Na mesma semana em que se soube que Daniela Braga foi convidada pela Administração Biden para integrar um grupo restrito que vai trabalhar na estratégia americana de Inteligência Artificial, soube-se também que o Forum Económico Mundial inclui a DefinedCrowd na lista de “pioneiras teconológicas”, empresas que desenvolvem e utilizam novas tecnologias que tenham impacto significativo na sociedade e nos negócios. Até para a CEO da DefinedCrowd foi uma surpresa.
Depois da licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas e do mestrado, Daniela Braga ez investigação na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e deu aulas na Universidade da Corunha durante dois anos. Até aí um percurso banal para alguém com a sua formação. A sua vida mudou quando entrou para a Microsoft, a empresa e a experiência internacional que lhe proporcionou deram-lhe novas competências e uma nova visão do mundo que lhe mostrou o futuro
Quando, em 2015, ainda mal sabíamos o que era Inteligência Artificial, Daniela Braga fundou a DefinedCrowd, que funciona em Portugal, mas tem sede nos Estados Unidos – não apenas porque era neste país que vivia, mas também pela dimensão do mercado e pela mentalidade dos investidores mais dispostos a arriscar do que os portugueses. A empresa faz análise de dados com recurso a inteligência artificial, ou explicada de forma muito simples pela sua fundadora “está a contribuir para que os robôs, assistentes pessoais, etc, sejam mais inteligentes e que nos consigam compreender melhor, deixando mais tempo livre para as coisas que verdadeiramente importam”, e em seis anos angariou mais de 63 milhões de dólares de investimento.
Como recebeu este convite da Casa Branca?
Na verdade, este convite surgiu de repente. Recebi um e-mail da Casa Branca a dizer que seria uma honra contar com o meu contributo neste grupo de trabalho para a Inteligência Artificial e fiquei deveras honrada, entusiasmada e também surpreendida, confesso. Depois tive uma conversa telefónica com a líder do projeto, a Dra. Lynn Parker, que me explicou os objetivos e expectativas para esta iniciativa e, obviamente, aceitei o convite sem hesitar. É uma honra poder contribuir com os meus conhecimentos (académicos e profissionais) para a estratégia nacional de IA e também aproveitar esta oportunidade para fomentar e cimentar algumas das ideias que tenho.
Qual será o seu papel neste comité agora criado pela Administração Biden?
O objetivo deste grupo de trabalho da Casa Branca, a curto prazo, é criar dois documentos que serão a base de um Plano Estratégico de Inteligência Artificial dos EUA, no sentido de expandir o acesso a recursos críticos e ferramentas educacionais que estimulem a inovação da Inteligência Artificial e a prosperidade económica a nível nacional. Enquanto membro deste grupo de especialistas, irei contribuir ativamente na construção destes documentos, mais especificamente na criação de políticas reguladoras que irão sustentar toda a estratégia.
Acrescento também que o facto de ter uma formação de base relacionada com a área linguística faz com que traga uma visão e abordagem diferente que será uma mais-valia no desenvolvimento deste plano estratégico.
Em que fase está a DefinedCrowd?
A DefinedCrowd tem escritórios em três continentes e, a nível de quota de mercado, temos uma presença global. Trabalhamos com empresas Fortune 500 desde o primeiro dia, como por exemplo a BMW, Yahoo Japan, Nuance, Mastercard, Cerence, Voci. Tem sido um crescimento exponencial que esperamos manter. Até agora fizemos três rondas de investimento, num total superior a 63 milhões de dólares.
Quais os seus objetivos para a empresa a médio prazo?
A DefinedCrowd posiciona-se como o GitHub da AI. Vejo-nos a solidificar a nossa posição no mercado, a crescer a nossa base de clientes e a apresentar mais e inovadoras parcerias.
O que de mais importante tem aprendido como CEO da DefinedCrowd?
Enquanto CEO aprendi que não há missões impossíveis. Podem existir percalços, ajustes que têm que ser feitos aqui e ali, mas com esforço e trabalho de equipa conseguimos alcançar os nossos objetivos. Objetivos esses que são ambiciosos, é verdade, mas sempre orientados no sentido de alavancar o crescimento da empresa.
Saiba mais sobre Daniela Braga aqui e no livro O Sucesso Não Cai do Céu.