O tema do work–life balance entrou na agenda de empresas e colaboradores para ficar porque está provado que o desequilíbrio entre a vida profissional e pessoal está na origem de um aumento significativo de casos de stresse relacionados com o trabalho, como o burnout.
Uma vez que é um processo que evolui lentamente, os seus sintomas podem ser percebidos apenas numa fase já avançada, por isso, é importante que se mantenha atenta aos primeiros sintomas, para que possa evitá-lo. Conheça alguns sinais típicos e saiba como ultrapassá-los.
Sente que não controla o seu trabalho
Tem a sensação de que não tem controlo sobre o seu horário e agenda? Que não consegue gerir a sua carga de trabalho? Talvez deva parar um pouco, refletir sobre as potenciais causas e a melhor forma de lidar com elas: deve perceber se a sua carga de trabalho excessiva se deve à sua incapacidade de acompanhar o ritmo de trabalho ou, por outro lado, se deve às expectativas pouco realistas da sua empresa. Muitos casos diagnosticados de burnout são motivados por processos de downzising das organizações, isto é, que muitas vezes não são acompanhados por uma redução nas expectativas de produtividade da empresa. Se for este o caso na organização onde trabalha, deve abordar a questão junto dos responsáveis, para que se procure encontrar uma solução.
Está insegura em relação às suas expetativas profissionais
A indefinição em relação ao que a sua empresa espera de si, muitas vezes conduz a um aumento de ansiedade e insegurança. Um dos sinais característicos de job burnout é a percepção negativa relativamente à sua performance no trabalho: duvidar das suas competências, subavaliar a sua produtividade, considerar que não acrescenta valor à empresa. Todas estas dúvidas e ansiedades podem ser resolvidas com uma reunião com a sua chefia. Prepare bem o guião da conversa, para que o discurso seja objetivo, honesto e conciso. Assim, poderá obter uma ideia mais clara do que a empresa espera de si.
O seu local de trabalho é disfuncional
A disfunção no local de trabalho pode ser causada por vários fatores, desde colegas de trabalho difíceis a chefias que querem controlar tudo até ao mínimo detalhe. Se é mais difícil mudar os humores dos colegas, é mais fácil lidar com um chefe excessivamente controlador: dê-lhe a provar do seu próprio veneno, informando-o constantemente sobre as suas listas de tarefas, as que está a realizar e aquelas que pretende cumprir a curto prazo, as reuniões que tem marcadas e as que está a tentar marcar. Assim conseguirá ganhar a sua confiança e libertar-se mais de sua supervisão. Em relação a colegas de trabalho conflituosos, é importante que se imponha e defenda, primeiro abordando o colega pessoalmente e, caso esta abordagem não resolva o problema, leve a questão ao Recursos Humanos.
A sua atividade é “8 ou 80”
Se o seu trabalho a obriga a andar a 100 à hora ou, pelo contrário, é frequentemente monótono, saiba que ambos os extremos são fatores potenciadores de burnout. Caso o ritmo de trabalho da sua empresa seja pouco estimulante para si, procure encontrar formas diferentes de levar a cabo as suas tarefas e objetivos. Se o seu caso for o inverso, e o local de trabalho for caótico, procure trabalhar fora do escritório, sempre que possível. Em qualquer dos casos, é sempre importante que fale com o seu diretor e procure encontrar uma forma de disfrutar do ambiente e ritmo da sua empresa. Verá que mudará significativamente o seu sentimento em relação ao seu trabalho.
Não se sente apoiada e reconhecida
Uma causa frequente de burnout é a falta de reconhecimento do seu trabalho quer pelos colegas, quer pelas chefias. A sensação de que ninguém repara na sua dedicação e competência pode ser paralisadora, retirando-lhe todo o estímulo de querer atingir o seu potencial máximo. Quando associado à percepção de injustiça, como o tratamento diferenciado em relação a outros colegas, a ausência de reconhecimento pode conduzir a um maior distanciamento do seu trabalho, a um modo despersonalizado e cínico de lidar com os colegas de trabalho e stakeholders. Reúna com a sua equipa de trabalho e dê sugestões sobre o modo como podem apoiar-se mutuamente, e como podem ser mais apoiados e reconhecidos pelas chefias. A sensação de poder contar com os colegas, e o reconhecimento mútuo do contributo de todos na empresa, é das principais armas para combater o burnout.