Elisa Ferreira vai sair do Parlamento Europeu para ocupar o cargo de vice-governadora do Banco de Portugal (BdP). A notícia está a ser avançada pelos principais jornais portugueses e sabe-se que o nome da europdeputada socialista já circulava “há uns meses para ocupar um cargo importante na supervisão portuguesa”.
Sabe-se também que a banca portuguesa vê com bom olhos o nome de Elisa Ferreira para este lugar. O seu domínio técnico e o seu papel enquanto deputada na construção da união europeia posicionaram-na para um lugar desta importância. O portal Observador adianta ainda que “o processo de saída de Elisa Ferreira já estava a ser acompanhado em Bruxelas há algum tempo”.
Elisa Ferreira foi a primeira mulher doutorada da Faculdade de Economia do Porto.
A eurodeputada liderou a equipa do Parlamento Europeu que em 2014 chegou a um entendimento com os governo da União Europeia sobre o mecanismo único de resolução dos bancos no quadro da União Bancária. E foi uma das economistas que integrou a equipa que fez para António Costa o cenário macroeconómico que esteve na base do Programa Eleitoral do PS tendo sido também um dos nomes falados para o Governo caso o PS vencesse as eleições. Numa entrevista recente ao Jornal de Negócios, Elisa Ferreira disse que “temos de ver onde somos mais úteis”. E prepara-se agora para vir de Bruxelas para o BdP.
Elisa Ferreira é licenciada em Economia, fez um mestrado e um doutoramento em Inglaterra, foi professora universitária, ministra do Ambiente e do Planeamento e ainda candidata à Câmara Municipal do Porto. Diz que não é uma mulher de grandes cedências e que o grande referencial da sua vida é fazer coisas coerentes com o que acha que está certo.
É uma mulher já habituada a trabalhar em áreas tradicionalmente masculinas, foi assim na política e na universidade, tendo sido a primeira mulher doutorada da Faculdade de Economia do Porto. Disse ela ao blogue anabelamotaribeiro: ““Mas que pena, que não há modelo de vestes académicas para mulher, como é que vai ser?” [risos] Ficou um bocadinho mais caro, mas comprei vestes inglesas, que eram unissexo!”.