As mulheres fazem um bom trabalho e aguardam pacientemente pelo reconhecimento. Mas esta estratégia raramente é bem-sucedida. Que comportamentos e hábitos têm as mulheres líderes perante a carreira e a vida que explicam que elas tenham atingido o topo, quando muitas outras ficaram pelo caminho? O que podemos fazer para que o nosso mérito seja reconhecido? A resposta está no livro De Trainee a CEO.
As autoras, fundadoras do site Executiva.pt, fizeram uma análise a centenas de testemunhos, a tudo o que escreveram, leram e ouviram, e descobriram um padrão: pontos em comum, qualquer que seja a formação de base, a forma como a carreira progrediu, o setor de atividade ou o facto de terem ou não feito carreira internacional.
“Este livro é o resultado de centenas de entrevistas e conversas com gestoras, empresárias e empreendedoras, mas também de muitas leituras que fizemos e testemunhos que escutámos ao longo de 35 anos de carreira, mas sobretudo dos últimos oito, desde que lançámos a Executiva”, diz Isabel Canha. “Sendo a nossa missão incentivar a progressão profissional das mulheres, decidimos sintetizar este conhecimento e partilhá-lo com todas as mulheres que ambicionam chegar a funções de liderança”.
Foi esse o ponto de partida do livro De Trainee a CEO, um livro recheado de testemunhos de mulheres reais, que revela as 7 atitudes vencedoras das mulheres líderes:
“Não basta ter um bom desempenho, é preciso ter as atitudes certas”, acrescenta Maria Serina. “A boa notícia e que estas são atitudes que podem ser desenvolvidas e seguidas por outra mulheres, seja qual for a fase da carreira em que se encontram”.
A apresentação do livro
O livro foi lançado ontem na Casa da Imprensa e contou com a apresentação de Fátima Carioca, dean da AESE Business School. “Este é um livro muito inteligente e muito relevante”, começou por dizer, detalhando em seguida: “É muito inteligente porque é um livro rigoroso (que vai ao fundamento teórico de cada ideia que expressa), e ao mesmo tempo muito prático (com conselhos muito orientados à ação). É um livro profundo (vai ao sentido do porquê e do para quê de cada ideia) e simultaneamente leve (lê-se muito bem, cada capítulo conquista-nos, deixa-nos inspirada e confiantes). É um livro extraordinário (os exemplos são sempre de decisões, ações, vidas extraordinárias no sentido em que são pioneiras, inconformadas, determinadas, desalinhadas com a normalidade – estão one step ahead of others) e ao mesmo tempo é um livro recheado de sentido comum, que faz com que entendamos que ser uma profissional excelente, uma mulher extraordinária é exigente, mas não exige magia, nem ações dignas de super-heroínas.”
Na sua apresentação, Fátima Carioca salientou ainda a arquitetura do livro, que reúne 7 segredos que são 7 hábitos passíveis de ser desenvolvidos e adquiridos por qualquer mulher, está dividir em 7 capítulos que podem ser lidos em sequência, aleatoriamente ou consultados como um manual, e, finalmente, que pode ser visto como um plano de ação em que cada dia da semana se põe em prática e se treina um dos 7 hábitos. No final, a dean da AESE, recordou que chegar à liderança requer excelência pessoal e profissional, que qualquer líder é pioneiro — o que implica aventurar-se e arriscar no que é desconhecido — e citou o filósofo Waldo Emerson: “Não vás onde manda o caminho, vai onde não há caminho e deixa rasto”, para concluir que o rasto não é apenas o nosso legado, é aquilo que entregamos às próximas gerações para que elas cheguem mais longe”
Ana Silva, diretora da PwC, um dos patrocinadores deste livro, recordou que desde 2015 a consultora acompanha e apoia o trabalho da Executiva. “Já foram vários os eventos e publicações que a Executiva trouxe para o mercado e este livro é mais um dos bons exemplos ao qual a PwC tem o orgulho de se associar”. De seguida detalhou os progressos que a PwC tem feito na área da diversidade e inclusão desde 2011, contando hoje com 37% de mulheres em cargos de gestão e liderança e realçou a importância de cada vez mais homens gozarem a licença de parentalidade, que é uma realidade ainda pouco explorada. A PwC está agora a dar voz aos seus colaboradores internamente, desafiando-os a partilharem os desafios que enfrentam na paternidade, pois também os homens precisam de mais role models para descomplicar esta faceta cada vez mais importante da sua vida. “Mais do que uma reflexão sobre a necessidade de adiar a maternidade, como é referido no livro, para conciliar com a carreira da mãe, a chamada do pai para partilhar muitas das responsabilidades e das alegrias da maternidade é um must“, concluiu.
Soledade Carvalho Duarte, managing partner da Transearch, destacou que tem apoiado todos os projetos da Executiva porque na sua atividade de executive search, que já leva mais de 30 anos, não pode estar mais de acordo com a missão da Executiva. “As mulheres continuam a ter um papel pouco representativo no meio empresarial português. Acho uma batota dizer que há 30% de mulheres nos boards porque estão sobretudo em cargos não executivos”, apontou, “de facto, mulheres em posições de liderança e de chefia contam-se pelos dedos das mãos”. A responsável pela Transearch terminou recordando que sempre diz que “o caminho se faz caminhando” e advertindo que essa caminhada deve ser feita acompanhada pelas pessoas certas. “Nunca se esqueçam da componente ética. Pessoas que podem trair a vossa confiança podem destruir a reputação das vossas carreiras. Escolham bem as vossas equipas, a começar pelos maridos ou signifcant others, que é a decisão mais difícil de uma vida. Recrutar bem é essencial.”
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