Marta Gonçalves: Quando a novidade não chega

Hoje não basta a um projeto existir, é necessário que os outros o conheçam e identifiquem a sua diferenciação. A managing partner da Say U Consulting explica a importância da comunicação para uma startup alcançar o seu público.

Marta Gonçalves, managing partner da Say U Consulting.

O contexto da gestão de empresas e da comunicação em torno das mesmas é indissociável do conceito startup. É-nos hoje pedido que sejamos empreendedores, quer ao trazer para o mercado novos projetos e ideias, quer deixando-nos contagiar por este espírito no modo como encaramos as nossas próprias organizações, o seu posicionamento e a forma como alcançamos o público.

A este desafio juntam-se questões adicionais quando o projeto é encabeçado por uma mulher, fator que pode ter um papel significativo no momento de definir o seu posicionamento mas, particularmente, na forma como a organização pode ser encarada do exterior e percebida pela comunidade na qual esta existe e atua.

As barreiras tornam-se naturalmente mais fáceis de ultrapassar se formos bons. Ter um “selo de qualidade” associado ao projeto ajuda a garantir a possibilidade de interesse no mesmo e a facilidade na sua divulgação e partilha. Um exemplo? A portuguesa Chic by Choice foi considerada a melhor startup europeia na área da Moda na iniciativa The Europas que teve lugar no último verão. Resultado? Visibilidade acrescida e uma plataforma ampliada de reconhecimento, merecido diga-se.

É esta capacidade para ser original e saber como o comunicar adequadamente que possibilita criar reconhecimento para além do fator novidade e que permite posicionar a organização no mercado criando uma mensagem impactante. Cada ideia, projeto e empresa é uma história, e esta história cria-se e conta-se continuamente. Saber como contá-la de forma interessante é o papel do profissional de Comunicação e a mais-valia que este pode trazer a um projeto em início de vida. Numa fase em que os desafios são distintos e aparentemente inultrapassáveis, podemos começar por marcar a diferença e cimentar uma rede de interesse sólida, que atue enquanto base para o crescimento posterior e a conquista de notoriedade no mercado.

Confrontada com as particularidades da Comunicação para organizações desta tipologia, estes desafios tornaram-se um motivo de preocupação e alvo de atenção, que levaram ao desenvolvimento de uma resposta específica.

A questão sobre o que podemos acrescentar à eficácia da Comunicação neste ecossistema foi o ponto de partida para o desenvolvimento do modelo “GO360°” e da oferta formativa «Comm 101 to 360: O Bê-á-Bá da Comunicação para Startups e Empreendedores» na consultora de Marketing de Comunicação que lidero. Abordagens que se destinam a disponibilizar a startups e organizações ferramentas que possibilitem uma resposta integrada às necessidades globais de Comunicação. Esta resposta estruturada permite equacionar, desde o início, que vertentes de contacto podem fazer sentido em cada projeto, capacitando-o para alcançar o seu público e se dar a conhecer mais rápida e eficazmente. Porque não basta a um projeto existir, é necessário que os outros o conheçam e identifiquem a sua diferenciação.

Face a organizações com características diversificadas e que têm de lidar com desafios que são inerentes à sua realidade e ao modo como se integram no mercado, a resposta da Comunicação tem de ser de adaptação e inovação. Apenas deste modo se torna possível capacitar um projeto recente dos instrumentos que permitam uma divulgação eficaz e a conquista de reconhecimento num ambiente altamente saturado e em que o fator “novidade” é hoje palavra de ordem no discurso mediático.

 

Este será o tema da iniciativa ‘Rota COMM para Startups e Empreendedores’ que se realizará no dia 29 de setembro, na InovaGaia, em Vila Nova de Gaia.

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