Design Thinking: Afinal, o que é isto?

É um conceito que tem ganhado muita popularidade e no qual pode facilmente vir a tropeçar. Mas garantimos que é muito mais do que um maneirismo super fancy.

Este conceito pretende pôr as equipas a pensar mais nas necessidades do cliente.

Texto da Equipa Monday

Certamente já ouviu estas duas palavras repetidas em várias ocasiões, seja por nós, Monday – sim, sabemos! -, seja noutro contexto profissional. Nos últimos anos, este é um conceito que tem ganhado muita popularidade e no qual, eventualmente, é fácil de vir a tropeçar. Mas, afinal, o que é Design Thinking? Garantimos que é mais do que um maneirismo super fancy.

Posto por palavras bastante simples, é um processo com foco no ser humano, para a solução de problemas de uma forma criativa. Ao contrário daquilo que se possa pensar, este conceito já existe há vários anos, mesmo que só agora se tenha ouvido falar com mais regularidade. Quando é bem feito, dá origem à inovação – afinal, é isto que se quer, verdade?

O que significa exatamente?

O Design Thinking é um processo que ajuda as equipas a descobrir o balanço intrínseco que existe entre aquilo que faz sentido para o consumidor final, o que tecnologicamente é fazível, e o que é efetivamente viável para uma empresa.

Também pode ser caracterizado como uma forma de encorajar as empresas a focar nas pessoas para quem estão a criar, resultando em melhores produtos, serviços e processos internos.

Num contexto mais social e de negócio, tem que ver com a forma como são desenhados os produtos, assim como uma nova forma de pensar: baseada nas necessidades dos utilizadores. Mais do que um processo, é mesmo uma forma de pensar.

Porque é importante para as empresas?

Podíamos estar aqui com estudos e conclusões, mas vamos falar por experiência própria: trouxe-nos a co-criação com os clientes, e com isto queremos enfatizar a criação de verdadeiras parcerias, focadas em criar valor acrescentado tanto para o cliente, como para nós enquanto empresa; trouxe-nos um maior foco no porquê das coisas, e não só do porquê de serem como são; trouxe-nos transformação interna e alinhamento de formas de pensar entre equipas, sempre centrado nas necessidades dos utilizadores. Por fim, mas não por último, trouxe-nos uma maior empatia com o utilizador final e entre equipas, assim como a diminuição de incertezas na criação de soluções.

É claro que o Design, enquanto disciplina, não funciona sozinho. Como seu fiel companheiro, tem sempre em vista a experiência do utilizador. Um bom design transmite uma experiência suave, sem problemas nem preocupações. Já ouviu falar no paradoxo “Norman’s Door”? Figurativamente, é um termo que designa algo que foi mal feito, mal pensado ou desenvolvido, e que, na sua utilização, se torna incómodo. Pois bem, é isso mesmo: má experiência de utilizador.

O Design Thinking, continuando por este fio condutor, é nada mais, nada menos, do que a diferença entre aquilo que pode resultar e aquilo de que os utilizadores realmente precisam. Na sua génese, é uma forma criativa de resolver um – ou vários – problemas.

Quais são os seus princípios fundamentais?

O primeiro, e o mais importante, é a empatia. Sem atender às necessidades e áquilo que os utilizadores querem, não se está a fazer Design Thinking.

O segundo, e o “core” deste processo, é a ideação. Basicamente, acontece quando várias ideias são confrontadas entre si, e umas sobre as outras. É aqui que a criatividade ganha asas e a inovação acontece.

O terceiro é a experimentação, na qual se tenta responder a algumas perguntas, como: as hipóteses formuladas estão certas? Conseguiu-se acertar nos pontos certos? O que pensam os utilizadores deste produto? Ou seja: testes, e mais testes.

As cinco fases do Design Thinking

Empatia, definição, ideação, prototipagem e teste. Entender, de forma profunda, o consumidor e as suas necessidades, para se ser capaz de definir os desafios de forma mais concreta. Já a ideação, passa por desenvolver várias soluções que sejam capazes de resolver o problema. Quanto às últimas duas fases, destinam-se à criação de protótipos para testá-los junto dos utilizadores.

São estes os cinco passos no processo de Design Thinking, mas não são tão lineares quanto possa parecer. Na verdade, todo este processo é um mindset, uma forma de pensar em como se consegue, efetivamente, chegar à resolução de problemas. E este, sim, é o principal objetivo – como se chega lá, já é mais arbitrário: pode ser passo-a-passo, pode ser saltando de fase em fase… irá sempre depender daquilo que o projeto está a pedir.

E o que é o Business Design?

Há um outro conceito que, para nós, é essencial e que está interligado com Design Thinking: o Business Design. Lembram-se quando, acima, falámos de contextos sociais e de negócio? Ora cá está. Em teoria, é a aplicação do Design Thinking aos problemas relacionados com negócio, e cujo objetivo é o de trazer, também, a inovação. Contextualizando, significa que uma equipa tem três funções principais  :

  1. Estruturar, dirigir, e/ou informar todo o processo de design através de uma perspetiva de negócio, a fim de garantir que resolve os problemas de forma eficaz;
  2. Traduzir as soluções a que chegou através do design em valor e impacto, com uma linguagem com que todos estejam familiarizados. Deste modo, conseguirá provar a eficácia deste processo na resolução de problemas (cá está, mais uma vez);
  3. Aplicação de metodologias centradas no ser humano, de forma a fortalecer tanto o negócio como a sua parte financeira. No fundo, criando produtos e soluções viáveis através do design.

Resumindo, o processo de Business Design é focado na viabilidade, na aplicabilidade e na conveniência. É aqui que, mais uma vez, se cruza com o Design Thinking.

De que forma é que se pode implementar?

Se o objetivo é chegar a bons resultados, à inovação, a um melhor entendimento de cliente/empresa/equipas e utilizadores e à redefinição de problemas existentes: esta é a solução. Alguns conselhos para que a implementação corra bem:

. Devagar se vai ao longe

Sempre se ouviu dizer, não é? Aqui, também se aplica, já que não é de um dia para o outro que se consegue reestruturar equipas e departamentos inteiros com um mindset completamente novo.

O melhor é recorrer à explicação e ensinamento daquilo que se está a querer implementar e, só depois, praticar a execução das 5 fases – através de pequenas experiências, ou através de grupos pequenos, ou ainda recorrendo a tempos específicos no planeamento das equipas para esta integração.

. Quem irá espalhar a palavra?

Há sempre alguém, ou um conjunto de pessoas que, naturalmente, tem mais jeito para isto –  pode ser por ter experiência ou contacto anterior com o Design Thinking, ou apenas porque se sentem motivadas para aprender e para que seja implementado.

Aproveitando estes colaboradores preciosos para construir pequenos grupos de interessados para que sejam quem levanta o estandarte do Design Thinking, assim como para que ajudem a treinar e a aconselhar aqueles que possam ainda não estar tão dentro do processo.

. Fomentar a aproximação entre equipas

Esta é uma área em que a multidisciplinaridade e a co-criação entre equipas e departamentos são fomentadas por excelência. Resulta sempre melhor quando diferentes perspetivas e áreas de conhecimento se encontram.

Como? Por exemplo, através de workshops ou de projetos onde estejam elementos de vários departamentos ou disciplinas.

. Não há um princípio, meio ou fim

É importante ter em consideração de que este é um processo fluído, e que as 5 fases podem decorrer em paralelo. O melhor é começar-se pela fase que fizer mais sentido para o problema a ser resolvido.

. De que forma é possível medir o sucesso que está a ter?

Depois de tanto esforço para conseguir introduzir e implementar este mindset junto das equipas, já se torna premente a necessidade de ter como medir o seu sucesso/progresso. Há duas perguntas essenciais: quantos projetos têm aplicado o Design Thinking? De que forma é que este mindset tem impactado os colaboradores? Ao responder a estas duas perguntas, simples mas eficazes, tem-se uma perceção daquilo que se está a atingir, ou não, com a implementação e com o incentivo deste mecanismo.

Tal como qualquer mudança, demora o seu tempo – mas é certo de que ver os seus resultados irá fazer com que tudo valha a pena. Muitos testes, muita calma e alguma paciência, misturando-se empenho e dedicação, é a receita ideal para que se consiga chegar à meta: mais eficiência e mais colaboração.

Ao longo dos anos, fomos desenvolvendo estratégias para verificar como poderíamos evoluir e introduzir isto em todas as nossas equipas, sempre tendo como base algumas perguntas essenciais: o que estamos a fazer mal no processo de trabalho? Como é que cada departamento comunica? Como é que cada um dos nossos colaboradores trabalha, em equipa e individualmente? Como é que as equipas encaram o Design em si?

Com este mindset, conseguimos criar sessões cíclicas com todos os departamentos, de modo a não perder o fio condutor para atingir a nossa meta, aquilo que a nossa empresa ambiciona: conseguir dar respostas às necessidades dos consumidores e clientes. Esperamos que, depois de termos explicado cada passo, consiga lá chegar também! Se tropeçar no caminho, não há problema – estamos aqui para ajudar.

 

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