A diretora da NBC Medical conta que depois de terminar um ciclo profissional totalmente dedicado à Abrantina e ao ISCTE iniciou um novo projeto e uma nova vida. A venda deste grupo de construção “foi o mote para uma nova marcha”, e o início de projeto “muito intenso”, recorda, “muito profundo, e levado como se de uma missão se tratasse”.
Desde então a vida de Mariana Belmar da Costa passou a repartir-se entre Portugal e Angola (com algumas viagens por outros continentes) e experimentou “o que é ser empresária do zero, caminhando passo a passo com o meu marido e sócio – o mentor desta aventura”, explica. Um trabalho de aprendizagem e de valorização constantes em que sente que entregou “o melhor” de si própria “para conseguir construir este empreendimento”.
A empresária tem uma agenda carregada, que aceitou partilhar com a Executiva. A experiência de 20 anos de carreira, que começou na banca, passou pelo capital de risco, pela consultoria de gestão e pela Abrantina, deu-lhe estaleca para aguentar horas de trabalho a fio. Porém, Mariana diz que nunca consegue ter a “sensação de missão cumprida”. Ficam sempre coisas por fazer.
Gosto de chegar primeiro, gosto do silêncio do espaço mais ou menos vazio, antes de se começar a encher de caras e de palavras.
6h30
Levanto-me ao segundo toque… os últimos 10 minutos de sono são os que sabem melhor.
7h30
Hora de acordar os meus filhos, o Nuno e o Tomás. É a hora do “bom dia”, da inspiração para o dia que aí vem, com um bom pequeno-almoço de frutas, torradas ou cereais. Um café para finalizar. Trata-se de um dos momentos altos do dia, por ser de partilha.
8h00
Passo pela escola, despeço-me dos meus filhos e dou os segundos “bons dias”. Entro no escritório e cumprimento quem já por lá anda. Gosto de chegar primeiro, gosto do silêncio do espaço mais ou menos vazio, gosto do tempo lento, mesmo antes de se começar a encher de caras, de palavras, de mensagens, de tabelas, de papéis.
9h00
A manhã desenrola-se, entre telefonemas, mails, conferências Skype, reuniões internas de ponto de situação e definição de linhas de ação, reuniões externas com bancos, fornecedores, clientes… O Moleskine sempre atrás!
Muitos brainstormings, muitas decisões e muitos planos de ação, são construídos entre mim e o meu sócio, que é também meu marido.
Dedico a maior parte do tempo a gerir as equipas que nos acompanham neste projeto NBC. As áreas funcionais da minha responsabilidade, tratam da estruturação e da criação de condições para que o Grupo NBC se possa sustentar e desenvolver. Refiro-me às áreas financeira, de sistemas de informação, planeamento e controlo, recursos humanos e organização.
As questões estratégicas, ou ainda as viagens, as visitas, os planos de negócio e as suas apresentações ocupam dias completos e representam uma parcela bem gorda da minha atenção.
Muitos brainstormings, muitas decisões e muitos planos de ação, são construídos entre mim e o meu sócio, meu “cogerente” e meu marido – que é também o meu grande cúmplice, neste projeto que abraçámos há 8 anos e que tem vindo a tomar proporções que não imaginávamos.
13h30
Hora de almoço. Tempo para uns snacks à secretária. Por vezes, hora para alguns almoços com colegas, com equipas, com clientes… ou, muito raramente, com amigos ou família.
Outras vezes, também é hora para tarefas pessoais – assuntos da escola, dos filhos, da casa, para compras, pagamentos, tratamentos, telefonemas ou mensagens pessoais. Tudo isto é possível, graças à curta distância entre o trabalho, a casa, a escola, o ténis, o supermercado, a lavandaria… graças à opção de manter um raio de ação curto e localizado.
16h00
Escapadinha do escritório. Hora dos filhos: levar, trazer, tratar, acompanhar. Que bom que é gozar deste curto espaço de tempo para conciliar a vida pessoal e profissional.
17h00
De volta ao escritório, passo às reuniões de final de dia, conclusão de processos e reforço de ideias. É tempo para finalizar projetos, concluir tarefas, correr mais mails, contactos, decisões, conclusões.
A hora do exercício é muito importante para mim. É onde me avalio e me desafio verdadeiramente.
20h00
Regresso a casa, depois de passar pelo supermercado ou por qualquer loja, para o que falta, o que ficou esquecido, o que é necessário.
Convívio com a passadeira. Tempo de exercício para oxigenar, para descontrair, para parar e pensar um pouco. É um momento muito importante para mim. É onde me avalio e me desafio verdadeiramente.
21h00
Notícias, jantar com a família, resolver questões de casa, sentar no sofá, descansar um pouco! Televisão, livro, conversa, missão cumprida. Missão cumprida?! Muito ficou por fazer. Nunca se experimenta a sensação de “missão cumprida”. Resta-me aceitar que: amanhã também é dia!
22h30
Hora de deitar, do descanso bem merecido. Programa livre!
O QUE MUDA EM ANGOLA
Em Angola o dia começa mais cedo e acaba mais tarde! As viagens – de uma ou duas semanas, de dois em dois meses – são intensas, profundas, agressivas, mas ao mesmo tempo, uma lufada de ar fresco. Ou melhor, ar quente e africano!
A alvorada soa às 4h30, para sair de casa pelas 5h30, para chegar ao escritório da Maianga às 7h00, quando não se passa num cliente ou não se combina um pequeno almoço num hotel. As reuniões são seguidas – para rever bancos, contabilistas, clientes, sócios e outras instituições. As horas do dia são geridas pela agenda, que alia os compromissos assumidos, à logística da nossa deslocação pelo trânsito de Luanda. O trabalho também se gere, de casa ou no escritório, para pôr mails em dia, para rever e orientar a equipa de Angola, para acompanhar a equipa de Portugal, para finalizar projetos ou processos e dossiers, para construir documentos ou apresentações de gestão.
Os almoços servem para fazer render o tempo, com a equipa ou com profissionais amigos com quem construímos relações fortes. Os jantares, idem! A volta a casa é longa e morosa – onde se chega, para dormir. Aí sim, cada dia cumpre uma missão!
A volta a Portugal é sempre acompanhada de uma sensação de realização. A partida no avião de sexta-feira à noite, introduz, logo pela manhã de sábado,um reencontro magnífico com o Nuno e o Tomás.