Licenciada em Administração e Gestão de Empresas pela Católica Lisbon School of Business e com um Master em Marketing e Vendas pelas Universidades ESADE Barcelona e SDA Bocconi Milão, Ana Oliveira passou por diversas indústrias de FMCG — tais como bebidas, cosmética, perfumes e tabaco, liderando equipas de marketing e trade marketing — até chegar à Samsung em 2018.
Iniciou o seu percurso na Samsung Electronics como Strategic Product Marketing Manager e, no final de 2019, abraçou o projeto de liderar a área de Retail na divisão de Mobile em Portugal. Desde janeiro de 2021, acumula também a liderança da área de Marketing dentro da divisão de Mobile Samsung.
Trabalhou em indústrias muito diferentes antes de chegar à Samsung. A mudança é algo que a atrai ou que receia?
Tendo em conta o meu trajeto profissional, posso dizer que a mudança é, claramente, algo que me atrai e que acredito me enriquece enquanto profissional. Sair da nossa zona de conforto é algo arriscado, mas sei por experiência própria que é neste tipo de situações que temos a oportunidade de aprender mais.
O facto de ter saído da minha zona de conforto após cerca de 11 anos no mercado de cosmética fez-me repensar estratégias, ser mais versátil, mas também me mostrou que é possível e que trazemos sempre algo de novo e de diferente connosco, na nossa mochila pessoal, que podemos aplicar em indústrias diferentes, bastante competitivas e que partilham o mesmo tipo de ambição.
O facto de ter trabalhado em indústrias muito distintas permite-me trazer novas ideias e uma oportunidade para quebrar barreiras, por vezes instituídas por visões mais restritas e que são naturais quando não se conhecem outras realidades.
Em que medida as suas experiências anteriores têm sido uma mais-valia nesta área?
Com um percurso nas áreas de Marketing e Trade Marketing, o facto de ter trabalhado em indústrias muito distintas permite-me trazer novas ideias e uma oportunidade para quebrar barreiras, por vezes instituídas por visões mais restritas e que são naturais quando não se conhecem outras realidades.
Adicionalmente, o facto de ter trabalhado com várias marcas com um posicionamento premium no mercado e que, tal como a Samsung, contam com características muito próprias no modo como estabelecem o contacto com o consumidor, ajudou-me a construir uma maior sensibilidade e conhecimento para responder aos desafios colocados.
Ao liderar a equipa de Retail, e tendo nesse contexto a responsabilidade de gerir um dos pontos de contacto direto da marca com a sua audiência, é crucial ter uma atenção ao detalhe que proporcione uma experiência premium ao consumidor.
Como tem evoluído a sua carreira na Samsung e quais os momentos de que mais se orgulha?
O meu caminho na Samsung tem evoluído de forma muito positiva e rápida. Iniciei o meu trajeto na equipa de Product Management na divisão de Mobile, onde se desenvolve toda a estratégia de produto. Após um ano e meio nessas funções, foi-me atribuída a responsabilidade de liderar a equipa de Retail. Esse é um momento do qual me orgulho muito e onde tenho procurado fazer diferente, fazer com que cada elemento da equipa sinta ownership e responsabilidade sobre cada uma das áreas em que desenvolve o seu trabalho, ao mesmo tempo que construímos uma visão de grupo e verdadeiro trabalho em equipa.
A minha forma de gerir uma equipa tem por base o conceito lead by example, e começa em nós, líderes, incutirmos este ADN dentro das nossas equipas.
Além disso, quando trabalhamos num ambiente com muitos desafios diários e com foco nos resultados, é extremamente importante não nos esquecermos da motivação das nossas equipas, principalmente tendo em consideração tudo o que vivemos neste último ano e que ainda estamos a viver.
Liderar a equipa Retail da divisão Mobile da Samsung neste contexto foi um desafio especial. Todo o nosso dia-a-dia teve de se adaptar e exigiu um espírito de entreajuda ainda maior da equipa e isto só é possível quando temos uma equipa unida, motivada e focada nos resultados a atingir.
O meu maior desafio profissional surgiu quando decidi fazer o mestrado internacional em Barcelona e em Milão, ao mesmo tempo que trabalhava em regime de full-time e era mãe de duas crianças com 3 e 5 anos.
Qual o seu maior desafio profissional e de que forma ele impactou a sua carreira?
Diria que o meu maior desafio profissional surgiu quando decidi fazer o mestrado internacional em Barcelona na ESADE e em Milão na SDA Bocconi, ao mesmo tempo que trabalhava em regime de full-time e era mãe de duas crianças muito pequenas (à data 3 e 5 anos). Foi desafiante, mas também me mostrou que somos apenas nós mesmas que nos colocamos barreiras e o receio de não conseguirmos ultrapassá-las. Na realidade, se tivermos força de vontade e soubermos que é mesmo este o caminho, tudo se consegue, tudo é possível.
Apesar de estar a trabalhar em regime de full-time e a fazer um Mestrado fora do país, isso em nada impactou negativamente a minha carreira e foi precisamente nesse momento que tomei a decisão de mudar de sector e de procurar novas oportunidades que me fizessem crescer como pessoa e profissional. Aliás, diria que foi com este desafio e tudo o que ele envolveu que criei as condições para que a minha carreira profissional observasse um boost muito relevante.
Num mercado tão competitivo como o do mobile, quais os principais argumentos da Samsung para se distinguir da concorrência?
Com praticamente meio ano decorrido, e após um ano especialmente desafiador em todo o mundo, assistimos a um aumento e a uma diversidade de requisitos que os consumidores procuram para os seus dispositivos móveis. Os consumidores desejam — e merecem — a liberdade de escolher um dispositivo e a experiência certa para eles. A inovação não diminuiu, o que nos leva para a primeira grande diferença que nos separa de outras empresas. A Samsung aproveitou este momento para acelerar as suas inovações e oferecer aos seus consumidores a oportunidade de beneficiarem agora do melhor que a tecnologia pode oferecer a nível global.
Este facto, aliado a todas as novidades tecnológicas apresentadas, faz com que o interesse junto dos consumidores e opinion makers aumente por si só. Vivemos num mundo que prioriza os dispositivos móveis e, com tantos de nós a trabalhar remotamente e a passar mais tempo em casa, oferecemos uma experiência de smartphone capaz de responder às rigorosas necessidades de multimédia das nossas rotinas.
Como é que a pandemia afetou o negócio da Samsung?
O ano de 2020 e o primeiro trimestre de 2021 foram sem dúvida os momentos mais desafiantes para todas as marcas de todos os setores de atividade, sobretudo ao nível das estratégias de vendas. O aumento do comércio online foi uma das alternativas para fazer face a todas as restrições, mas ainda assim houve uma quebra no mercado mobile na ordem dos 14%. Apesar de todos os contratempos, a Samsung conseguiu mostrar-se resiliente e confiante do que consegue oferecer ao mercado, reflexo disso são os últimos dados da Gartner que mostram a capacidade de nos mantermos no topo com mais de 253 milhões de unidades vendidas durante todo o ano de 2020 e com uma quota de mercado na ordem dos 18,8%.
Uma tendência de crescimento que se veio a confirmar com os últimos dados obtidos para o primeiro trimestre deste ano, muito por culpa da estratégia de antecipar os novos lançamentos, a Samsung aumentou a sua quota de mercado e vendeu mais de 76 milhões de dispositivos móveis a nível mundial.
O consumidor tornou-se mais racional e ponderado nas suas escolhas, mais digital e mais estático, e isso implica um esforço da nossa parte enquanto marca de estarmos ainda mais próximos através de ações e campanhas com que as pessoas se identifiquem.
Que mudanças no comportamento e nas escolhas dos consumidores podem perdurar e como está a marca a preparar-se para lhes dar resposta?
Temos de analisar aquilo que vivemos, e continuamos a viver para conseguirmos ter uma visão mais ampla do real impacto que os últimos meses tiveram nas pessoas. Os últimos dados permitem-nos definir o aparecimento de novos perfis de consumidores, que se fazem de extremos. Temos, de um lado, maior comércio online, mais consumo em casa, mais pesquisa e acesso a informação que de outra forma não teríamos e temos, por outro lado, menos visitas a lojas, menos compras por impulso, menos relação com a vida no exterior. O consumidor tornou-se mais racional e ponderado nas suas escolhas, mais digital e mais estático, e isso implica um esforço da nossa parte enquanto marca de estarmos ainda mais próximos através de ações e campanhas com que as pessoas se identifiquem. Acreditamos que conseguimos superar essa barreira com os mais recentes lançamentos da marca entre os quais os novos Galaxy S21 e a nova linha Galaxy A.
Depois dos telemóveis dobráveis, que novidades podemos esperar da Samsung no futuro próximo?
Na Samsung acreditamos que todas as pessoas devem ter a oportunidade de aceder às últimas tecnologias e a um leque de opções de produtos que ofereçam experiências personalizadas e ilimitadas. Com alguns dos principais lançamentos já realizados, a garantia que podemos dar é que o nosso diversificado portefólio de produtos irá continuar a crescer e permitirá oferecer recursos inovadores que acrescentem valor ao utilizador.
Fiel à nossa herança de permanecer no topo da curva com uma tecnologia móvel pioneira, expandiremos o nosso portefólio de dispositivos dobráveis para que esta categoria inovadora seja mais acessível a todos. E embora já sejamos conhecidos pelas nossas câmaras revolucionárias, nunca vamos parar de nos tentar superar. Por isso fiquem atentos às câmaras super-inteligentes e aos recursos de vídeo que iremos apresentar ainda em 2021. Temos prestado cada vez mais atenção às funcionalidades e caraterísticas favoritas das pessoas na experiência com os nossos equipamentos e estamos entusiasmados por adicionar alguns desses recursos às linhas já existentes.
As limitações e barreiras ficam para outras marcas. Na Samsung, testamos incansavelmente as regras existentes porque sabemos que as margens para o que a tecnologia pode fazer são confinadas apenas pelo alcance da nossa imaginação — e a nossa não conhece limites.