Ana Botín: “Quando uma mulher se candidata a um cargo tem 120% das qualificações, quando um homem o faz tem 50% ou 60%”

Para a presidente do Banco Santander, Ana Botín, as mulheres continuam a ser muito modestas quando se candidatam a um cargo, apesar de serem mais qualificadas que os homens.

Ana Botín é presidente do Banco Santander.

À frente do Banco Santander há nove anos, Ana Botín é uma das mulheres mais poderosas e influentes de Espanha e sabe que a sua voz é ouvida. O valor e a presença das mulheres no mundo dos negócios é, sem dúvida, uma das suas bandeiras mais repetidas. E não perdeu a ocasião de marcar a sua posição, no discurso que proferiu sobre o acesso ao emprego, no  XXVI Congresso Nacional de Empresas Familiares, em Bilbao, deixando claro que as mulheres estão mais preparadas que os homens. “Quando uma mulher se candidata a um cargo tem 120% de qualificação, quando um homem o faz, muitas vezes, tem 50% ou 60%”, afirma Ana Botín, citada pelo El Independiente. E sublinha: “É assim, são dados mundiais, embora muitos tenham dificuldade em acreditar.”

A presidente do banco espanhol garante que as mulheres no mundo dos negócios continuam a ser ainda “muito mais modestas quando se candidatam a um cargo”, apesar de a sua preparação ser comparável ou superior à dos homens, “em geral confiamos menos em nós mesmas.” Lamenta que ainda hoje a projeção profissional das mulheres continue a registar um abrandamento significativo quando têm filhos.

Dirigindo-se à plateia maioritariamente masculina, presente naquele congresso, encoraja os homens com filhas a “dar-lhes oportunidades”. Assegura que este “imposto sobre a família que é quase sempre pago pelas mulheres não é algo específico de Espanha ou dos países latinos, ocorre em todo o mundo.”

Explica ainda que os gráficos de progresso entre homens e mulheres são muito paralelos, mas tudo muda quando as mulheres têm filhos. “Os homens deveriam ser obrigados a tirar alguns meses de férias quando têm uma família”, acrescenta. Ana Botín, refere as dificuldades em atrair e reter talentos e lembra que nos próximos anos haverá milhões de empregos que se irão perder e ainda mais que serão criados, mas para os quais não haverá qualificações suficientes. Este desequilíbrio entre a oferta e a procura de empregos, afirma que “será um dos grandes desafios do futuro, sendo a qualificação contínua e atualização do ensino caminhos essenciais.”

 

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