Empresas amigas das Mulheres – Siemens

A atuar em áreas que empregam tradicionalmente menos mulheres, como a engenharia e a tecnologia, o grupo alemão aposta em iniciativas que ajudam a captar jovem talento feminino. A importância dada ao equilíbrio entre vida profissional e familiar é outra grande preocupação.

Tem história e é antiga a presença da Siemens em Portugal: a multinacional alemã está entre nós há 112 anos e emprega atualmente 1740 profissionais, em áreas como a energia, infraestruturas, tecnologias de informação e serviços partilhados, que exportam soluções e serviços para todo o mundo.

Em Portugal, a sua política de recursos humanos tem-se focado em promover melhores oportunidades para as suas profissionais e um maior equilibro entre a vida profissional e familiar para todos os colaboradores (que até já lhe valeu alguns prémios), bem como em captar jovem talento feminino para áreas a que, tradicionalmente, são mais avessas, como a engenharia e tecnologias de informação.

Ainda há muito caminho a percorrer rumo a um maior equilíbrio de género no sector. Como ainda existem menos mulheres a saírem de cursos de engenharia e tecnologia, a maior concentração de postos de trabalho femininos na empresa ainda é nas áreas de suporte e menor nas áreas técnicas. Mas, aos poucos, os frutos começam a aparecer: do total de contratações que a empresa fez em 2016, 44% foram femininas. Hoje, 41% dos profissionais que trabalham na Siemens Portugal são mulheres. E o número de mulheres em cargos de gestão na empresa tem vindo a subir desde 2013, ainda que de forma modesta — de 14,3% para 16,4% em 2016.

A empresa aposta forte na progressão profissional dos seus colaboradores, independentemente do género. Em 2016, deu 56.298 horas de formação, em matérias como a digitalização, a liderança ou a gestão de projetos.

Equilibrar o melhor de dois mundos

Um dos projetos que ajuda a materializar a estratégia de diversidade e igualdade de género na Siemens é a rede de networking ‘Glow’ (Global Leadership Organization of Women). Criada em 2012, esta plataforma conta com 90 membros representando todas as áreas de atividade da empresa – energia, saúde, indústria e infraestruturas.

“A Glow pretende ser uma plataforma para potenciar o crescimento de mulheres na empresa, providenciando oportunidades de networking e dando visibilidade aos seus membros através de várias iniciativas”, Joana Garoupa, diretora de comunicação e marketing da Siemens.

Esta rede não é apenas composta por mulheres — 15% são homens preocupados com a promoção da igualdade de género. “A Glow pretende ser uma plataforma para potenciar o crescimento de mulheres na empresa, providenciando oportunidades de networking e dando visibilidade aos seus membros através de várias iniciativas, de forma a contribuir para o seu desenvolvimento e suporte pessoal e profissional”, diz-nos Joana Garoupa, diretora de comunicação e marketing da Siemens.

Da Glow têm surgido iniciativas de formação, workshops e cursos em áreas importantes como a liderança ou as neurociências, programas internos de mentoring, ações de partilha de melhores práticas e organização de conferências. “No âmbito desta rede, participamos, por exemplo, no programa de mentoring empresarial ‘Connect to Success’, da Embaixada dos EUA em Portugal, com o objetivo de fortalecer a economia portuguesa, apoiando empresas detidas por mulheres, mas também de promover a igualdade de género no mundo empresarial.”

A entrega de cabazes com alimentos biológicos, uma das medidas para facilitar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Foi também nesta rede que nasceram algumas das ideias que a empresa usa para potenciar um maior equilíbrio entre a vida profissional e familiar. Os colaboradores podem trabalhar em regime de home office durante dois dias por semana, com acesso a todos os meios técnicos necessários. A empresa oferece o primeiro ano do seguro de saúde aos filhos recém-nascidos de todos os seus colaboradores. Em quase todas as instalações Siemens há postos médicos com salas de amamentação — e também ginásios com preços reduzidos. As mamãs da empresa têm ainda uma página privada de Facebook onde podem comunicar e partilhar experiências, a SieMUM’s. Nas instalações, existem cantinas gratuitas com horários alargados e opções saudáveis de alimentação, que facilmente podem ser levadas para casa depois de um longo dia de trabalho.

Este ano, a Siemens está nomeada na categoria ‘Igualdade de género’ e ‘Tecnologia’ dos prémios da revista Human Resources e em 2016 foi considerada uma das 20 melhores empresas para trabalhar em Portugal, no ranking da Randstad.

Outras vantagens para a conciliação da vida profissional e familiar incluem descontos em creches, escolas ou farmácias e a existência de serviços que simplificam as tarefas do dia a dia, como a entrega de cabazes de frutas e legumes biológicos, de encomendas da farmácia ou a recolha e entrega de lavandaria. Fatores que podem muito bem contribuir para a taxa de retenção de talento na empresa — cerca de 40% dos funcionários estão na Siemens há mais de 10 anos — e que já foram também reconhecidos com a atribuição de prémios como os Best Ethical Awards, que ganharam em 2014 na categoria de ‘Respeito pelos Trabalhadores’. Em 2016, foi considerada uma das 20 melhores empresas para trabalhar em Portugal, no ranking da Randstad, e este ano está nomeada para os prémios da revista Human Resources na categoria ‘Igualdade de género’ e ‘Tecnologia.’

Captar jovem talento feminino

Aumentar o número de mulheres profissionais na engenharia e tecnologias de informação é uma preocupação global. Portugal não é exceção: no sector da tecnologia, por exemplo, apenas 14% dos postos de trabalhos são ocupados por mulheres (dados Eurostat, janeiro de 2016), menos três pontos percentuais do que em 2005, apesar do sector ter crescido 68% em termos de postos de trabalho.

Por isso, captar raparigas para estas áreas de maior empregabilidade é uma missão que tem que começar cedo, ainda nos bancos de escola. Para assegurar o futuro, a Siemens já começou a entrar em ação nas escolas, com várias iniciativas pensadas para raparigas.

As vencedoras da edição de 2016 do prémio ‘Jovens Empreendedoras no Digital’, da iniciativa ‘Apps for Good’.

Uma delas é a Apps for Good. Originalmente criado no Reino Unido, este movimento tecnológico educacional incentiva alunos entre os 10 e os 18 anos a desenvolverem aplicações com fins sociais, pensadas para smartphones ou tablets. A iniciativa já teve duas edições em Portugal, em 2015 e 2016. A Siemens juntou-se como parceiro e na edição do ano passado atribuiu o prémio ‘Jovens Empreendedoras no Digital’ a duas aplicações: ‘The Dropper’, criada (entre outros) por Joana Cunha e Laura Carvalho, destinada a resolver o problema da escassez de água, sobretudo nos meses de verão; e a “Help People”, de Micaela Cunha (com outros colegas), que reúne contactos úteis e permite ajudar quem vive em povoações isoladas a fazer tarefas simples como chamar um táxi, encomendar pão ou pedir medicamentos à farmácia local.

“A atribuição deste prémio foi mais uma forma encontrada para estimular e ajudar a promover a engenharia no feminino, em particular a áreas das Tecnologias de Informação (TI)”, diz-nos Joana Garoupa. Entre 2015 e 2016, o número de raparigas a participarem na iniciativa aumentou 10% — as meninas são agora 40% total.

Nas ações ‘Braço Direito’, os engenheiros da Siemens mostram às jovens estudantes como é um típico dia de trabalho

Em parceria com a Junior Achievement Portugal, a Siemens têm também organizado ações ‘Braço Direito’, exclusivas para raparigas, nas quais os seus engenheiros se transformam em mentores por um dia, mostrando às jovens participantes como é uma típica jornada de trabalho.

A 16 de Fevereiro — quando se celebra o dia “Introduce a Girl to Engineering” — o grupo inaugurou também uma campanha nas redes sociais dedicada à Engenharia no feminino. “Desde então, temos divulgado uma série de testemunhos de colaboradoras que trabalham em áreas tecnológicas ou de engenharia, com o intuito de incentivar outras raparigas a desenvolver percursos profissionais idênticos e para mostrar que estas áreas não são exclusivas do sexo masculino”, lembra a diretora de comunicação e marketing.

Participam ainda na plataforma de exploração vocacional “Design the Future”, lançada pela Fundação Vodafone Portugal. Patrícia Alves, responsável da área de testes de software no Lisbon HUB de Tecnologias da Informação da Siemens, foi uma das colaboradoras a contribuir com um testemunho em vídeo para esta iniciativa.

O futuro da igualdade de género no sectores tecnológicos e de engenharia começa a preparar-se já e empresas como a Siemens têm um papel fundamental nessa missão.

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