Texto de Filipa Montalvão, cofundadora e partner da White.
Como agência criativa temos, ao longo destes anos, apoiado diversos clientes na comunicação de celebrações e aniversários de marcas. Agora que a White faz anos – 15 anos, mais precisamente – não conseguimos deixar de olhar para dentro e fazer a pergunta: afinal, o que é isto de uma marca fazer anos? Qual é a importância de um aniversário corporativo? Será que é apenas um mote para um evento interno? Há bolo com velas para soprar, fazemos um logo comemorativo, ou é apenas uma oportunidade de ganhar visibilidade e criar conteúdo?
Não, não é (só) nisso que acreditamos. Quando uma marca faz anos existe efetivamente uma oportunidade de se abrir e fechar ciclos da sua vida, de evolução, de uma história comum que une — tanto para equipas internamente, como todos os que viram a marca crescer e que a sentem um bocadinho como “sua” também. É o mote para se celebrarem relações. Mais, celebrar relações de sucesso! Segundo o Banco de Portugal, a esperança média de vida das PMEs em Portugal é de dez anos, isto rapidamente dá-nos a resposta à nossa pergunta. Sim, vale a pena celebrar. Sim devemos envolver todos os que nos trouxeram até aqui — colaboradores, clientes e stakeholders.
Depois de percebermos que estamos no caminho certo, o da nossa celebração, devemos perceber por onde começar e a ordem anteriormente descrita, não é ao acaso – colaboradores, clientes e stakeholders. Começar por celebrar e reconhecer a contribuição de cada colaborador na história da nossa marca. Envolvimento aqui é fundamental, envolvê-los nesta celebração, a marca é de todos nós. Quem faz parte dela há 10 dias deve querer sentir que faz parte dela há 10 anos. O ownership da celebração deve ser contagiante.
A celebração é a oportunidade da marca reafirmar a sua ambição de futuro
A celebração externa é só em si uma oportunidade de renovação. A oportunidade das marcas reafirmarem a sua mensagem, o seu percurso, a sua génese e a sua ambição de futuro. A oportunidade de mostrar aos parceiros que nos deram recursos e suportes para crescermos e sermos mais fortes, que caminhamos com segurança, estabilidade e confiança, lado a lado, ao longo do tempo. Um sinal de crescimento e evolução é também uma oportunidade de um novo ciclo, seja ele de especialização ou de agregação de novas competências. É sabermos olhar para o passado com distância e proximidade, numa linha coerente e consistente que nos traz ao futuro da marca. É tempo de avaliar de onde se veio e para onde se quer ir: um exercício introspetivo que orienta o futuro, quase como um retiro espiritual para alinhar chakras e a Marca ser ainda mais fiel a si própria.
E de que valerá esta introspeção de cada empresa aniversariante? É evidenciar o nosso tracking record “aos de fora”, experiência e conhecimento, know-how e skills. É uma demonstração de permeabilidade e adaptabilidade, que cruza tempos e gerações. É dizer que estamos cá para mais 15, que nos celebramos, nos valorizamos e nos merecemos.
Acredito que é com orgulho que a longevidade e os ciclos de vida “socio-empresarial” têm de ser vistos como marcos de sucesso e merecem ser celebrados. As marcas que nos acompanham na vida, que fazem parte do nosso percurso e da nossa história, as marcas que nos orgulham e que “vimos crescer” quando comunicam o seu aniversário também nos envolvem nesta celebração e nos “convidam para a festa”: reconhecem a reciprocidade intrínseca nesta relação, na qual agradecem a cada um de nós o seu valor em fazer parte da sua história, reforçam pontes de comunicação e estreitam relações de estima.
Agora que a White faz 15 anos, a maior reflexão que podemos fazer é mesmo ser o reflexo do que nos fez chegar até aqui hoje e de todos os que fizeram parte desta história, e nos fazem dignos de celebrar três mãos cheias de vidas, experiências, relações humanas e marcas a crescer connosco.
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