Apesar de terem entrado no mercado de trabalho 250 milhões de mulheres entre 2006 e 2015, a desigualdade salarial em relação aos homens acentuou-se. Em 2006 era de 6 para 11 e em 2015 é de 11 para 21, ou seja, as mulheres conseguiram atingir este ano o que os homens ganhavam em 2006, no entanto a diferença entre ambos duplicou.
No ano em que comemora o seu 10.º aniversário o Relatório de Desigualdade Global de Género 2015, do World Economic Forum, concluiu que apesar dos esforços a paridade de género continua a ser uma miragem na maioria dos 145 países que acompanha. O relatório avalia os progressos com base em quatro pilares: participação e oportunidades na economia (salários, participação e liderança), educação (acesso a níveis básicos e avançados de educação), saúde (rácio de nascimentos por género e esperança média de vida) e política (representação nas estruturas de tomada de decisão).
Há uma falta de relação entre a participação de mais mulheres na educação e a sua capacidade de ganhar a vida em funções qualificadas.
Tal como na economia, também na educação ainda se está longe dos objetivos desejados. A disparidade aumentou em 22% dos países o que denota uma acentuada falta de relação entre a participação de mais mulheres na educação e a sua capacidade de ganhar a vida em funções qualificadas ou de liderança. Os resultados mostram que embora haja mais mulheres do que homens a entrar nas universidades em 97 países, elas ocupam a maioria dos trabalhos qualificados somente em 68 países e a maioria das posições de liderança em apenas quatro.
A saúde é o pilar que está mais perto da paridade: 40 países estão já em paridade e cinco deverão atingi-la nos próximos 12 meses. O poder político é o que fica mais aquém: apenas dois países alcançaram a paridade no parlamento e só quatro a conseguiram em cargos ministeriais. As mulheres representam apenas 19% dos deputados em todo o mundo, 18% dos ministros e somente 50% dos países já tiveram uma liderança feminina.
Os países nórdicos conseguem os melhores resultados neste relatório. Portugal, apesar da evolução positiva, surge na 39.ª posição.
Os países nórdicos continuam a registar os melhores resultados neste relatórioo, encabeçados pela Islândia, Noruega, Finlândia e Suécia. A Irlanda é o país não-nórdico mais bem colocado, ocupando a quinta posição. Ruanda (6), Filipinas (7) e Nova Zelândia (10) são os únicos países não-europeus no top 10, enquanto os Estados Unidos caíram oito lugares, para a posição 28.
Portugal, apesar da evolução positiva desde 2006, ocupa o 39.º lugar, conseguindo as melhores classificações no número de trabalhadores técnicos e qualificados, no número de inscritos nos diversos graus de ensino e na esperança média de vida. Os resultados mais fracos para Portugal estão na igualdade salarial e na taxa de literacia.