Texto de Paulo Neto, coach ICF ACC , team and agile coach, facilitador e fundador da Building Bridges
Após esta fase de confinamento comecei a aproveitar os fins de tarde para caminhar. É um prazer caminhar em Lisboa, há excelentes locais e nesta fase em que há menos viaturas é um bom momento para o fazer.
Para além de sugerir que o façamos porque o corpo precisa, pelo menos o meu, podemos aproveitar para uma boa conversa ou simplesmente para reaprender a caminhar, não literalmente, mas no que a caminhada nos pode proporcionar.
Andar na cidade entre os prédios é bom, andar num parque urbano onde há verde à nossa volta é melhor, mais agradável, andar na praia ou na serra onde a natureza predomina é ainda melhor. O caminhar oferece vários benefícios, os mais óbvios: é revigorante, apesar do cansaço, e ajuda a dormir melhor.
Um dos livros que gostei de ler nos últimos tempos foi “A arte de caminhar” de Erling Kagge. Uma das ideias que o autor nos transmite é de que andar é o que nos define enquanto seres humanos, é o que em grande parte nos tornou naquilo que somos, por isso se deixarmos de andar deixamos de ser humanos. Eu tendo a concordar.
Caminhar no meio da natureza dá uma dimensão diferente, proporciona um sentir que acalma, o tempo deixa de correr e de certa forma a nossa mente também. Há um sentimento de liberdade da qual nem sempre se dá conta. A natureza tem o poder de nos dar essa sensação e não precisamos de fazer nada, apenas de estar e de caminhar.
Ao viver cada passada, cada pequeno momento, recuperamos abertura para aquilo que é relevante, para sermos mais empáticos, para estarmos mais prontos para a vida.
Torna-nos mais íntimos connosco.
Escolha um local do seu agrado em que possa ter algum contacto com a natureza. Deixe o smartphone, relógio, a pulseira de exercício em casa e saia apenas para caminhar, se possível com companhia. Vá apenas para caminhar para estar…