A Agenda de Catarina Pereira

Catarina Pereira faz parte da equipa da PwC Porto há 16 anos. É diretora no departamento de Auditoria, sendo também membro da equipa de gestão da Diversidade e Inclusão. A sua agenda está organizada de forma a conseguir dar o seu máximo numa grande consultora e como mãe de dois meninos.

Catarina Pereira é diretora no departamento de Auditoria da PwC.

Catarina Pereira é um bom exemplo de que é possível corresponder aos desafios exigidos por uma grande consultora e ter uma vida familiar e pessoal preenchida. Com dois filhos pequenos – de 1 e 5 anos – e o cargo de diretora do departamento de Auditoria da PwC Porto, a organização é a principal aliada desta executiva. É graças a ela que consegue acompanhar os filhos de manhã e ao fim do dia, distribuir tarefas entre o marido, a família e a empregada e, quando tudo corre bem, ainda tem tempo para ir ao ginásio duas vezes por semana.

Licenciada em Economia pela Faculdade de Economia do Porto, Catarina Pereira fez o curso de Revisora Oficial de Contas em 2009, e tem formação em International Financial Reporting (DIPIFR), pela Association of Chartered Certified Accountants (ACCA), e em Strategy and Value Creation – PwC Advance Development Program, pela Nova SBE.

Entrou na PwC em 2003, para o departamento de Auditoria e, entre 2010 e 2012, teve uma experiência internacional, com um Secondment no escritório da PwC em São Paulo, que lhe valeu algumas aprendizagens. Atualmente, lidera a gestão de recursos do departamento de Auditoria do escritório da PwC no Porto e é membro da equipa de gestão da Diversidade e Inclusão da PwC Portugal. É ainda formadora em Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS).

 

6h36

Hora a que minha vida começa. Nove minutos de mentalização em snooze et voilá – 6h45 é hora do leitinho do mais novo, que, ainda ensonado, e após refeição, volta para os seus sonhos.

7h10

Um dos melhores momentos do meu dia. Agarrada ao meu capuccino, acompanhado de torradas com manteiga, assisto no sofá às primeiras notícias do dia. Por vezes, aproveito também alguns minutos para ver os emails que me chegaram do outro lado do Atlântico.

Finalmente acordada, já estou em condições para programar o almoço e o jantar do dia e escrever essas e outras notas à babá (frescos a comprar, farmácia a receber em casa, cuidados particulares com o “pequenito”). É o meu braço direito e sem ela, acredito eu, apenas outra vida seria possível.

7h40

Hora de inspiração. Não sei se tem explicação lógica, mas no banho tenho grandes ideias, ocorrem-me as tarefas/obrigações que por lapso não estão nos reminders e encontro muitas vezes saída para os problemas que no dia anterior pareciam inultrapassáveis. Aproveito o momento para no telemóvel colocar algumas notas.

Arranjo-me e estou pronta para tratar do filhote mais velho. Enquanto o visto para o colégio e lhe preparo o pequeno almoço, vivo outro grande momento: falamos os dois sobre temas aleatórios.

8h30

Hora de dizer adeus ao meu filho, que segue na carrinha para o colégio. Na viagem de carro para o escritório, falo sempre com a minha mãe, que aproveita para me contar a vida dela, eu conto-lhe a minha e falamos dos “meninos”. Sabe bem.

8h50

No escritório ou a chegar a cliente. Até as 9h10 espreito as capas dos jornais económicos, leio o que os media dizem sobre os meus clientes e consulto os emails da PwC que nos compilam as principais notícias por especialidade.

A partir daqui, cada dia de trabalho é único e exige de mim energias diferentes. Apesar de estar na função de auditoria desde sempre, costumo dizer que tenho tido poucos momentos de monotonia e que isso automaticamente alimentou a minha motivação e o gosto por aquilo que faço. Nos primeiros tempos tive que estudar bastante e dedicar quase todo o meu tempo à execução técnica dos trabalhos, caminho este que ainda hoje me traz bom retorno: com mais facilidade “atualizo o software” e asseguro o apoio necessário aos clientes e equipas nestas áreas. Mas, gradualmente, as minhas funções exigiram que desenvolvesse competências de gestão de equipas e de relacionamento com clientes e diferentes interlocutores dentro da PwC, em Portugal e nos outros escritórios, com quem trabalho e dependo frequentemente para prestar um bom serviço.

Tenho que confessar que os dois anos e meio que trabalhei no escritório da PwC em São Paulo, para além da experiência pessoal e cultural que ganhei, foram determinantes para me iniciar numa reflexão mais profunda sobre a importância de como o nosso relacionamento com os outros é determinante para o sucesso daquilo que fazemos – com os povos genuinamente latinos percebemos isso rapidamente! Recém-chegada a São Paulo, a “portuguesinha” ficou com os clientes mais desorganizados, sem grandes recursos ou com as equipas com os piores desempenhos. Por mais que fosse um “Às” nas auditorias e contabilidades (e nessa altura já levava 7 anos disso) pouco ou nada conseguiria fazer sozinha. Todo o caminho seguinte se iniciou quando presenteei a responsável pela alocação de pessoas às equipas dos trabalhos com 2 garrafas de vinho tinto do Douro. No minuto seguinte, já tinha captado a sua atenção para me ajudar. Pode parecer menos bem, mas na verdade só significa que dediquei uma pequena parte do meu tempo a um gesto de gentileza com outra pessoa.

Desde então fui tomando o gosto pelas temáticas de liderança, especialmente as correntes que fazem relacionar a energia, autenticidade e humanidade das nossas ações e comportamentos com a motivação das pessoas que nos rodeiam. E ainda mais incrível é pensar como isso se replica em todos os relacionamentos, desde o porteiro do condomínio aos nossos filhos em casa, e como o trabalho nos faz desenvolver competências que nos são uteis noutros contextos da nossa vida.

13h00

Se na agenda não constar compromisso, lá vou eu para casa a correr para almoçar e usufruir de uns minutinhos com o “pequenito”. Vale sempre a pena e tudo fica mais equilibrado.

14h15

Sempre a correr em paralelo, tenho os meus trabalhos de auditoria, alguns deles com desafios e imprevistos muito frequentes, onde procuro estar presente o tempo necessário para assegurar a devida qualidade e satisfação do cliente e das minhas equipas. Mas também o desafio e a motivação de gerir o negócio no curto, médio e longo prazos.

Sou responsável pela gestão de recursos no escritório do Porto, função na qual adoro fazer recrutamento e acompanhar a gestão de carreira dos nossos colaboradores. Mais recentemente, integro grupos de trabalho onde se debatem e discutem iniciativas sobre diversidade e inclusão, bem como digital transformation no trabalho de auditoria e na procura de melhor resposta às motivações das novas gerações.

19h30

Sempre a correr a caminho de casa para ainda jantar em família e tratar do soninho dos “meninos”. Apenas faço uma pausa mais cedo à quarta-feira porque marco com o PT às 18h30 e se está marcado, está marcado – tenho que ir! Só repito o bom hábito no sábado, mas nesse caso já levo o filhote mais velho, que adora e já se vai acostumando à prática do desporto.

Tarefas totalmente delegadas: compras de supermercado, no marido; levar filho mais velho à natação, nos avós.

22h00

O computador é reaberto muitas vezes, normalmente para ver os emails acumulados do dia ou limpar tarefas mais administrativas (quando assim é, sempre dá para ligar a TV e acompanhar algum programa mais interessante). Tento que este momento não passe da meia-noite para ter o devido descanso. Quando necessário, ainda faço compras online de roupas para mim e para os meninos. Ler livros, não estou a conseguir neste momento. Leio meia página e adormeço profundamente. Quando os meninos crescerem, outros tempos (diferentes) virão.

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