Licenciado em Gestão da Restauração e Catering e Mestre em Marketing e Promoção Turística, pela Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche – Instituto Politécnico de Leiria, e doutorado em Ciências Empresariais na especialidade de Marketing, pela Universidade Fernando Pessoa no Porto, em 2016, Vasco Ribeiro é autor do blogue “A Hora da Etiqueta” e dos livros Cortesia, Etiqueta & Protocolo na Hotelaria de Luxo, publicado pela Chiado Editora, em 2017 (2ª edição), e Etiqueta Moderna, editado pela Contraponto, em 2019.
O cumprimento das regras de etiqueta e de comportamento em situações específicas é o que distingue uma mulher dita “normal” e uma mulher executiva, que se apresenta com um perfil sofisticado com elegância e atitude, independentemente da condição e estatuto social/económico que ambas possam ter.
Nunca antes e até hoje, inclusive, se ouviu falar tanto da ascensão das mulheres em cargos executivos nas empresas em Portugal e em multinacionais no mundo. Cada vez mais as mulheres ocupam cargos de gestão (Administração, CEO, CFO, Direção, Board, entre outras posições) em empresas com elevadíssima reputação corporativa além-fronteiras.
Saiba e evite os 15 erros mais comuns se quer agir como uma mulher executiva, com elegância corporativa e atitude empresarial, que dão lugar à sua etiqueta moderna:
- Comprar imitações: nunca
Com a recente introdução do conceito de fast fashion, não compensa (não que alguma vez compensasse…) comprar imitações de vestuário, calçado e acessórios. A sua melhor e pior marca será sempre o seu bom gosto ou a falta dele. Não é a roupa de marcas caras e menos acessíveis que fazem milagres.
Não há nada que justifique ou compense comprar uma imitação. Aprenda a escolher as melhores peças e saiba vestir-se melhor. Pode sempre recorrer a uma personal shopper, fashion advisor ou consultora de imagem e moda e verá que conseguirá transmitir uma imagem de marca, sem ter de recorrer a marcas de luxo.
- Vestir-se de forma inadequada num evento
Já não existem razões para isso. Informe-se com antecedência para onde vai e vista-se de acordo com o dress codeque lhe fora indicado no convite impresso ou digital, ou através de qualquer outro meio identicamente válido. Em caso de dúvida, desde que tenha junto a si um telemóvel e internet, em qualquer lado e à distância de um clique, é fácil e rápido ficar esclarecida na composição do seu traje ou indumentária. Prevenir resulta sempre bem melhor do que prevenir e fazer má figura, que isso já não tem desculpa.
- Sentar-se numa poltrona, cadeira ou sofá de forma incorreta: sim e não
A postura, correta ou incorreta, diz muito da sua atitude e personalizada. Rapidamente fica rotulada pelo tipo de postura conveniente ou inconveniente, formal ou informal, que adota, dependendo da ocasião e circunstância em que se encontra.
Uma postura torta numa situação profissional e formal denota que não tem respeito pelo local onde se encontra nem pelas pessoas que também lá estão presentes. Sente-se no meio da poltrona ou do sofá, tradicionalmente a regra determina que o correto é sentar-se na beira, mas é uma posição um tanto ou quanto constrangedora e traidora porque a mulher não se sente tão confortável, segura e confiante. Se for uma cadeira, ajuste o corpo às costas da cadeira.
- Perfume a mais: só até 3 vezes. E com a fragrância certa
Nem a mais nem a menos, na medida certa, por favor! O q.b. (quanto baste) designa a quantidade perfeita. Coloque perfume até três vezes, de manhã, ao almoço, ao início da noite, no máximo! E é válida esta regra nos dias em que tem um longo dia de trabalho ou exposição social pela frente, e aí, sim, faz sentido que retoque o perfume nestas fases transitórias do dia.
Relativamente à fragância, o ideal é ter dois diferentes, mas complementares, tipos de perfumes para que esteja acima de uma eventual crítica protocolar neste aspeto. Como tal, tenha sempre um perfume com uma fragrância fresca e ligeira para usar durante a manhã e tarde e também um perfume com uma fragrância mais forte para o final e tarde e noite.
- Maquilhagem e acessórios a mais
Porque tudo o que é a mais se torna diretamente criticável, o excesso de maquilhagem não é exceção e é aquilo em que muitas mulheres modernas ainda cometem erros. O mesmo acontece com os acessórios em demasia que também são o suficiente para estragar tudo o resto.
É preferível e menos do que achar que não são a mais e na realidade serem a mais. Sempre se afirmou que menos é mais. E porque será? Porque as mulheres têm de sobressair por aquilo que são e não pelo que vestem e ostentam.
- Escolher e provar o vinho num almoço de negócios: sim, porque não?
O número de mulheres que vencem profissionalmente na área do vinho tem vindo a aumentar em quantidade e qualidade. Se perceber que o homem que está consigo a partilhar uma refeição, seja ele o anfitrião ou você (não importa) tem poucos conhecimentos de vinhos e não sugere vinho nenhum tome você essa iniciativa. Verá que o homem até agradece e sentir-se-á menos embaraçado e envergonhado à mesa, retirando-lhe essa velha responsabilidade associada à masculinidade.
- Pagar a conta do restaurante num almoço de negócios? Faça-o sem pensar 2 vezes
Obviamente que sim. Se foi a mulher quem convidou um homem para partilhar um almoço ou jantar à mesa de um restaurante, saiba (a mulher) que tem autonomia e precedência para no final pagar a refeição. Não tem de ser sempre o homem a pagar nem nunca a mulher a não pagar a dita conta.
Uma mulher ao pagar a conta demonstra que não só tem capacidade financeira para o fazer, como o homem ficará contente e agradado com este gesto feminino que outrora era bem raro acontecer.
- Calçado desadequado já não tem desculpa
O calçado deve ser o acessório, chamemos-lhe assim, que deve merecer mais atenção e investimento na hora de o adquirir. Primeiro, porque são os sapatos que suportam o corpo. Segundo, porque o calçado é considerado um dos elementos que mais apreciados e avaliados são em qualquer mulher executiva.
O mal está em usar sapatos de salto alto sem saber andar de salto alto. Se existem tantos outros variadíssimos modelos de sapatos alternativos e que estão sempre na moda, porquê insistir em usar saltos altos só porque as colegas usam? Assiste-se a muitos casos em que vão assim para reuniões e meetings e eventos corporativos e eventos, apresentando-se pela negativa… não há necessidade!
- Se tiver carteira ou mala, não deve colocá-la do lado direito ou na mão direita
Por defeito e força do hábito cultural, deixe sempre livre a mão direita e não a use para transportar a sua carteira ou mala. A mão direita é aquela que inicia grande parte das suas tarefas e ações. Tarefas e ações essas que diariamente passam por abrir e fechar uma porta qualquer (reunião, empresa), bem como retirar o telemóvel da mala ou bolso para atender uma chamada ou responder a uma mensagem ou e-mail, ou ainda para cumprimentar formalmente alguém.
Estes são apenas alguns de muitos exemplos que acompanham o seu quotidiano profissional. Por tudo isto, e muito mais, opte por reservar o seu lado direito (mão e braço) para este tipo de afares tão rotineiros e repetidos inúmeras vezes ao dia, deixando-o livre.
- Dar um presente a homem: e se for um ramo de flores?
Se os homens dão presentes às mulheres, as mulheres devem surpreender os homens, enquanto seus colegas de trabalho e parceiros de negócios, com um presente que eles apreciem receber. A ideia de que só as mulheres podiam oferecer flores aos homens está já ultrapassada.
Dar um presente a homem pode passar por oferecer-lhe um ramo de flores no seu aniversário ou noutra data especial, se souber que ele aprecia flores, como é evidente. Sugiro que, preferencialmente, o presente seja entregue no local de trabalho do respetivo homem em questão. Ele não esquecerá o apreço que nutre por ele e os colegas de trabalho ficarão impressionados com essa atitude.
- Dar precedência a um homem ao entrar ou sair? Pode e deve
Costumo dizer o seguinte: a honra é quem a dá! Acontece variadíssimas vezes, nas mais diversas situações e contextos profissionais, mais ou menos formais, ficarem precisamente duas pessoas naquele impasse no momento em que decide quem passa primeiro chega a demorar segundos que mais aprecem minutos sem fim.
No contexto profissional e empresarial se o representante da empresa for uma mulher, deve o homem ter precedência sempre que a mulher transmitir essas mesmas indicações, nomeadamente quando está a realizar uma visita de apresentação da empresa e são respetivamente mostrados os vários departamentos e secções.
- Dar boleia a um homem? Sim, com certeza
A partir do momento em que a carta de condução é igual à de um homem, fique a saber que pode oferecer-se para dar boleia um homem, seu conhecido, para o local de trabalho, para uma reunião fora da empresa, para irem almoçar ou jantar em trabalho.
Não tem de ser sempre o homem o condutor de serviço para todo o lado, de segunda-feira a domingo. Aliás, indo um pouco mais além, existem mulheres com mais habilidade para conduzir comparativamente a alguns homens.
- Estar em repouso militar enquanto aguarda por alguém? Nunca
É das piores posturas que pode ter, acredite! Uma mulher executiva que aguarda por alguém num registo de repouso militar transmite uma imagem extremamente deselegante e desatualizada.
Se não tiver nada nas mãos, o que é quase impossível numa senhora, e tiver que esperar de pé, cruze as mãos atrás das costas, sobrepondo-as somente, e nunca as cruze na parte da frente.
- Não respeitar horários? Nunca
Uma mulher executiva, como deva ser, não se atrasa para compromissos laborais. Deve antes chegar cerca de quinze minutos antes! Assim, terá tempo suficiente e de qualidade de retocar a maquilhagem e afins, atualizar a sua caixa de emails e enviar ou responder a alguma mensagem importante que tem na sua lista de tarefas diárias prioritárias!
Na falta de tempo matinal, ou qualquer outro contratempo (despertador estar desligado), haja antecipadamente com precaução e prepare o seu outfit a vestir na manhã seguinte.
Salvo raras excecões (trânsito excessivo, acidente de aviação ou por motivos inesperados de saúde), não existe outro tipo de desculpas plausíveis para o seu atraso na chegada ao seu local de trabalho, a um evento corporativo específico ou a uma reunião agendada.
- Rejeitar a comida e a bebida dos anfitriões ou impor a sua dieta num almoço de negócios? Não e sim
Não é obrigada a gostar de tudo, é verdade, mas pelo menos ingira um pouco ao invés de dizer que não gosta e que não irá comer ou beber algo, desde que não prejudique a sua saúde. Fica-lhe bem e quem a convida para um almoço de negócios não fica com a sensação de que a comida que escolheu não lhe agrada de todo. Se a questionarem pelo facto de ter comido ou bebido pouco, aí poderá dizer que embora não seja a comida ou bebida da sua máxima preferência, aprecia de tudo um pouco.
Quando o convite para um almoço de negócios é antecipado e lhe perguntam se naquela altura está a seguir alguma dieta, restrição ou alergia alimentar nesse caso não tem mal referir algumas opções para que o(a) anfitrião(ã) planeie e prepare uma refeição adequada a si.