Fátima Oliveira começou por frequentar Engenharia Física, mas depressa se rendeu à indústria do calçado, onde tem feito carreira. Trabalhou na Aerosoles, MoveOn e na Six London, antes de aceitar o desafio de dirigir a MarianoShoes, uma empresa com 75 anos de história. A executiva foi a escolha de Francisco Neves de Almeida, fundador da empresa de recursos humanos Neves de Almeida e cliente de longa data da marca, que se tornou acionista em 2019, mantendo, no entanto, a terceira e quarta geração da família fundadora na empresa. Fátima Oliveira traz a experiência de quase duas décadas nesta indústria, onde já foi diretora de Operações, diretora Comercial e diretora de Logística e Planeamento, propondo-se adaptar a empresa aos novos tempos, mas mantendo a tradição da qualidade do sapato feito à mão.
A sua carreira tem corrido no mundo do calçado. Antes de assumir a liderança da Mariano passou pela Aerosoles, Move On e Six London. O que a seduz nesta indústria?
Eu sou uma apaixonada por sapatos e gosto de tudo que esta relacionado com a sua produção. São processos muito interessantes porque transformamos peles em sapatos, incorporamos uma quantidade enorme de outros componentes que implicam processos mais ou menos complexos a nível de aprovisionamentos e logísticos, e é uma indústria onde a palavra monotonia não existe.
A minha missão é colocar a MarianoShoes nas maiores e melhores montras de calçado nacional e internacional, sejam elas montras físicas ou virtuais.
O que levou destas experiências anteriores para uma empresa que faz calçado de luxo para homem?
Tive ao longo da minha carreira a oportunidade de trabalhar em áreas muito diferentes e de abordagens também muito diferentes. Estive longos anos na área comercial e também estive na direção de operações de marcas de luxo. Foi este mix de conhecimento que me trouxe para este novo desafio com a Mariano.
O que a atraiu neste projeto?
Atraiu-me o facto de ser uma marca portuguesa com 75 anos de legado, com produtos de qualidade elevadíssima, e de poder colaborar com um grupo de acionistas que está disposto a investir com o objetivo de relançar a MarianoShoes e colocá-la nos pés do mundo inteiro.
A minha missão é colocar a MarianoShoes nas maiores e melhores montras de calçado nacional e internacional, sejam elas montras físicas ou virtuais.
A Mariano Shoes é uma empresa familiar, que tem a terceira e a quarta geração nas operações. Sente uma responsabilidade acrescida por gerir uma empresa familiar?
A nossa maior responsabilidade é sempre com as pessoas que trabalham connosco.
Durante a pandemia desenvolvemos novos produtos e potenciámos o comércio online.
O que mais a marcou neste primeiro ano como diretora executiva da empresa?
Infelizmente, o que marcou este primeiro ano foi a pandemia, os imponderáveis, o prolongamento no tempo… mas mesmo com tudo isso conseguimos desenvolver novas segmentações de produto; novos produtos e criar parcerias estratégicas importantes.
De que forma a pandemia afetou a empresa e como têm procurado reduzir o seu impacto?
A pandemia veio atrasar-nos no relançamento da marca, mas temos tentado mitigar esses impactos com a concentração de investimento noutras áreas de forma a potenciarmos, por exemplo, o comercio online.
Em 2020, Portugal entrou no top 20 dos maiores produtores de calçado, que é dominado pelos fabricantes asiáticos e onde só estão mais dois países europeus, Itália e Espanha. Quais os principais desafios que Portugal enfrenta atualmente e quais as nossas mais-valias nesta indústria?
Portugal tem um desafio imediato, o da crise pandémica e económica, e o tecido empresarial com a capacidade de resistência e resiliência que já nos habituou terá um papel fundamental nesta recuperação. E o sector do calçado tem a resistência e resiliência necessárias para recuperar dos efeitos desta crise.
Adoraria ver o George Clooney e a Scarlet Johanson calçados com Mariano.
A MarianoShoes atua no segmento de luxo, onde compete com os melhores do mundo, nomeadamente com os italianos. Quais os vossos principais argumentos para conquistar os retalhistas e os clientes?
A MarianoShoes tem muito orgulho em estar no mercado junto dos melhores neste segmento. Neste sentido, estamos sempre numa constante busca das melhores matérias-primas, e de inovações para tornar a experiência de calçar MarianoShoes ainda mais única. Estamos também a desenvolver o segmento da customização, personalizar e moldar a forma do sapato às necessidades de cada cliente.
O que levou uma empresa com 75 anos de história no calçado para homem a lançar uma coleção para senhora e qual foi a aceitação desta primeira coleção?
A oportunidade de lançarmos uma nova segmentação, e poder oferecer às nossas clientes a qualidade e conforto de uns Mariano. Temos tido uma boa recetividade às nossas coleções de senhora.
Quem era o homem e quem era a mulher que gostaria de ver com sapatos Mariano?
Adoraria ver o George Clooney e a Scarlett Johansson calçados com Mariano.
Com 20 anos a trabalhar nesta indústria, de que requisitos não abdica quando compra um novo par de sapatos?
Adoraria dizer qualidade e/ou design, mas quando se calça pouquinho como é o meu caso, às vezes acabo por comprar o que me serve e nem sempre o que mais gosto. Felizmente, agora na Mariano já consigo ter sapatos para o meu tamanho e onde posso aliar a qualidade e conforto ao design.
A Mariano Shoes lançou um concurso em que desafia os designers do país a criar um par de sapatos para homem. O vencedor ganhará um cheque de 1000€, a oportunidade de comercializar os sapatos na marca e ainda de receber uma comissão das vendas do produto. As candidaturas terminam a 30 de Abril e devem ser submetidas em www.designer-awards.marianoshoes.com