O poder político das mulheres em Portugal é o indicador com menor pontuação no Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2015, do World Economic Forum. Neste item o nosso país ocupa a 35.ª posição no que respeita ao número de mulheres no parlamento, e a 31.ª posição quando a análise incide sobre a percentagem de mulheres no governo. Observando o número de mulheres convidadas para ministras por António Costa, não devemos conseguir subir neste ranking, uma vez que representarão menos de 31% dos ministros.
Francisca Van Dunem, ministra da Justiça
Nasceu em Angola há 60 anos, licenciou-se em Direito em Portugal e entrou de seguida para a magistratura, onde chegou a procuradora-geral adjunta em 2007. É casada com Eduardo Paz Ferreira, advogado e professor catedrático, e tem dois filhos.
Até agora dirigia a procuradoria-geral distrital de Lisboa. Foi pioneira na criação de um site onde se reporta diariamente a atividade do Ministério Público. Foi assessora do procurador-geral da República, Cunha Rodrigues e, já com o procurador Souto Moura, exerceu funções na Alta Autoridade Contra a Corrupção.
Liderou também o Departamento de Investigação e Ação Penal, onde antecedeu Maria José Morgado. É a primeira magistrada a assumir funções ministeriais depois de Laborinho Lúcio (nos anos oitenta). Foi representante de Portugal no comité Europeu para os Problemas Criminais no Conselho da Europa.
Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna
Tem 48 anos e tem desenvolvido a sua carreira na área do Direito. Licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra e é doutorada em Direito Comunitário pela Universidade de Saarland, na Alemanha. É atualmente diretora e professora do Departamento de Direito da Universidade Autónoma de Lisboa, tendo também lecionando na Universidade Nova e no Instituto de Ciências Policiais e Segurança Interna.
É conselheira jurídica da Fundação Calouste Gulbenkian desde 2012 e foi conselheira e coordenadora da Unidade de Justiça e Assuntos Internos da União Europeia, em representação de Portugal. Durante a presidência portuguesa, chefiou o SCIFA – Strategic Committee on Emmigration, Frontiers and Asylum (Comité Estratégico para a Emigração, Fronteiras e Asilo) e foi membro da delegação portuguesa do Comité Permanente de Segurança Interna e do Grupo de Trabalho de Alto Nível sobre Asilo e Migração.
Trabalhou anteriormente com António Costa como assessora jurídica, entre 2005 e 2006, quando este era ministro da Administração Interna. Nas últimas eleições legislativas, foi candidata pelo PS no círculo eleitoral do Porto. Não chegou a ser eleita.
Ana Paula Vitorino, ministra do Mar
Tem 53 anos e é licenciada em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico e concluiu o mestrado em Transportes. É CEO da empresa TransNetWork, cuja atividade de consultoria, formação, planeamento e projetos se concentra, entre outros, nos transportes e logística. É ainda editora chefe da revista Cluster do Mar. É casada com um dos nomes que António Costa indicou para o novo executivo: Eduardo Cabrita, que será o novo ministro-adjunto.
Foi secretária de Estado dos Transportes no primeiro governo de José Sócrates (entre 2005 e 2009), tendo sido anteriormente chefe de gabinete do Secretário de Estado dos Transportes no governo de António Guterres. Nas últimas eleições foi eleita para a Assembleia da República pelo círculo do Porto.
Maria Manuel Leitão Marques, ministra da Presidência e da Modernização Administrativa
Tem 63 anos, é licenciada em Direito, doutorada em Economia, professora catedrática da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e investigadora do Centro de Estudos Sociais desta universidade.
Foi secretária de Estado da Modernização Administrativa nos governos de José Sócrates (entre 2005 e 2011) e liderou programas de simplificação administrativa e de governo eletrónico, tendo sido coordenadora do Programa Simplex, uma das reformas mais emblemáticas do executivo de Sócrates, destinado a agilizar o funcionamento de diversos processos na função pública, reduzindo a burocracia. Foi sob a sua coordenação que surgiram iniciativas como “Empresa na hora” e o Governo eletrónico.