Qual é o segredo para ter uma equipa motivada e comprometida, não só com a evolução profissional de cada elemento per se, mas com o sucesso global da companhia? Essa é a million-dollar question a que a maioria dos líderes – os melhores, pelo menos – procuram dar resposta, embora nem sempre seja fácil encontrar mecanismos que agradem a todos os colaboradores e que permitam motivar as equipas como um todo. Gary Matuszak, diretor de Tecnologia, Media e Telecomunicações da KPMG, num artigo para a revista Fortune, sugere quatro passos fundamentais que podem abrir caminho para que levar aqueles que consigo trabalham ainda mais longe.
Embora defenda que os fatores tradicionais de motivação continuam a ser cruciais, não devendo, jamais, ser negligenciados – nomeadamente no que respeita à remuneração e à oferta de outros benefícios atrativos, bem como à criação de condições de formação e de oportunidades de crescimento profissional –, este executivo de topo argumenta que, nos dias de hoje, é imperativo não ficar só por aí. “É preciso muito mais do que isso para inspirar as pessoas a avançar para outros patamares de excelência”, garante.
Não há nada mais motivador do que líderes que são apaixonados por aquilo que fazem.
Segundo este especialista, não há nada mais motivador do que “líderes que são apaixonados por aquilo que fazem” e que estão dispostos a partilhar as suas experiências com as suas equipas, a envolver-se diretamente nos desafios, a encetar um processo de aprendizagem comum e a ouvir o que os seus colaboradores têm para lhes dizer. Para que possa apostar num estilo de liderança mais transparente, participativo e motivador, Gary Matuszak aconselha-a a:
Partilhar com os outros aquilo que a faz mover
Este alto quadro fala sobre o seu próprio métier: “não consigo pensar noutra indústria tão entusiasmante como a da tecnologia”, defende. Concorde-se ou não com o ponto de vista, o que é certo é que o exemplo pode aplicar-se aos mais distintos setores de atividade. Lembrando que a indústria tecnológica “muda a vida das pessoas, os serviços que usamos e a maneira como consumimos, entre outras coisas”, Matuszak diz que faz questão de todos os dias partilhar com a sua equipa – e até com os próprios clientes – a sua paixão por esta área.
Abraçar novas oportunidades
Esteja atenta às oportunidades que surgem e não tenha receio de correr riscos: há caminhos por desbravar que podem levar-nos – e àqueles que connosco seguem – mais longe do que, à partida, poderíamos supor. O responsável pelas áreas de Tecnologia, Media e Telecomunicações da KPMG volta a citar o seu próprio exemplo: quando ainda estava a dar os primeiros passos na sua carreira, Gary Matuszak teve a oportunidade de se transferir para o escritório de Silicon Valley. À época, em plena década de 80, Silicon Valley não era ainda o caldeirão fervilhante que é hoje, mas ter a oportunidade de crescer com a própria indústria foi determinante para o rumo que a sua carreira tomou.
Dar aos seus colaboradores as ferramentas necessárias para atingir o sucesso
Um líder digno desse nome é aquele que, não só não teme, como promove, acompanha e se regozija com o sucesso dos seus colaboradores. Gary Matuszak sublinha que, quando partilhamos com os nossos colaboradores o conhecimento de que eles precisam para prosperar, não só os munimos de mais ferramentas para o exercício das suas funções, como instilamos a confiança necessária para que ambicionem continuar a crescer.
Salientar os objetivos verdadeiramente importantes
O diretor de Tecnologia, Media e Telecomunicações desta consultora norte-americana regressa ao exemplo da sua experiência na KPMG para frisar a importância do último ponto. Citando uma iniciativa recente desta multinacional, em que se pedia aos colaboradores que partilhassem histórias sobre aqueles que entendem ser os propósitos ulteriores do seu trabalho e a forma como ele pode impactar a vida das pessoas para além dos serviços de consultoria mais imediatos, Matuszak adianta que, dos trabalhadores que responderam que os seus líderes discutiam estes “objetivos verdadeiramente importantes” com as suas equipas, 94% consideravam que a KPMG é “um ótimo local para se trabalhar” e que “tinham orgulho em trabalhar para a companhia”. Os bons líderes “não têm necessariamente de criar mensagens muito aparatosas para inspirar as suas equipas”, remata. “Basta falarem mais frequentemente daqueles que são os objetivos últimos do seu trabalho e isso servirá de motivação aos seus colaboradores.”