Desde 2013 que a presença feminina na gestão das empresas tem vindo a aumentar em todas as dimensões, ainda assim, é nas grandes empresas que se regista a maior subida (de 11,3% em 2013 para 15,6% em 2018) e é nas empresas mais pequenas e mais jovens que a presença feminina é maior.
As conclusões são da 9.ª edição do estudo “Gestão e liderança feminina nas empresas em Portugal” (que analisa o período 2013-2018) realizado pela Informa D&B. Apesar de lenta, a evolução do protagonismo das mulheres nas empresas é consistente em todos os indicadores analisados: cargos de liderança (funções do primeiro gestor, seja Presidente do Conselho de Administração e Gerente), de gestão (órgãos sociais, como órgãos de gestão, administração e gerência), de direção executiva (diretores de 1.ª linha), e cargos de topo, como presidência de conselhos de administração e direção geral.
Entre 2013 e 2018, os cargos de direção executiva registaram um aumento de 3,4%, com as mulheres a ocupar agora 27,5% dos cargos, face a 24,1% em 2013. As direções com maior presença feminina são as de Qualidade, Recursos Humanos e Marketing e Comunicação, com as duas primeiras a ser as únicas a apresentar direções com mais mulheres do que homens, 58% e 53% respetivamente. Já no que diz respeito aos Conselhos de Administração, o indicador que registou o maior aumento, os valores quase duplicaram no período analisado (em 2013, 8,1% dos cargos de gestão das cotadas era ocupado por mulheres, subindo para 15,2% em 2018). Contudo, apesar do aumento do número de mulheres em cargos de gestão, liderança e direção executiva das empresas, a presença parece diminuir à medida que cresce a dimensão das empresas, com as microempresas a registar maior presença feminina nesses cargos (30,9%).
Mulheres na liderança promovem mais diversidade
Os dados apontam ainda que a paridade de género em cargos de gestão é promovida, sobretudo, pelas próprias mulheres. É nas empresas lideradas por mulheres que há mais equipas de gestão mistas (75%), ao contrário do que acontece nas empresas lideradas por homens, em que metade das equipas são exclusivamente masculinas.
A curto prazo, são vários os desafios que podem vir a influenciar o aumento da relevância das mulheres nas empresas, como a tendência empreendedora (nos últimos cinco anos verificou-se um aumento de 33% no número de empreendedoras femininas), a crescente importância de cargos desempenhados por mulheres, a fraca presença feminina nas áreas tecnológicas (apesar de as TIC assumirem grande importância no meio económico, a representação feminina em cargos de gestão nessas áreas é muito baixa, com apenas 17% das empresas a ser lideradas por mulheres), a nacionalidade do capital (existe um maior número de empresas portuguesas com controlo de capital estrangeiro, mas é nas de capital nacional que se encontram mais mulheres em cargos de gestão) ou a natureza da gestão das empresas (as empresas familiares registam uma presença feminina em cargos de gestão superior às empresas com outro tipo de gestão).