As mulheres vivem mais tempo que os homens e ganham menos do que eles. Os números também provam que elas investem menos, mas que o fazem com melhores resultados. Por outro lado, também alguns dos produtos que lhes são dirigidos são taxados com impostos mais elevados – o chamado pink tax. Estas estatísticas e números, que tornam cada vez mais urgente o debate sobre a forma como as mulheres devem gerir o seu património, foram recordadas na abertura da 2ª Conferência Let’s Talk About Money, por Isabel Canha, directora e fundadora da Executiva. “A nossa tradição judaico-cristã ainda nos faz ver o dinheiro como um tema tabu, que temos pudor de abordar. A nossa missão, com esta conferência, é melhorar a literacia financeira e reforçar o empoderamento financeiro das mulheres.”
A segunda edição desta iniciativa organizada pela Executiva com o apoio do Banco BIG e do MDS Group, voltou a encher o Salão Nobre da Câmara de Comércio e Indústria, em Lisboa, na manhã de quarta-feira, 27 de novembro, para uma série de talks e debates sobre temas como poupança e investimento, o papel dos seguros na proteção do património das empresas, a linguagem financeira descodificada e ainda a partilha da experiência pessoal de profissionais de diferentes áreas sobre a forma como gerem o seu dinheiro.
Meditar no dinheiro para geri-lo bem e multiplicá-lo
A abrir a manhã esteve a economista espanhola Cristina Benito, autora do livro Money Mindfulness (Editorial Presença) onde aborda a necessidade de uma consciencialização diária e constante de todo o dinheiro que ganhamos e gastamos para melhorarmos a nossa relação com ele. “O dinheiro é uma fonte de preocupação e ansiedade que afeta outras áreas, como a família ou a relação entre o casal. Não falamos sobre ele com os nossos filhos, com os nossos parceiros; não monitorizamos a contabilidade dos nossos gastos, nem sabemos muito bem onde realmente o gastamos.”
O nome do método que propõem é inspirado na técnica de meditação e relaxamento mindfulness, que sugere uma “atenção constante a todas entradas e saídas de dinheiro diárias, para assim podermos geri-lo melhor, poupá-lo e multiplicá-lo.” A experiência da economista dá-lhe créditos extensos nesta matéria: nos últimos 20 anos trabalhou como assessora financeira da Morgan Stanley e foi auditora do Governo de La Rioja, em Espanha. Durante os vários anos que trabalhou na alta finança londrina, a esmagadora dos seus clientes eram homens, por isso acredita que as mulheres ainda não se sentem à vontade com o tema e têm uma relação ainda pouco próxima com ele.
“É importante prestarmos atenção a cada um dos nossos passos, a todas as nossas entradas e saídas de dinheiro, para sabermos do que dispomos, para sabermos como poderemos poupar e investir”, Cristina Benito, economista e autora de Money Mindfulness
Nesta sua obra identifica 5 perfis de pessoas consoante a sua relação com o dinheiro, da “pirómana” – a compradora compulsiva que o gasta mal ele lhe chega à mãos e para quem “o mantra é ‘eu mereço’” – até à “formiga”, que poupa sem ter um objectivo definido ou sem aproveitar o que aforrou, passando por aqueles que gastam demasiado com os outros mas pouco consigo mesmos – perfil aliás bastante comum às mulheres, revela. “Podemos passar a ter uma melhor relação com o dinheiro, rompendo com estes padrões. O importante é tomarmos as rédeas dele o quanto antes.”
Para isso, diz, antes de tudo “precisamos de fazer uma radiografia” que nos dê a relação exata das nossas entradas e saídas de capital, e até de todos os pequenos gastos diários dos quais nem sequer damos conta, das refeições fora de casa e combustível para sair de casa e ir trabalhar, a um simples café. “É importante prestarmos atenção a cada um dos nossos passos para sabermos do que dispomos, para sabermos como poderemos poupar e investir.”
O objetivo deste método não é o de deixar as pessoas a pensar obsessivamente em dinheiro, garante, mas antes ser uma ferramenta de sistematização e treino que mais tarde permitirá não se preocupar tanto com ele. “O dinheiro não traz felicidade, mas para desfrutarmos daquelas coisas que na vida ele não compra precisamos de tranquilidade mental. Melhorar a nossa relação com o dinheiro vai ajudar bastante.”
Assegurar um futuro confortável
Assegurar uma reforma confortável e despreocupada em termos financeiros deveria ser um objetivo comum a todas as mulheres, acredita Paula Gil, diretora de Particulares do BIG. Se em 1985, as mulheres ganhavam, em média, €125, hoje esse valor é de €861, dizem os dados da Pordata, que atestam bem o avanço da inflação nos últimos 34 anos. “Quanto maior é o grau de especialização, maior é o diferencial salarial”, observou, lembrando que o dinheiro que teremos disponível na idade de reforma será menor do que aquele de que dispomos hoje. “Segundo dados atuais, espera-se que tenhamos disponível cerca de 70% do nosso salário atual na altura da reforma, mas acho que este é um cenário otimista. É preciso perceber se esse diferencial vai fazer ou não diferença na nossa vida então – porque até lá reduzi alguns tipos de despesas, como a educação dos filhos, mas aumentarei outras, como a saúde. Temos que colocar algumas interrogações a nós próprios: quero ter o mesmo rendimento que tenho hoje, ou mais? Quanto consigo poupar hoje e com que periodicidade consigo fazê-lo? Quero apenas poupar, ou também investir?”.
Para assegurar que esse futuro possa ser mais despreocupado e dependente, a poupança e o investimento inteligentes são ferramentas essenciais. “Poupar é colocar dinheiro de parte de forma segura, com um objetivo específico ou não. Investir é tentar obter retorno com esse dinheiro, mas tem sempre algum grau de risco associado. Há a expectativa de que ele seja superior aos das opções sem risco, mas não temos essa garantia.” Há que não esquecer nesta equação, o peso do principal inimigo das poupanças: a inflação.
Como investir de forma eficaz face a este cenário e numa altura em que as taxas de juro estão também tão baixas? Se a sua vida ativa enquanto profissional durar mais 20 ou 30 anos até à idade de reforma, nessa altura, aquilo que tiver poupado sem aplicar valerá muito menos do que hoje. “É necessário rentabilizar as suas poupanças acima da taxa média de inflação observada nos últimos anos, através de investimentos inteligentes. Além disso, devemos colocar a nós mesmas outras perguntas: o que queremos fazer com esse dinheiro no final do tempo de rentabilização, se queremos investir sozinhas ou com um parceiro, e sabermos também quem somos e qual o nosso perfil relativamente ao risco.”
A conjugação de dois caminhos, o da poupança sem risco e o do investimento com maior retorno, pode ser uma solução eficaz e mais segura, mas deve também adaptar-se às nossas expectativas futuras e ao nosso perfil de investidoras, lembrou por fim.
“A literacia financeira ajudou-me a recuperar mais rapidamente”
Bárbara Barroso foi atleta de hóquei em patins e queria ser jornalista desportiva, mas foi a descodificar os complicados meandros financeiros e a escrever sobre finanças pessoais que acabou por se destacar profissionalmente. O caminho até lá foi bastante acidentado: levou-a a perder e a ganhar dinheiro, a largar uma profissão que a apaixonava para encontrar outra vocação que há muito se adivinhava e que a fez lançar-se a solo com o MoneyLab, laboratório de literacia financeira, e com a presença em plataformas digitais como o blog Dicas da Bá ou o podcast MoneyBar. Recentemente, o percurso trouxe-lhe o reconhecimento pelo canal História de personalidade do ano em matéria financeira. Comunicativa e bem humorada, neste evento estava, no entanto, um pouco fora de pé, confessou logo no início da sua apresentação. “Venho fazer falar sobre uma coisa inédita: o meu lado pessoal.”
Aos nove anos ganhou o seu primeiro salário a trabalhar na empresa de limpezas após obras da avó. “Foi o primeiro momento em que tenho memória de perceber que o esforço de hoje é o resultado de amanhã. Mas foi o divórcio dos meus pais, que afetou financeiramente a minha mãe e a nós enquanto estrutura familiar, que me marcou de forma a perceber que queria ser financeiramente independente e que não queria passar por isso.” O desporto de alta-competição trouxe-lhe a disciplina como valor e característica, diz, e modelos inspiradores como Elisabete Jacinto, fizeram-na acreditar que as mulheres conseguiam tudo a que se propunham, até um rally Paris Dakar.
No curso de comunicação social percebeu que não era nada daquilo que queria, mas uma aula com a professora Helena Garrido fê-la perceber que tinha vocação para o jornalismo económico. A carreira fê-la no mundo financeiro através do jornalismo, passando por alguns dos maiores jornais nacionais. No dia em que descobriu o “saldo descoberto automático”, ainda muito jovem, levou dois anos a pôr as finanças em ordem, mas não desistiu e dedicou-se a aprofundar mais os seus conhecimentos financeiros. Ao ponto de se interessar por mercados financeiros. Um erro básico fê-la voltar à estaca zero em termos financeiros. “Mas o que eu percebi foi que a literacia financeira me ajudava a recuperar mais facilmente destes tombos. E fui-me posicionando cada vez mais nessa área.”
“O meu processo de reconstrução da riqueza demorou menos tempo, entre 3 e 4 anos, e foi a literacia financeira foi que permitiu que assim fosse. No jornalismo aprendi que conhecimento é poder e há uma frase de que gosto muito: se você acha que a educação é cara, experimente a ignorância”, Bárbara Barroso, especialista em literacia financeira
Foram precisos dois esgotamentos, uma carreira exigente, que tinha que complementar com outras atividades para poder ter um rendimento mais confortável, para que se desencantasse do jornalismo financeiro e se despedisse para mudar de rumo. “É quando começo a perceber que tenho que construir novamente um plano financeiro, mas tendo agora a felicidade como objetivo. Sempre fiz o que gostava, atenção. O meu processo de reconstrução da riqueza demorou menos tempo, entre 3 e 4 anos, e foi a literacia financeira foi que permitiu que assim fosse. No jornalismo foi que conhecimento é poder e há uma frase de que gosto muito: se você acha que a educação é cara, experimente a ignorância. Quando olho para trás fico orgulhosa do que consegui mas, acima de tudo, de não haver limites para mim, nem para os sonhos, nem para o dinheiro.”
Os seguros na proteção do património
Paula Rios é uma apaixonada por um tema que a maior parte das pessoas acham cinzento: seguros. Foi a eles que a executive director da HighDome PCC, companhia de seguros do MDS Group, dedicou os últimos 35 anos e tira verdadeiro prazer em ajudar particulares e empresas a perceber (e explicar) como podem proteger o património conquistado. Foi este o tema da sua apresentação na conferência Let’s Talk about Money, onde destacou os seguros de responsabilidade civil dos gestores, de saúde e seguros de risco cibernético.
As PME’s não estão mais livres destes riscos, ao contrário do que se possa pensar. “Nos Estados Unidos há muitas reclamações contra administradores, sobretudo com base na discriminação com base na raça, idade, género, por assédio sexual, difamação, despedimento, quebra de confiança ou violação dos estatutos da sociedade. Se a empresa não tiver este seguro, é contra ela que os lesados vão, mas depois é contra os seus administradores que as empresas vão agir. Este é por isso, um seguro muito importante para preservar o património das empresas. A sociedade está cada vez mais litigante e estas situações cada vez vão passar-se mais. Este é um desafio que as empresas vão ter que enfrentar.”
Os seguros de saúde são também uma realidade com expressão significativa em Portugal, abrangendo 2,5 milhões de pessoas seguras; cerca de metade são contratados por empresas. As tendências que se adivinham neste campo vão passar por uma mudança de paradigma do pagamento do tratamento de doenças para a medicina preventiva, diz a especialista. Com uma população mais envelhecida, onde as doenças crónicas e degenerativas vão aumentar, a idade limite para se fazer um seguro de saúde tenderá a desaparecer.
Paula Rios falou ainda de uma das novidades nesta área, que mais poderá ajudar as empresas a proteger o seu património numa altura de transformação digital: os seguros de risco cibernético. “Não é apenas uma ameaça para as empresas de IT, mas para todas as empresas em todas as áreas de negócio”, alertou.
Descodificar a linguagem financeira
Em seguida, Cátia Santos Nina e Joana Lourenço Broega vieram dar uma verdadeira aula de descodificação do tantas vezes complicado jargão financeiro. Das diferentes taxas de que encontramos associadas aos nossos depósitos a prazo às diferenças entre obrigações e ações e quais os principais produtos e terminologias associadas aos mercados financeiros, as duas especialistas em questões bancárias e mercados financeiros vieram explicar os termos que tantas vezes nos confundem na hora de ir ao banco aplicar as poupanças. “Para assumirem a liderança suas finanças pessoais, é importante que as mulheres percebam como procedem os instrumentos que têm disponíveis”, começou por dizer Cátia Santos Nina. “O medo de fazer perguntas sobre estas questões é algo com que nos deparamos muitas vezes”, acrescentou Joana Lourenço Broega.
“Mais do que reconhecermos estes e outros produtos financeiros, o pilar de uma estratégia de investimento sólida e com futuro é a diversificação”, alertou Cátia Nina. “Diversificar uma carteira de investimento não significa termos 10 contas em 10 bancos diferentes. Podemos trabalhar apenas com um ou dois e termos uma carteira muito bem diversificada, com diferentes tipos de ativos financeiros, em diferentes setores e fases de maturidade. Nos investimentos não existem certezas, mas análises que podem ser muito bem feitas.” Um princípio complementar ao da diversificação da carteira de investimento é o independência relativamente à sua origem, acrescentou Joana Broega. “A melhor analogia é a de não pormos todos os ovos no mesmo cesto, para representar a diversificação. Mas se a galinha que põe os ovos for a mesma e estiver doente, todos os ovos estarão estragados nesse dia. Por isso é essencial encontrarmos ajuda em alguém que seja independente, para nos ajudar nesta tarefa.”
Poupar e investir são “expressão máxima da nossa escolha individual”
Foi a ler o Financial Times que Lígia Gomes Cardiga, diretora de operações da Fidelidade Assistência, ganhou o gosto pelo investimento e começou a perceber mais de mercados financeiros. Na altura era assessora de Francisco Soares dos Santos na Jerónimo Martins, e como chegava mais cedo, lia o jornal que lhe era dirigido. “Tornou-se uma rotina durante os oito anos que lá trabalhei. Apesar de ter formação na área de letras, comecei a achar uma certa piada a perceber aquilo que estava a ler. Comecei a investir em ações. Ganhei muito dinheiro”, partilhou na abertura da mesa redonda ‘Como giro o meu dinheiro’ que encerrou a conferência. Com os seus ganhos na Bolsa, comprou um carro e pagou um MBA em Inglaterra.
“Ler o Financial Times tornou-se uma rotina. Apesar de ter formação na área de letras, comecei a achar uma certa piada a perceber aquilo que estava a ler. Comecei a investir em ações e ganhei muito dinheiro.” Lígia Cardiga, diretora de operações da Fidelidade Assistência
Já a nutricionista Iara Rodrigues começou a sua aposta no investimento, quando decidiu abrir uma clínica. “Projetei-me neste mundo de negócios, enquanto profissional na área de saúde. Não pensei muito naquilo que fiz, fiz simplesmente. Estava numa clínica, tinha os meus clientes e estava consciente do meu valor mas não estava feliz porque não conseguia fazer as coisas à minha medida. Mais tarde cheguei ao pé da minha família e disse: ‘Acabei de comprar a minha empresa’. Disseram-me que eu não percebia nada disso. Respondi: ‘Pois não, mas vou passar a perceber’. Acima de tudo, é preciso tentar e arriscar. E hoje sei falar de alguns pormenores de gestão que nunca imaginei saber. Já fiz um mestrado em gestão, procurei respostas para eu própria saber tomar decisões sem depender de mais ninguém.”
“Projetei-me neste mundo de negócios, enquanto profissional na área de saúde. Não pensei muito naquilo que fiz, fiz simplesmente. Acima de tudo, é preciso tentar e arriscar. E hoje sei falar de alguns pormenores de gestão que nunca imaginei saber”, Iara Rodrigues, nutricionista
Já Adélia Carvalho, diretora geral do Hotel Valverde, estreou-se muito nova nas lides do investimento, muito inspirada pela família, onde o comércio era ocupação dos pais. “Com o meu primeiro ordenado inscrevi-me numa cooperativa de habitação. Quando me casei, aos 25, fiquei logo com um plafond ótimo para o investimento numa casa.” A trabalhar em hotelaria desde cedo, as colegas e amigas desafiavam-na a investir para criarem o seu próprio negócio. Uma vez que o investimento que tinha não era muito avultado, começaram a pensar em Cabo Verde como solução para investir no seu empreendimento hoteleiro. Com um grupo de amigas começaram por comprar quatro casas naquele arquipélago e hoje fazem juntas a gestão destes empreendimentos. “Temos um contrato muito bem delineado, como se tivéssemos 5 hotéis comprados em Nova Iorque. Nunca ninguém se chateou por causa de negócios, ao fim de todos estes anos, e queremos investir ainda mais. Pensei poderia haver uma crise financeira, e então sozinha comprei um apartamento como investimento em Lisboa.”
“Sempre me ensinaram que não de deve pedir um empréstimo à banca se não tivermos connosco entre 40 e 60% do valor total que necessitamos”, Adélia Carvalho, diretora geral do Hotel Valverde.
Susana Monteiro, managing partner da BDC Empower to Lead, começou muito cedo, aos 15 anos, quando se viu obrigada a gerir o património do pai, expatriado em outro continente. “O meu gosto chegou mais por obrigação. Mas como durou tanto tempo, até ao seu regresso, acabou por se tornar num gosto que foi criado. Fui procurando cada vez mais informação e consolidando experiência. Foi assim que construí o pouco património que tenho e que fui criando as minhas empresas. Foi um processo de crescimento, muito por necessidade, porque não era uma ambição, mas a partir em que entro em algo tenho por princípio fazê-lo bem. Estudei, fiz e não me arrependo. Valeu a pena do desafio que aos 15 anos ninguém quer aceitar.”
Se Lígia Gomes Cardiga se identifica como bipolar no investimentos, oscilando entre diferentes níveis de prazo e de risco, Iara Rodrigues gosta de investir na área da saúde, na qual trabalha. No que respeita ao seu perfil de investidora, Adélia Carvalho partilhou uma lição valiosa. “Sempre me ensinaram que não de deve pedir um empréstimo à banca se não tivermos connosco entre 40 e 60% do valor total que necessitamos.” Desde que começou a trabalhar, a executiva investe as suas poupanças num PPR, para assegurar o futuro. “Implica fazer alguns sacrifícios, mas tento sempre manter o mesmo valor de entrega.”
“Tentem sempre ter uma pequena poupança, por mais pequena que seja. Eu sei que não é fácil, as mais-valias são limitadas por comissões, mas é importante que seja feita, porque ela é a expressão máxima da nossa escolha individual”, Susana Monteiro, managing partner da BDC Empower to Lead.
Susana Monteiro lembrou ainda que o nível de poupança dos portugueses é hoje igual ao que apresentava em 1980. “A poupança é fundamental para o desenvolvimento sustentável da sociedade, por isso temos que falar dela antes mesmo de falarmos de investimento. Acho que dados como este são muito graves e precisamos de perceber porque é que isto acontece.” O excesso de impostos sobre produtos e serviços e compramos, é um dos principais culpados, na sua análise. “A mensagem que posso deixar aqui é que tentem sempre uma pequena poupança, por mais pequena que seja. Eu sei que não é fácil, as mais-valias são limitadas por comissões, mas é importante que seja feita, porque ela é a expressão máxima da nossa escolha individual. Estou muito satisfeita porque tudo o que poupei e investi gasto agora nas minhas empresas e nos meus filhos.”