12 grandes tintos

Desde que escrevo sobre o sector, já lá vão 30 anos, mais coisa menos coisa, verifiquei que há, sobretudo, duas atitudes de consumo. A daqueles que bebem vinho, e as dos que gostam de vinho. Os primeiros pedem vinho, bebem vinho, consomem, talvez, muito. Mas fazem-no da mesma forma como se bebessem cerveja, whisky ou outra coisa qualquer, ou seja, com a mesma indiferença e a mesma necessidade de acrescentar um pouco de álcool ao consumo da refeição, à partilha de histórias com os amigos, à alegria dos bons momentos. Quanto muito dando, de vez em quando, estalos com a boca e dizendo, com veemência, que o que estão a beber é uma bela pomada.

Depois há os outros, aqueles que gostam de vinho, como eu. As diferenças são simples e evidentes. Quando lhes servem o vinho, gostam de olhar o conteúdo do copo, dar umas voltas ao líquido antes de o cheirar e pensar um pouco sobre as características dos seus aromas, aquelas que sentem e as que pensam que deveriam sentir. Depois, deixam passar o vinho pela boca, para sentir todo o prazer que pode proporcionar e pensam naquilo que realmente gostariam de comer como companhia. É verdade é que estes são apenas os passos de todos os principiantes, pois há muito mais no relacionamento do vinho com os nossos bons momentos.

O relambório que escrevi atrás serve apenas como intróito para explicar que, para seleccionar os vinhos abaixo, provei muitos outros, bastantes com prazer, pois é para isso que eles servem. E sempre com a atitude de quem gosta de vinho.

Pintas 2015
Wine & Soul
Castas: 30 de vinha velha
PVP: 80 euros
(18,5/20)

Aroma contido, com algumas notas florais a violetas, fruto preto e caruma de pinheiro. Notas de madeira. Na boca é um vinho volumoso, longo, austero, com muito ainda para dar com o tempo.

Vinha do Contador Grande Júri 2011
Global Wines
Castas: Touriga Nacional, Aragonez e Alfrocheiro
PVP: 90 euros
(18,5/20)

Vinho com 36 meses de estágio em garrafa, mostra um aroma contido, complexo, com notas de rosmaninho, chá e frutos vermelhos e do bosque. Na boca tem corpo, estrutura com final longo marcado pelas notas de madeira e fruta do nariz.

Casa Ferreirinha Reserva Especial 2009
Sogrape Vinhos
Castas: Touriga Franca, 3Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinto Cão
PVP: 190 euros
(18/20)

Tinto de aroma fresco e complexo, com notas de fruto preto e do bosque, madeira e nata. Na boca tem estrutura, é fino e elegante e tem um final longo e fresco, onde se sentem os aromas retronasais de fruto do bosque e chocolate preto. Um vinho de guarda que irá evoluir positivamente mais alguns anos. Deve ser servido entre os 16 e os 18ºC na companhia de carnes vermelhas ou assados no forno.

Esporão 4 Castas
Esporão
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Syrah e Petit Verdot
PVP: 11 euros
(18/20)

Vinho de aroma intenso onde se salientam as notas de frutos pretos e compotas, chocolate preto e alguma madeira. Na boca salienta-se o corpo volumoso, bem estruturado e envolvente, denso, com um final muito longo. É um vinho muito gastronómico, bom parceiro de pratos cozinhados de carne. Servir entre os 15 e os 17ºC, para ir abrindo no copo.

Casas Altas Quinta Vale do Ruivo Vinhas Velhas 2013
Casas Altas
Castas: Rufete, Baga e Folha de Figueira
PVP: 8 euros
(18/20)

Aroma atraente, com saliência para as notas de madeira e especiarias, com alguma fruta. Na boca é elegante, tem taninos finos e final de boca longo. É um grande parceiro de mesa, para um lombo de porco assado no forno, por exemplo. Mas também vai bem com queijos, como o da Serra de meia cura.

Pêra Manca Tinto 2013
Adega da Cartuxa
Castas: Trincadeira e Aragonês
PVP: 340 euros
(17,5/20)

Tinto de cor rubi e nariz poderoso e complexo, marcado pelas notas de frutos vermelhos e maduros, madeira, algum balsâmico, palha seca e nata. Na boca apresenta boas estrutura, corpo e final longo e complexo. É um vinho que se pode beber desde já ou durante alguns anos, na companhia dos sabores da carne. Sirva-o entre os 16 e os 18ºC.

Quinta Nova Grande Reserva 2013
Quinta Nova
Castas: Vinhas Velhas e Touriga Nacional
PVP: 45 euros
(17,5/20)

Belo vinho no nariz, com elegância, frescura, fruta preta e alguma mineralidade. Na boca tem estrutura, com tanino fino muito bem integrado. É um vinho de final longo, com notas de madeira e de fruta madura. Mostra bom potencial de evolução em garrafa.

Quinta da Bacalhoa 2014
Bacalhoa Vinhos
Castas: Cabernet Sauvignon e Merlot
PVP: 16 euros
(17/20)

Aroma marcado pelos frutos vermelhos maduros e alguma geleia, pimento, madeira canforada e algum citrino. Na boca é estruturado e tem um final longo com notas terciárias e de frutos vermelhos maduros. Apreciar entre 16 e 18ºC na companhia de carnes vermelhas e caça

Quinta dos Termos Talhão da Serra 2014
Quinta dos Termos
Casta: Rufete
PVP: 12 euros
(17/20)

Aroma fresco, elegante, com notas de fruta madura, geleia de frutos vermelhos, passa de uva e a frutos secos, a lembrar figo. Na boca é fresco, elegante, com notas retronasais de geleia de ginja e algum chocolate preto, e final longo e agradável.

 

Adega Mãe Touriga Nacional 2015
Adega Mãe
Casta: Touriga Nacional
PVP: 8,5 euros
(17/20)

Aroma profundo marcado pelas notas compotadas doces, bergamota, alguma pimenta e ramo de videira. Na boca é um vinho fresco, com tanino bem equilibrado e integrado, e final longo. Vinho com grande potencial de evolução com o tempo.

Pontual Reserva 2015
Pontual Wines
Castas: Alicante Bouschet, Syrah e Touriga Nacional
PVP: 10 euros
(16,5/20)

Neste vinho, de aroma elegante e fresco, sentem-se primeiro as notas florais de violetas e, depois, as de fruto silvestre e as notas de madeira. Elegante e fresco na boca, mostra taninos redondos e boa concentração aromática.

Paço dos Terceiros Alfrocheiro 2015
Sovibor
Castas: Alfrocheiro
PVP: 11 euros
(16,5/20)

Tinto de aroma com algum floral a lembrar esteva. Contido no que toca ao fruto, lembra fruta preta e folha seca. Na boca é elegante, volumoso, com tanino bem casado e final longo e equilibrado, com notas de madeira e de frutos secos. Um tinto para um cozido, por exemplo.

Classificação de prova

18 a 20: Um grande vinho, profundo, com uma personalidade e complexidade que o distingue de todos os outros e proporciona, a quem o degusta, uma experiência única.

16 a 17: Um vinho complexo, distinto, de boa qualidade e potencial de evolução, que vale sempre a pena apreciar.

14 a 15: Um vinho bem feito, consistente, que proporciona satisfação a quem o bebe.

12 a 13: Um vinho simples e honesto, do dia-a-dia, sem defeitos nem aspirações.

Todos os vinhos com classificação inferior são desinteressantes, desequilibrados ou apresentam defeitos. Nunca serão mencionados nestes artigos.

 

Publicado a 20 Abril 2018

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