O ditado é antigo e tautológico. Além disso, sabe que o futuro é incerto no que toca à reforma e que terá de garantir os anos que tem pela frente quando deixar de trabalhar. Mas onde poderá investir parte dos seus subsídios ou dos pequenos montantes que vão sobrando do seu orçamento mensal, para concretizar a “profecia”? Deverá canalizar parte da folga financeira para o aforro ou investimento?
Esta equação mental sensibiliza-a para a disciplina da poupança. Colocar de lado pequenos montantes, ou um subsídio por ano, poderá fazer a diferença no futuro. Falta saber qual a melhor opção para aplicar o seu dinheiro.
Procura uma solução simples e que não coloque em causa o objetivo inicial?
Se é nulo o risco que está disposta a assumir, a solução mais imediata é um depósito a prazo, sabendo de antemão que o retorno será pouco exuberante. As taxas de juro nunca estiveram tão baixas (a maioria dos depósitos rende atualmente menos de 0,5%), mas tem a vantagem de poder mobilizar o capital a qualquer momento, perdendo apenas os juros corridos.
Existem, no entanto, outras opções que poderá considerar como alternativa de rentabilização do seu dinheiro, com mínimos de subscrição baixos.
ACUMULAR OS GANHOS
Nesta lógica de complemento para a reforma e com a garantia de que o dinheiro estará disponível caso precise, existem opções no mercado como os Seguros de Capitalização, cujos ganhos, como o nome indica, capitalizam por si mesmos, ou seja, vão acumulando. Um efeito multiplicador que pode ser interessante se tiver em conta um horizonte de médio/longo prazo.
Note que estes contratos de seguros ligados a fundos de investimento, vulgarmente conhecidos como Unit-Linked, são produtos financeiros complexos; como tal, comportam o risco correspondente aos ativos subjacentes (os ativos financeiros onde estão investidos), nível de risco esse que depende do perfil que possa querer subscrever.
Se é uma aforradora com tolerância ao risco e procura alternativas com:
. Mínimo de subscrição baixo e entregas regulares de pequenos montantes
. Possibilidade de mudar de perfil de risco ao longo do tempo
. Possibilidade de mobilizar o capital antecipadamente, sendo penalizado apenas se essa mobilização ocorrer antes do primeiro ano
…poderá ser interessante para si explorar mais a fundo esta alternativa.
POUPAR GRADUALMENTE E INVESTIR NO FUTURO
Os PPR têm estado no top das preferências dos aforradores portugueses praticamente desde que foram lançados, na década de 1980. O Plano Poupança Reforma (PPR), o conhecido instrumento de poupança de médio/longo prazo, teve os seus anos dourados mais perto da viragem do milénio, mas continua a manter algumas vantagens fiscais à saída.
Tenha em mente que…
. Este é um produto com inúmeras modalidades (seguro de vida, ligado a fundos de investimento, a fundos de pensões, etc.)
. Existem PPR com e sem capital garantido (sendo a generalidade sem garantia de rendimento). Regra geral, se tiver alguma tolerância ao risco também aumenta a rentabilidade prevista para este tipo de solução
. A rentabilidade histórica anual média, as comissões de subscrição e reembolso e garantia ou não de capital são alguns aspetos que deve ter em conta ao avaliar este produto
OUTRAS OPÇÕES QUE VALE A PENA ESTUDAR
Existem ainda produtos de capital garantido ao abrigo do Fundo de Garantia (falamos em particular das Aplicações Estruturadas com Capital Garantido) que não têm risco de perda de capital, estando a sua valorização indexada a um subjacente, como a relação do dólar face ao euro, por exemplo. Se evoluírem favoravelmente podem garantir-lhe um rendimento um pouco superior a um depósito a prazo. Se a evolução for em sentido contrário, não ganha nada, mas também não perde.
Como se tratam igualmente de produtos financeiros complexos, deverá sempre (e no mínimo) consultar o prospeto informativo do produto ou tirar todas as suas dúvidas com um especialista financeiro, por forma a garantir que esta é a melhor solução para si.
Ainda numa lógica de pequenos investimentos (mas à escala global), existem os Fundos de Investimento, com valores ao alcance de todos e a proporcionarem a diversificação dos seus investimentos de uma forma bastante eficiente. A oferta é extensa e categorizada por níveis crescentes de risco de 1 a 6.
Se tem pouco ou nenhum conhecimento sobre este tipo de produtos e procura uma solução conservadora com foco na preservação do seu capital, deve consultar um especialista que o ajude a selecionar uma carteira composta por mix de fundos que correspondam aos seus objetivos e ao nível de risco que está disposto a enfrentar.
A RETER
Opções à parte, o importante é exercitar a disciplina da poupança e procurar uma alternativa financeira viável para si e adequada à sua tolerância ao risco. É provável que consiga usufruir dos seus subsídios (e, no caso do subsídio de férias, gozar umas férias numa modalidade eventualmente mais económica, por exemplo), e ao mesmo tempo ver crescer gradualmente o seu dinheiro. Mais tarde lembrar-se-á de ambos. Pelos melhores motivos.