Gonçalo Barral: “A mulher da minha vida”

O diretor-geral da Essilor Portugal homenageia a chairwoman da sua vida, a sua mulher Lídia, e recorda uma resposta de Clementine, mulher de Winston Churchill.

Gonçalo Barral é diretor-geral da Essilor.

Gonçalo Barral começa por se apresentar como “católico, casado, pai de duas filhas e três filhos”. Licenciou-se em Marketing no IADE, em 1995, tendo mais tarde obtido um Master em Gestão e Marketing pela Development Systems, uma especialização em Marketing Estratégico pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto e concluído o AMP da Católica Lisbon e da Kellogg Business School of Management em Chicago.

Começou a sua carreira em marketing e vendas, passando por empresas como o Grupo Bosch, Henkel Iberica e Refrige, á data o engarrafador da Coca-Cola em Portugal.  Rumou depois para Espanha onde no grupo Bic desempenhou funções de diretor de vendas europeu da Bic Graphic Europe, director-geral para Espanha e Portugal da Bic Iberia e diretor europeu para grandes contas do Grupo. Em Inglaterra, foi diretor-geral da empresa suíça Silent Gliss Global, tendo como principais mercados os Emirados Árabes, o Sudeste Asiático e os Estados Unidos.

Desde 2015, é diretor-geral da Essilor Portugal, empresa do Grupo Essilor Luxottica e líder de mercado de lentes oftálmicas, onde Portugal assume um papel relevante pela importância estratégica da sua unidade industrial situada em Sintra. Tem, ainda, nos Conselho de Administração da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa e no Conselho Geral da Prevenção Rodoviária Portuguesa.

Neste testemunho à Executiva, o gestor afirma que, com a sua mulher, Lídia, têm sido “um board onde o crescimento sustentado é o objetivo principal e onde todos os stakeholders, tanto a nível pessoal como profissional, estão bem representados e os seus interesses defendidos.”

 

“Quando a Isabel Canha me desafiou para escrever sobre a(s) mulher(es) da minha vida (convite que agradeço e muito me honra), pensei que seria justo prestar homenagem a algumas mulheres que foram tendo influência na minha vida, desde a minha queridíssima mãe (felizmente ainda viva e de boa saúde) que me deu a vida e me criou nos anos mais importantes da formação do meu carácter, passando pelas minhas avós, a minha professora de instrução primária e muitas outras que se cruzaram comigo, tanto a nível educacional como profissional e que, de uma forma ou de outra, foram tendo influência no meu crescimento como pessoa e como gestor. No entanto, a única que é realmente transversal a toda a minha vida e que posso considerar como “A” mulher da minha vida é exatamente aquela que, juridicamente, possui esse estatuto: a minha mulher, Lídia. Ela é, sem dúvida, o melhor exemplo de Liderança que eu tenho tido. Ética, generosidade, entrega ao próximo, liberdade e independência de decisão, sentido de justiça e espírito de serviço pelo Bem Comum, são apenas algumas características que tenho aprendido e tento pôr em prática diariamente na minha profissão. Se eu me considero o CEO da “minha” vida (não há minha, há nossa), a Lídia tem sido a chair da mesma, ao desafiar-me a ser a melhor versão de mim mesmo, a impelir-me para subir o nível da fasquia e a apoiar-me a sair fora da minha zona de conforto. Temos sido um  board onde o crescimento sustentado é o objetivo principal e onde todos os stakeholders, tanto a nível pessoal como profissional, estão bem representados e os seus interesses defendidos.

Quando penso na sua importância na minha vida profissional, lembro-me da história (não sei se verídica ou não) que se conta de Sir Winston Churchill (não me comparando obviamente com a personagem, querendo apenas extrair a lição moral), quando uma tarde passeava com a sua mulher, Clementine, em Londres e ela parou a falar com um carteiro do Royal Mail, afastando-se ligeiramente. Após largos minutos de conversa, ao retomarem o seu caminho, Winston Churchill perguntou-lhe quem era aquele cavalheiro. Clementine disse-lhe então que era um conhecido dos tempos dela de juventude, que um dia se tinha apaixonado por ela e que queria ter casado com ela. Ele disse-lhe que ela tinha sido afortunada em não se casar com esse rapaz, pois hoje ela seria a mulher de um carteiro e não do Primeiro Ministro de Inglaterra. Ao que ela prontamente respondeu: “Not at all, my dearest. If I had married him, he would have likely become the Prime Minister of England”.

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