Geração Z: mulheres mais liberais, homens mais conservadores

Uma sondagem publicada no The Economist revela que ao contrário dos seus avós os homens da Geração Z receiam que a promoção dos direitos das mulheres seja uma ameaça às oportunidades para os homens. Este resultado contraria a tendência de cada geração ser mais liberal do que a sua antecessora.

Há um fosso ideológico cada vez maior entre os jovens da Geração Z.

O crescente fosso ideológico entre homens e mulheres jovens nos países desenvolvidos é impressionante, como revela uma sondagem realizada em 20 desses países, que compara as atitudes dos jovens de ambos de sexos, entre os 18 e os 29 anos, divulgada pelo The Economist. Enquanto há duas décadas os homens e mulheres jovens tinham opiniões sociais e políticas semelhantes ou sobrepostas, os dados desta sondagem, em todos os grandes países analisados, revelam que as mulheres jovens são mais liberais, enquanto os homens da mesma faixa etária se tornaram mais conservadores. E as diferenças nesta Geração Z são significativas, chegando aos 30 pontos percentuais nos Estados Unidos e Alemanha, e 25 pontos percentuais no Reino Unido, por exemplo.

As disparidades manifestam-se em várias questões sociais e políticas, com os homens jovens a apelarem ao retorno à masculinidade mais tradicional e a mostrarem ser mais antifeministas do que os homens mais velhos, contrariando a tendência de cada geração ser mais liberal do que a sua antecessora. As sondagens indicam que os homens com menos de 30 anos são mais propensos, do que os homens com mais de 65 anos, a concordarem que “a promoção dos direitos das mulheres e das raparigas foi longe demais, porque ameaça as oportunidades dos homens e dos rapazes”. As mulheres jovens pensam exatamente o contrário.

Não é fácil perceber o que se está a passar. Um bom ponto de partida, é constatar que as mulheres da geração Z estão a ultrapassar os seus pares masculinos em termos académicos. Na União Europeia, 46% têm diplomas universitários, contra 35% dos homens jovens, uma diferença que duplicou desde 2002. Uma das consequências é que as jovens têm mais probabilidades do que os homens de passarem o início da sua vida adulta num casulo de liberalismo universitário. Por seu lado, os rapazes são mais numerosos do que as raparigas no nível inferior de escolaridade. Em todos os países ricos, 28% dos rapazes não conseguem aprender a ler até um nível básico. O mesmo acontece, com apenas 18% das raparigas.

 

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