Mulheres líderes boas na crises, Rent the Runway estreia-se na Bolsa, Sheryl Sandberg não foge de conversas difícies

A ler na Executiva

José António de Sousa

José António de Sousa fez a maior parte da sua carreira na liderança de multinacionais no estrangeiro.

José António de Sousa, colunista da Executiva, escreve sobre o suposto conto de fadas de Elizabeth Holmes e as comparações inevitáveis com a realidade nacional. A ler na Executiva.

 

A ler na Web

Boas na crise

As mulheres assumiram ainda mais “trabalhos invisíveis” do que se conhecia durante a pandemia. O novo relatório  “Women in the Workplace 2021″da LeanIn e McKinsey revela que a missão de apoiar o bem-estar dos funcionários e promover a diversidade, equidade e inclusão está a ser desproporcionalmente assegurada por mulheres. O pior é que elas não estão a ser reconhecidas nem recompensadas por isso. Com esta pesquisa descobriu-se que as mulheres gestoras que fornecem apoio emocional aos seus colaboradores são frequentemente vistas como “cuidadoras”, em vez de serem valorizadas por serem competentes em gestão de crises. “Este trabalho de missão crítica corre o risco de ser catalogado como ‘trabalho doméstico de escritório’: tarefas e atividades necessárias que beneficiam a empresa, mas não são reconhecidas, são subestimadas e não conduzem a avanços na carreira”, como escreve Marianne Cooper, uma das co-autoras do estudo, na Harvard Business Review.
Em comparação com os homens em funções semelhantes, as líderes têm maior probabilidade de ficarem exaustas e cronicamente stressadas no trabalho. Mais da metade das mulheres líderes que gerem equipas afirmam que, nos últimos meses, sentiram-se esgotadas no trabalho “frequentemente” ou “quase sempre”, e quase 40% considera abrandar na carreira ou deixar a força de trabalhar completamente. Apenas cerca de 1/4 dos colaboradores dizem que o trabalho extra que estão a desenvolver é formalmente reconhecido. Com as mulheres líderes a sofrerem de burnout e muitas delas com um olho na porta de saída, é preciso fazer mais para que este trabalho seja considerado indispensável e não como trabalho voluntário que não conta para as horas de expediente.

 

Jane Fraser aposta em auditoria ao Citigroup  

O Citigroup, liderado por Jane Fraser, será o primeiro banco de Wall Street a fazer uma auditoria racial, com o objetivo de perceber qual o gap racial de riqueza nos Estados Unidos. O banco afirmou que esta auditoria se concentra no compromisso de 2020 de dedicar mil milhões de dólares a iniciativas que ajudem a eliminar a persistente lacuna de riqueza racial nos Estados Unidos,onde o património líquido médio de uma família branca é quase 10 vezes maior do que o de uma família negra.  A “medição e transparência” são importantes para os seus compromissos com a diversidade, equidade e inclusão, como se lê na Fortune.

Este tipo de auditorias é realizado por consultores externos, que analisam os modelos de negócio das empresas — de políticas a produtos e serviços — para determinar se eles causam, reforçam ou perpetuam a discriminação. Outras empresas estão a seguir esta via. A Airbnb e o Facebook já fizeram estas auditorias, a BlackRock e a Starbucks já anunciaram que também vão fazer esta avaliação.
Na mesma altura, foi anunciada a política de regresso ao escritório do banco. Ao contrário da pressão das outras instituições de Wall Street para voltar presencialmente ao local de trabalho, o Citigroup permite que os trabalhadores definam um modelo híbrido. Não se trata apenas de apoiar os funcionários; é também uma arma nas guerras de talentos, lemos na Bloomberg. “Quero esmagar a concorrência”, afirma Jane Fraser.

 

Rent the Runway sobrevive à pandemia e estreia-se na Bolsa

A empresa de aluguer de roupa de marca fundada em 2008 por Jennifer Hyman e Jennifer Fleiss, viu os clientes caírem de 133 mil para 55 mil e as receitas descerem 39% em 2020, por causa da pandemia, mas o negócio do “armário na nuvem” aguentou-se e até se estreou na bolsa de valores esta semana. Jennifer Hyman, a CEO, admite as dificuldades mas diz que o facto de terem tomado medidas drásticas quando quase todos trocaram as roupas de marca pelos pijamas, durante os confinamentos e os períodos de teletrabalho, ajudou a empresa a reinventar-se e a ficar ainda mais forte. O encerramento de lojas, a revisão dos planos de assinatura e a sua entrada no mercado de revenda ajudaram a Rent the Runway a manter-se, mesmo que nesta altura 90% das suas clientes continuem em teletrabalho. Com este IPO a empresa ficou avaliada em 1,3 mil milhões de dólares, quando em abril deste ano estava avaliada em “apenas” 870 milhões.

 

Foge de conversas difíceis? Sheryl Sandberg aconselha a não o fazer

Geralmente, ninguém aprecia conversas difíceis — seja qual for o lado da conversa em que se encontra —, mas num artigo da Forbes sobre o tema, encontra entre as várias dicas para as tornar um pouco mais fáceis, uma especial de Sheryl Sandberg. Segundo a COO (Chief Operating Officer) do Facebook não só estas conversas não devem ser evitadas como devem ser “treinadas” uma vez por semana, porque elas ajudam os colaboradores a crescer profissionalmente e trazem temas desconfortáveis para cima da mesa, ajudando as empresas a resolvê-los. Sheryl Sandberg cita como exemplos de conversas difíceis as que respeitam à diversidade no local de trabalho e à desigualdade salarial.

 

Nova aventura de Asterix volta a dar mais direitos às mulheres 

O novo livro Asterix e o Grifo, o 39.º da série e o primeiro publicado após a morte dos seus autores originais, volta ao tema da igualdade de género, depois disso já ter acontecido em A Filha de Vercingétorix, o livro anterior. Da autoria do argumentista Jean-Yves Ferri e do desenhador Didier Conrad, a nova dupla que assumiu a continuidade das aventuras de Obelix, Asterix e Ideafix, este novo volume dá protagonismo às mulheres do povo Sármatas, que exploravam as terras e iam para a guerra, deixando os homens a cuidar da casa e da família, papel que a investigação histórica confirma. “O tema [da igualdade de género] aparece inevitavelmente porque faz parte da nossa paisagem contemporânea”, admitiu em entrevista Jean-Yves Ferri.

 

A imagem das mulheres

Nos livros, elas são descritas como “lindas” e “encantadoras”. Eles são “corajosos” e “racionais”. Cientistas da Universidade de Copenhaga realizaram um hercúleo trabalho de campo: analisaram 11 mil milhões de palavra em mais de três milhões de livros escritos em inglês e publicados entre 1900 e 2008. O estudo utilizou um sistema baseado em inteligência artificial e aprendizagem computacional para analisar cada palavra inscrita nessas obras e fez a correlação entre géneros e adjetivos procurando identificar um padrão. Concluiu-se que há um tratamento diferente dado a mulheres e homens: as mulheres recebem apenas qualificativos relacionados com o seu aspecto físico, enquanto para os homens as referências concentram-se principalmente na sua força e personalidade. Entre as palavras mais usadas para descrever as mulheres estão “bonita”, “encantadora”, “linda”, “sexy”, “solteira”, “fértil” ou “sofisticada”. Para eles, os adjetivos mais frequentes são “justo”, “pacífico”, “racional”, “honrado”, “brutal” e “corajoso”. Em suma, durante mais de 100 anos a linguagem usada nos romances  é claramente sexista. Qual a relevância da descoberta para os dias de hoje? Os algoritmos consideram bom um padrão que se repete (por exemplo, relacionar a beleza com a mulher) e “aprendem” com os textos já escritos e publicados para a execução que têm de fazer, como por exemplo na seleção de profissionais.

 

A confiança da atriz Andie MacDowell não é de agora. Em entrevista ao El Pais conta que sempre soube dizer não a propostas estranhas que recebeu enquanto foi modelo, que deixou Hollywood para criar os filhos num rancho em Montana porque estava cansada da pressão de estar sempre a falar de trabalho e desde que se divorciou do segundo marido, há 20 anos, que não se lhe conhece namorado e diz que vive muito bem assim — a parte mais chata é as pessoas acharem que há um problema nisso.

Andie começou a carreira como modelo, depois celebrizou-se como atriz em Quatro Casamentos e um Funeral e Sexo, Mentiras e Vídeo, entre outros filmes, foi imagem da L’Oréal Paris durante mais de 30 anos, e roda agora uma série da Netflix, Maid, com a filha mais nova. No último Festival de Cannes surpreendeu ao aparecer com os seus inconfundíveis caracóis, agora grisalhos. A atriz diz que apesar de a sociedade glorificar as mulheres jovens para fazer com que as mais velhas se sintam mal, hoje já é mais fácil assumir os traços de envelhecimento, como as rugas e os cabelos brancos, porque “o mundo está preparado para permitir que as mulheres se sintam bonitas em qualquer idade”. E garante que têm sido muitas as mensagens de apoio no Instagram. “É quase como se as mulheres se sentissem aliviadas em ver uma mulher confortável com a sua verdadeira idade, sendo honesta sobre quem é”, remata.

 

Work hard, play hard!

BEBIDA

Mind your guts

Alimentos fermentados como iogurte, kimchi, kefir, chucrute e kombucha são há muito alimentos básicos em diferentes partes do mundo. Durante milhares de anos, diferentes culturas dependeram da fermentação para produzir pão e queijo, preservar carnes e vegetais e realçar os sabores e texturas de muitos alimentos. Agora, os cientistas estão a descobrir que os alimentos fermentados podem alterar a composição dos biliões de bactérias, vírus e fungos que habitam o nosso intestino, conhecidos coletivamente como microbioma intestinal, e podem reduzir os níveis de inflamação em todo o corpo, que os cientistas associam cada vez mais a uma série de doenças ligadas ao envelhecimento. As últimas descobertas vêm de um estudo publicado na revista Cell, realizado por investigadores da Universidade de Stanford. Depois de ler a notícia do The New York Times, quisemos incluir mais destes alimentos na dieta diária. E desta forma descobrirmos a marca de kombucha (chá verde fermentado)  fabricada em Portugal GUTsy Captain, que segue a receita original chinesa, utilizando ingredientes naturais e orgânicos de alta qualidade, chá verde fermentado com açúcar biológico de cana, e uma cultura própria de bactérias vivas e levedura chamada SCOBY (Symbiotic Culture Of Bacteria and Yeast). Há muitos sabores, mas para nós o mais delicioso é o de gengibre. Prove todos com o pack de vários sabores. Compre aqui.

 

LIVRO

Quatro estações à mesa

O novo livro de receitas do Pingo Doce promove o consumo de ingredientes frescos das quatro estações do ano. O objetivo é levar os portugueses a privilegiarem os legumes e frutas da época nas suas receitas, aproveitando quando estão no pico das suas propriedades e trazem mais benefícios para a saúde. São 150 receitas, que incluem informação nutricional, estando também classificadas segundo os alergénios glúten e leite, e existindo também propostas vegetarianas ou vegan. Compre aqui.

Publicado a 20 Novembro 2021

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