano de desenvolvimento individual para cada colaborador, que é revisto com regularidade e que identifica e mapeia as perspetivas de evolução de carreira dos seus talentos, permite que se tomem decisões com mais agilidade.
Quais os principais desafios que o novo cargo implica?
O primeiro é de uma maior responsabilidade em volume de negócio, portfolio e complexidade de liderança com mais reportes diretos e equipas mais complexas e mais numerosas em diferentes países. Esta expansão possibilitará conhecer novas e diferentes culturas, e permitirá que desenvolva novas competências em realidades sociais e económicas com as quais não lido atualmente, como sejam distintas formas de acesso à inovação.
Esse passo num ano tão desafiante é a prova de que não há boas nem más alturas para um novo desafio?
Temos de estar sempre preparados para a mudança, que é o nosso novo normal. Em momentos mais desafiantes, encontramos frequentemente mudanças profundas, e com elas surgem as oportunidades, que apenas conseguimos abraçar se estivermos preparados para as receber. A tomada de risco, a coragem e a demonstração do nosso valor, fazem parte do nosso desenvolvimento e crescimento profissional, e devemos aceitá-lo como integrante do nosso salto de fé para fora da área de conforto, e assim experienciar novos e mais aliciantes propósitos.
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