Teresa Cruz: “Aos 50 anos, fiz uma viragem de 180 graus na minha carreira”

Teresa Cruz, Head of HR, Talent Acquisition e Management Control & Quality da IT Sector, fez uma mudança de carreira, de empresa e de área de atuação ao mesmo tempo. Admite que esta mudança tinha tudo para ser de risco, mas afinal está a revelar-se vencedora.

Teresa Cruz é Head of HR, Talent Acquisition e Management Control & Quality da IT Sector.

Teresa Cruz dedicou 20 anos da sua carreira à Faurecia como diretora de Recursos Humanos e, em 2020, decidiu abraçar um novo desafio na ITSector. Na empresa tecnológica começou como Management Control & Quality Diretor e, recentemente, foi nomeada Head of HR, Talent Acquisition e Management Control & Quality .

Como membro da equipa de gestão, Teresa Cruz irá desempenhar um papel fundamental na definição e implementação de estratégias inovadoras desde o recrutamento e seleção até à gestão de desempenho, cultura organizacional e bem-estar dos colaboradores.

A título pessoal, Teresa Cruz é uma apaixonada por desporto, tendo sido atleta de competição e instrutora de ginástica rítmica de competição e fitness.

 

“Uma mudança de carreira, de empresa e de área de atuação pode revelar-se uma experiência profundamente transformadora e enriquecedora ou, por outro lado, um desafio que traz ao de cima as nossas maiores inquietações.

Tudo é determinado por um conjunto de variáveis que devem ser cuidadosamente avaliadas antes de decidirmos abraçar um novo desafio, tornando-se essencial fazer uma análise ponderada, com bom senso e determinação antes de se dar o passo decisivo.

A minha experiência de mudança profissional tinha tudo para ser de risco. Contudo, mesmo tendo essa consciência, impulsionada pela minha vontade e determinação de mudar, nada receei e segui caminho!

Tive o prazer de entrar para a ITSector no início de abril de 2020. Estávamos em pleno estado de emergência, tinha acabado de fazer os meus 50 anos e passava por um período de fragilidade pessoal devido à doença prolongada de um familiar.

Foi neste contexto que decidi trocar uma multinacional na indústria automóvel e a área de recursos humanos, – onde dominava todos os processos, compreendia os mais variados cenários e conhecia todas as pessoas – por uma empresa portuguesa do sector da tecnologia e para uma função na área de controlo de gestão e qualidade. Esta foi, sem dúvida, a melhor forma de me reinventar e de voltar a ter aquela sensação inquietante de borboletas na barriga”!

 

Tive de procurar nova informação, estudar de novo, fazer muitas questões a quem sabia mais do que eu, pedir suporte e caminhar com o máximo de segurança possível.

 

Os desafios foram vários, no entanto, em nenhum momento hesitei em tomar a minha decisão. O mundo naquela altura estava em suspenso absoluto. Na sequência do confinamento, estava impossibilitada de frequentar o escritório, conhecer os meus novos colegas e estabelecer a proximidade e relacionamento que entendo como tão necessários para um processo de onboarding bem-sucedido.

Lembro-me de ir buscar o meu computador ao escritório na baixa do Porto e de ser praticamente a única pessoa na avenida dos Aliados. Entrei no escritório e não vi ninguém! Enquanto uma Pessoa de Pessoas que entendo ser foi sem dúvida uma aventura começar de novo neste modelo 100% remoto.

Já assumir uma nova função orientada para números e processos, em detrimento da gestão de Pessoas, exigiu-me um novo foco. Tive de procurar nova informação, estudar de novo, fazer muitas questões a quem sabia mais do que eu, pedir suporte e caminhar com o máximo de segurança possível. Confesso que este processo me apaixonou! Desde sempre procurei saber mais, diversificar o meu conhecimento e vivenciar a transformação.

A terminologia muito própria do setor de IT representou um desafio adicional para mim. O facto de não ver as peças no chão de fábrica, de não assistir ao transporte do produto final, foi uma mudança abrupta, porém, como diz o ditado: “primeiro estranha-se, depois entranha-se”.

 

A humildade com que começamos de novo, a autenticidade com que nos apresentamos e o foco em estabelecer relações de confiança são fundamentais para sermos bem recebidos e rapidamente chegarmos ao resultado esperado.

 

A chave de sucesso para minha adaptação, foi sem dúvida, a excecional equipa que tive a sorte de encontrar! Tanto os meus colegas de departamento, a equipa de recursos humanos, assim como o meu Manager, que sempre me apoiaram e estiveram disponíveis para responder a todas as minhas questões, facilitando, desta forma, todo o processo.

Sair da zona de conforto é um desafio que nem todos estão dispostos a enfrentar. Inevitavelmente, traz-nos alguma inquietação e incertezas, exigindo uma autorreflexão apurada de como é que o nosso background profissional anterior e todas as competências adquiridas podem agregar valor à nossa nova missão e propósito da nova organização de que fazemos parte.

Diria que a humildade com que começamos de novo, a autenticidade com que nos apresentamos e o foco em estabelecer relações de confiança são fundamentais para sermos bem recebidos e rapidamente chegarmos ao resultado esperado. Não esquecendo nunca, o divertimento que devemos retirar dos processos de mudança, que devem ser sempre conduzidos com a devida pitada de humor e orientados pelo seu lado mais positivo.

Confesso que nunca fiz grandes planeamentos, tanto na minha vida pessoal como profissional. Confio muito no que sinto ser o mais ajustado ao momento, o mais sensato e verdadeiramente o que me apetece no “agora”. Assim, aos 50 anos, fiz uma viragem de 180 graus na minha carreira que só me acrescentou valor e pela qual sou muito grata!”

 

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