Rita Brito e Faro: o meu maior desafio

Rita Brito e Faro, gestora de projeto na Direção de Sustentabilidade da Fidelidade, escolhe uma analogia com as lagostas para explicar os maiores desafios da sua carreira.

Rita Brito e Faro integra a Direção de Sustentabilidade da Fidelidade.

Rita Brito e Faro licenciou-se em Economia na Universidade do Porto, a que se seguiu um Mestrado em Gestão pela Nova SBE. Dois estágios na área financeira ainda durante os estudos levaram-a a começar a carreira nessa área, na Oxy Capital, uma sociedade gestora de fundos de capital de risco. Dois anos mais tarde, com apenas 25 anos, a motivação para assumir um papel ativo na construção de um futuro mais inclusivo e sustentável para todos, levou Rita Brito e Faro  até à ilha de Lesvos, onde foi voluntária num campo de refugiados por quatro meses. De regresso a Portugal, continuou a trabalhar na inclusão social de migrantes e refugiados, juntando-se, como CFO, ao SPEAK — um projeto social que ajuda estas pessoas na criação da sua rede de suporte local através da aprendizagem informal de línguas. Simultaneamente, foi mentora e formadora na IES – Social Business School. Desde setembro de 2022 que Rita Brito e Faro integra a Direção de Sustentabilidade da Fidelidade, onde gere e implementa projetos e iniciativas nas três vertentes do ESG.

 

 

“Mais do que desafio, o meu maior desconforto profissional foi sempre perceber que precisava de deixar cair a minha carapaça, e crescer de forma desprotegida durante algum tempo, tal como fazem as lagostas. Não sei se sabem, mas estes crustáceos têm uma carapaça que os impede de crescer continuamente, e por isso quando o corpo começa a ficar apertado, libertam-se dela. Aproveitam então o período de tempo em que estão desprotegidos para crescer e, em seguida, formam nova carapaça, já adaptada às novas dimensões do corpo.

A minha dificuldade foi muitas vezes saber identificar o fim de cada ciclo. Todos resultaram de uma adiada e prolongada autorreflexão sobre o meu papel no projeto e na equipa, o valor que estava a aportar e a retirar. Inevitavelmente, mais tarde ou mais cedo, estes processos levaram-me a inconformar-me com a carapaça que me estava a impedir de crescer e a deixá-la pelo caminho, saindo da minha zona de conforto e dando lugar a uma nova oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Importa sublinhar que este ‘crescimento’ não deve ser lido como é normalmente convencionado o sucesso profissional. A minha realização sempre dependeu muito das oportunidades de aprendizagem que me eram dadas e do impacto potencial que poderia ter na sociedade e no planeta. Por essa razão, o processo de autorreflexão que levou ao fim de cada ciclo foi exatamente o mesmo quando troquei um emprego estável por uma missão humanitária, quando comecei a trabalhar na área social e quando larguei um projeto com propósito pelo mundo corporativo.

Foram decisões extremamente, talvez demasiadamente, ponderadas, e por isso tomadas com uma certeza e paz que hoje me permite dizer que nunca me arrependi de nenhuma. Farei para que assim continue a ser, sabendo que o preço a pagar é as dores de uma carapaça apertada.”

 

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