Ao olharmos para o nosso contexto económico-empresarial deparamo-nos na maioria das vezes com homens no poder/liderança. Empiricamente somos induzidos que os homens serão melhores líderes, pois a maioria dos lugares de liderança estão-lhe atribuídos. Este fenómeno parece que até já está enraizado na nossa cultura.
No entanto, se deixarmos o empirismo um pouco de lado, é curioso analisarmos os resultados de uma investigação realizada por dois investigadores. John Zenger e Joseph Folkman, que coordenaram uma estudo em que analisaram 7 280 líderes em todo o mundo, concluíram que o género feminino é mais dotado de competências de liderança que o género masculino. Esta investigação baseou-se em avaliações 360º, ou seja foram tidas em consideração as opiniões e avaliações dos seus pares e ainda dos seus subordinados hierárquicos.
Segundo os mesmos autores, as 16 competências chave que caracterizam um líder de excelência são:
1. Pro-atividade e iniciativa;
2. Capacidade de auto-desenvolvimento;
3. Transparece integridade e honestidade;
4. Guia/orienta a equipa para resultados;
5. Apoia o desenvolvimento dos seus colaboradores;
6. Inspira e motiva os outros;
7. Constrói e apoia a rede de relacionamentos e colaborações;
8. Promove o trabalho em equipa;
9. Estabelece objetivos desafiadores;
10. Promove a mudança;
11. Resolve problemas e analisar questões;
12. Comunicar de forma poderosa e profícua;
13. Promove coleções da sua equipa com o exterior;
14. Inova;
15. Possui experiência técnica ou profissional;
16. Desenvolve a perspetiva estratégica.
Curiosamente o género feminino obteve melhor avaliação na maioria das competências de liderança. As mulheres destacaram-se nas primeiras 12 competências. Da 13ª à 15ª tiveram melhor avaliação, embora com uma discrepância menor. Os homens, por sua vez, apenas obtiveram melhor desempenho no desenvolvimento de perspetiva estratégica.
É um facto, as mulheres são efetivamente melhor dotadas de competências de liderança que os homens!
Noutra investigação os mesmos autores, em conjunto Barbara A. Steel, também chegaram a conclusões interessantes em relação à pergunta “ é possível nascer com o dom da liderança?”. Este estudo teve como amostra mais de 27 mil executivos e concluiu que 32% da capacidade de liderança tem origem genética, os restantes 68% dependem de outros fatores, tais como o desenvolvimento e treino de competências de liderança. Os mesmos autores defendem que devemos sempre alicerçar o nosso desenvolvimento de competências de liderança naquilo em que somos mais fortes e não nos preocuparmos em demasia com a melhoria dos nossos pontos fracos.
