Cláudia Azevedo será a nova CEO da Sonae

A filha de Belmiro de Azevedo, que é uma das Mulheres Mais Influentes de Portugal, deverá assumir o cargo no primeiro trimestre de 2019, substituindo o irmão Paulo Azevedo à frente do Grupo Sonae.

Cláudia Azevedo assumirá a liderança do Grupo Sonae a partir de 2019.

“A Cláudia é talvez a mais parecida comigo, a que tem mais killer instinct”, disse uma vez Belmiro de Azevedo. Em 2013 foi nomeada presidente executiva da Sonae Capital, que gere a área de Turismo do grupo, incluindo o Tróia Resort, e tem os ginásios Solinca, em substituição do pai Belmiro de Azevedo, que viria a falecer em 29 de Novembro de 2017. Cláudia passou a deter 25,11% da Efanor tal como os irmãos Paulo e Nuno da Efanor Investimentos, a holding que controla, juntamente com a Pareuro, que controla a 100%, 52,47% da Sonae Investimentos, 62,18% da Sonae Capital e 68,49% da Sonae Indústria.

Cláudia Azevedo nasceu a 13 de Janeiro de 1970 no Porto, e começou por estudar no liceu inglês do Porto, seguindo-se colégio interno no Reino Unido dos 15 aos 18 anos. Regressou a Portugal e licenciou-se em Gestão de Empresas pela Universidade Católica. Em 1992 entrou para a Sonae, integrando a área financeira que arrancou com o cartão de crédito Universo e que estaria na origem do Banco Universo, em 1997, e que fez parte da efémera onde do store-banking que a internet matou. Este projeto, um banco com balcões nos supermercados do grupo, não aceitava depósitos e estava focado no crédito ao consumo.

Em 1998 o braço financeiro foi vendido ao parceiro BPI e Cláudia era então diretora de marketing do banco. Passou para a Optimus, o projeto de telecomunicações recém conquistado pela Sonae associada à EDP e à France Telecom e, em 2006, tornar-se-ia administradora da Soneacom. Entretanto tinha feito um MBA do Insead, como quadro da Optimus – a empresa financiava os estudos dos colaboradores. Foi com o marido, Miguel Barros, hoje presidente da agência de publicidade Fuel e da Associação Portuguesa das Empresas de Publicidade, Comunicação e Marketing, com quem tem dois filhos.

Apaixonada pelos produtos da Apple (anda sempre com o iPad), incentivou o jornal Público – de que foi administradora – a desenvolver uma aplicação para iPhone, onde foi pioneiro. Em Dezembro de 2012, Cláudia tornou-se administradora da Zopt, empresa constituída pela Sonaecom e por Isabel dos Santos, para controlar a Zon-Optimus, empresa que resultou da fusão das duas companhias.

Como descreveu Carlos Oliveira Santos, um ex-Sonae nos anos 80, “sabia-se que o irmão mais velho era tanto a fibra do pai que não estava disposto a aturá-lo em sucessões. Queria era coisas como ciência política, jornalismo ou teatros, e era bem capaz de criticar o pai, como muito limitado à Sonae e coisas do género. A filha, mais nova que eles, seria, infelizmente, num grande grupo português firmado a Norte, uma impossibilidade histórica. Contudo, este, o do meio, não era o que sobrava. Era e seria uma meticulosa construção, externa e interna, dum sucessor”. Todos os anos, Nuno, Paulo e Cláudia procuram passar um período de férias juntos.

 

Este texto foi publicado em maio de 2018 na revista digital As Mulheres Mais Influentes de Portugal 2017

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