Marta Ortega assume presidência da Inditex e empreendedoras chegam ao clube dos bilionários

A ler na Executiva

Cristina Gamito_Deloitte

Cristina Gamito é partner da Deloitte Portugal.

Há escassez de talento, a nível global, nos domínios tecnológicos. E as mulheres continuam a não ingressar ou a abandonar as carreiras nesta área. Cristina Gamito, partner da Deloitte Portugal, responsável pelas áreas de Consultoria de Serviços Financeiros e setor de Insurance, que lidera também o Technology Consulting Group, defende: “Atrair e reter os melhores talentos, fundamentais para a transformação digital, deve ser uma prioridade”.

 

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Marta Ortega assume presidência da Inditex

A filha de Amancio Ortega, fundador da Zara, vai assumir a presidência da Inditex a partir de abrir de 2022, substituindo Pablo Isla, que estava no cargo desde 2011. O grupo, que hoje reune marcas como Zara, Massimo Dutti, Zara Home, Uterque, Pull&Bear, Bershka, Stradivarius e Oysho, e que tem 6654 lojas em 96 mercados, foi fundado em 1963 por Amancio Ortega, que tem hoje 85 anos. Tudo começou com uma modesta fábrica de vestidos e roupões que em 10 anos já contava com 500 trabalhadores. Em 1975 abriu a primeira loja na Corunha e, em 1988, a Rua de Santa Catarina, no Porto, recebia a primeira Zara fora de Espanha. Daí em diante, a marca revolucionou a moda em todo mundo e continua a fazê-lo. Marta Ortega não terá funções executivas, uma vez que o conselheiro delegado será Óscar García Maceiras, que também já estava no Grupo.

 

Empreendedoras chegam ao clube dos bilionários

Talvez não conheça bem os seus nomes, mas vale a pena registá-los, pois Sara Blakely, da Spanx, Whitney Wolfe Herd, do Bumble, e Anne Wojcicki, da 23andMe, vão certamente inspirar outras mulheres a concretizarem o sonho de criar o seu próprio negócio. As três conseguirem entrar no restrito clube dos milionários, ao venderem ou abrirem o capital das suas empresas. “Para aquelas que têm trabalhado para expandir as oportunidades de empreendedorismo para as mulheres, o sucesso de várias fundadoras milionárias este ano é um motivo de esperança”, escreveram na Fortune as jornalistas Maria Aspan e Emma Hinchliffe num artigo dedicado a estas três mulheres.

Mulheres na tecnologia queixam-se de falta de oportunidades

Fala-se muito na falta de talento nas tecnologias e, em especial, na falta de talento feminino. Muitas empresas viram-se para ações nas escolas, para conquistar as meninas para estas áreas, e talvez não estejam a olhar como deveriam para o mercado e até mesmo para as poucas mulheres que têm internamente. A verdade é que a falta de mulheres na tecnologia não é apenas um problema de as mulheres não se sentirem atraídas por esta área, mas também de que muitas das que nela trabalham acabam por a deixar, e as empresas têm a obrigação de perceber por que razão isto acontece.
Um estudo realizado nos Estados Unidos revela que uma em cada três mulheres que trabalham nesta indústria dizem ser vítimas de enviesamentos de género no local de trabalho. Os dados são claros, é só agir sobre eles: 52% apontam a falta de oportunidades de progressão profissional, 48% dizem que há falta de role models femininos na sua área, 43% falam na disparidade de salários entre géneros e 81% desafiam as suas empresas a fazer melhorias.

De empregada de limpeza a juíza

A luz do quarto de Adriana Queiroz estava sempre acesa nas madrugadas. Ela trabalhava durante o dia, estudava de noite e rezava para que quem a via apenas como uma mulher negra, pobre e filha de analfabetos não destruísse o seu sonho. Não queria ser o que os outros esperavam dela, ela queria ser juíza num país onde a taxa de analfabetismo das mulheres negras (14%) é mais do dobro da das brancas (5,8%). Hoje, com 38 anos, é titular da 1ª Vara Cível e da Vara de Infância e da Juventude de Quirinópolis, em Goiás, no Brasil. Tem cinco pós-graduações e estuda Letras nas horas vagas. Parece difícil acreditar que já foi empregada de limpeza. Ela teve que se esforçar muito mais que a maioria dos seus colegas de curso para vestir a toga, mas conseguiu. Contou as suas conquistas num livro que lançou em 2017, Dez passos para alcançar seus sonhos – A história real da ex-faxineira que se tornou juíza de direito.

Eu quero, posso e mando

Esta frase é geralmente atribuída aos homens, mas a prova de que as mudanças vão acontecendo, ainda que mais lentamente do que gostaríamos, é poder aplicá-la a uma mulher. Adele pediu ao Spotify para retirar a opção “aleatório” em relação aos seus últimos álbuns e o serviço de streamingcumpriu o seu desejo. Com o argumento de que os álbuns são idealizados para contar uma história e que, por isso, não faz sentido alterar a ordem das músicas, Adele conseguiu o que pretendia. É claro que isto só se consegue porque Adele é… Adele, a cantora que com mais de 120 milhões de discos vendidos tem batido recordes atrás de recordes! A primeira música a ser divulgada de “30″, o seu último álbum, bateu imediatamente mais um: o de música mais ouvida num dia. Por curiosidade, saiba que o recorde anterior pertencia a “Butter”, com 20,9 milhões de streams num só dia. Ouça “Easy On Me” aqui.

 

Retratos de mulheres

A afegã de olhos verdes

É, talvez, a foto mais conhecida da National Geographic. Em 1985, Sharbat Gula tornou-se num símbolo internacional do Afeganistão dilacerado pela guerra quando o seu retrato, tirado por Steve McCurry, foi publicado na capa da revista. Desde que os EUA saíram do Afeganistão, em agosto, e os talibãs conquistaram o poder, várias organizações sem fins lucrativos têm pedido ajuda para evacuar Sharbat Gula, que agora foi levada em segurança para Roma, como afirmou o governo italiano em comunicado.
Heather Barr, diretora associada para os direitos das mulheres da Human Rights Watch, afirmou que este é um momento particularmente perigoso para se ser uma mulher de destaque no Afeganistão. “Os talibãs não querem que as mulheres sejam visíveis e ela é uma mulher afegã extremamente visível”.
Acredita-se que a afegã tinha 12 anos quando Steve McCurry a fotografou, com um olhar penetrante de olhos verdes, em 1984, num campo de refugiados no Paquistão. O fotógrafo não sabia qual o seu nome, até que a encontrou nas montanhas do Afeganistão e foi capaz de verificar a sua identidade. Num artigo de 2002 da NationalGeographic sobre a busca empreendida por Steve McCurry para a encontrar, o fotógrafo descreveu Sharbat Gula enquanto mulher adulta, mãe de vários filhos: “O tempo e as dificuldades tinham apagado a sua juventude. A sua pele parece couro. A geometria de sua mandíbula suavizou-se. Os olhos ainda brilham; isso não mudou.”

 

O retrato real de Annie Leibovitz

A foto de John Lennon nu, abraçado a Yoko Ono, a sala dos Rolling Stones ou a guerra na Bósnia são o rosto visível de uma mulher que parece ter visto de tudo. Tão habilidosa a caçar imagens como a construí-las, Anna Lou Leibovitz começou a chamar-se Annie quando, aos 25 anos, se tornou fotógrafa da revista Rolling Stone. “Tive de encontrar um nome para mim porque as pessoas não conseguiam pronunciar o meu apelido.” Mais confortável atrás do que à frente da câmara, não gosta de falar de si própria. Mas nesta entrevista acaba por se abrir e fala do seu amor por Susan Sontag, como ela lhe leu Alice no país das maravilhas sentada sob uma árvore, como é ser mãe solteira de três filhas e como o Photoshop nunca supera a realidade.“Do rock à moda e inclusive à guerra. E de uma vida frenética converteu-se em mãe de 3 filhos com mais de 50 anos. Qual é o seu retrato real?”, pergunta o El País. “As pessoas pensam que comecei a fotografar os Rolling Stones porque me interessava por rock, mas o que me atraiu, desde que estudei Belas Artes e saí da pintura, foi a fotografia. É um campo onde tudo se encaixa. E se você se dedica à fotografia há 50 anos, não se transformar como pessoa seria estranho. Não mudar é não ter vivido, certo? Sobre a maternidade: Eu queria ser mãe.”

 

Mulheres: as vítimas que mais sofrem na guerra

O jornalista e fotógrafo espanhol Gervasio Sánchez viaja pelo mundo há 35 anos para retratar os conflitos armados e as suas vítimas. E não ficou indiferente aos rostos daquelas para quem o sofrimento parece multiplicar-se: meninas, adolescentes, mães, viúvas, refugiadas, escravas sexuais. Acaba de reunir no livro Violencia. Mujeres. Guerras(Blume) uma seleção de imagens que testemunham o papel destas mulheres nas situações mais violentas. Neste artigo do El Pais pode ver algumas das fotos e as respetivas legendas. É impossível ficar indiferente.

 

Work hard, play hard!

EXPOSIÇÃO

Maria de Lourdes Modesto homenageada no JNcQuoi

Ao mesmo tempo que lança um livro de homenagem à diva da gastronomia portuguesa, o restaurante lisboeta JNcQuoi inaugurou também uma exposição com os seus 29 pratos mais emblemáticos, esculpidos em açúcar pela escultora Alexandra Albergaria. A exposição distribui-se por dois pisos do JNcQuoi Avenida e está aberta ao público, com entrada livre, entre as 12h e a meia-noite.

O livro Maria de Lourdes Modesto é uma edição limitada que teve como inspiração o Cozinha Tradicional Portuguesa, lançado em 1982 e que é o mais vendido da cozinheira. A ideia resulta da relação próxima que o Chef António Bóia — responsável pela cozinha do JNcQuoi — tem há muitos anos com Maria de Lourdes Modesto, e conta com prefácio do gastrónomo Virgílio Gomes e fotografias de Nuno Correia. Saiba mais.

 

 

LIVRO

O que perdemos com a internet

 

Este livro é uma reflexão sobre as sensações perdidas desde que a internet entrou na nossa vida, mas não está escrito em tom de lamento. Pamela Paul, a autora, é a editora-chefe da secção de livros do The New York Times e propõe-nos uma viagem às nossas memórias, ao mesmo tempo que reflete sobre as diferenças entre o que é a nossa vida hoje e o que era antes. Apesar de valorizar a utilidade da internet para nos ajudar a superar os confinamentos, Pamela Paul revelou em entrevista ao El País algumas das suas tentativas de não se deixar devorar completamente por esta realidade. Não assina nenhuma plataforma de televisão por internet e insiste em escrever cartas em vez de e-mails para a filha que está na Universidade. Compre o livro.

 

Publicado a 03 Dezembro 2021

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