Influenciado por pressões económicas e pelas novas dinâmicas de trabalho que a pandemia de Covid-19 introduziu, como o trabalho remoto ou híbrido ou a “semana de quatro dias”, o mercado laboral está cada vez mais competitivo, com o bem-estar das organizações a ganhar importância crescente, quer para empregadores, quer para funcionários.
Com os novos desafios que se apresentam, o foco das organizações parece passar cada vez mais pelas pessoas e por ir ao encontro das suas necessidades, experiências e expectativas, não só enquanto profissionais, mas também enquanto indivíduos. Melhorar a experiência dos colaboradores é o caminho.
Um estudo da Capgemini, intitulado “The people experience advantage: How companies can make life better for their most important asset”, analisou a forma como os funcionários veem a sua experiência dentro da organização e como podem as empresas melhorar essas experiências, de forma a criar mais-valias para o negócio.
Para encontrar respostas, foram entrevistados cerca de 2250 indivíduos de 750 organizações, divididos por hierarquia – colaboradores, managers e diretores – que atuam nas mais diversas áreas, desde retalho à indústria automóvel, passando pelo setor público, energia, cuidados de saúde ou serviços financeiros. Uma das conclusões a que o estudo chegou é que as lideranças das empresas são mais otimistas do que os colaboradores relativamente à experiência destes últimos na organização: enquanto 92% dos líderes acredita que os seus funcionários estão satisfeitos, apenas 30% dos funcionários afirma estar realmente feliz no trabalho.
Outro dado interessante deste estudo da Capgemini é que 34% dos colaboradores inquiridos tenciona abandonar o seu posto de trabalho dentro de um ano, com o número a subir para praticamente metade (49%) quando falamos de colaboradores da Geração Z (entre os 18 e os 24 anos) e a chegar aos 66% na generalidade dos colaboradores que pretendem sair da organização nos próximos 3 a 9 meses.
O estudo refere também que a maioria dos colaboradores não consegue perceber de que forma está a contribuir para a sua equipa, sente que não lhe é oferecido o desenvolvimento de competências de que necessita ou que não tem autonomia suficiente para o cumprimento das suas funções.
Para inverter esta tendência, o estudo realça 10 ações-chave, divididas em quatro áreas fundamentais (Organização, Cultura, Pessoas e Tecnologia), que os líderes devem implementar para melhorar a experiência das suas equipas e alavancar o potencial da empresa.
Organização
- Desenvolver uma estratégia centralizada nas pessoas que ofereça uma experiência inclusiva;
- Assegurar que os colaboradores sintam que as suas opiniões são ouvidas e tidas em conta;
- Oferecer um equilíbrio de reconhecimento e benefícios monetários e não-monetários;
Cultura
- Fomentar uma cultura de bem-estar emocional e acessibilidade que vá ao encontro das necessidades de todos os colaboradores;
- Encorajar a aprendizagem contínua;
- Assegurar que a experiência na organização é eficaz em fazer com que todos os colaboradores se sintam bem bem-vindos, preparados e prontos a trabalhar;
Pessoas
- Desenvolver uma “promessa patronal” que ligue as funções de emprego a resultados e articule o potencial de progressão de carreira;
- Treinar os líderes para serem genuinamente empáticos e escutarem os colaboradores;
Tecnologia
- Usar a tecnologia como um elemento de capacitação e fornecer aos colaboradores com as ferramentas certas que permitam trabalhar de forma eficiente;
- Aproveitar a tecnologia para cultivar uma cultura de cooperação.
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