Embora haja cada vez mais mulheres nas universidades e nos diferentes patamares hierárquicos das organizações, o universo corporativo ainda continua a ser, em larga medida, dominado por homens. É nesse sentido que aponta o estudo Women in the Workplace 2016, levado a cabo pela consultora McKinsey em parceria com a ONG LeanIn.Org, o qual reuniu dados de 132 companhias e mais de 4,6 milhões de trabalhadores norte-americanos para traçar o retrato da posição das mulheres no mercado de trabalho naquele país.
A disparidade entre homens e mulheres tende a acentuar-se à medida que se avança na hierarquia corporativa.
Alertando para o caminho que ainda falta percorrer para alcançar a igualdade de género na maioria das organizações, este estudo revela que o sexo feminino não só se encontra em desvantagem face ao sexo masculino desde muito cedo, como essa disparidade se tende a acentuar à medida que se avança na hierarquia corporativa. É que tendo já menos probabilidade de ser promovidas nos momentos iniciais dos seus percursos profissionais e de beneficiar de contactos e oportunidades que ajudem a acelerar as suas carreiras, não é difícil compreender que haja menos mulheres a ascender a lugares de liderança.
Ainda que muitas companhias tenham já abraçado a causa da paridade, o que este documento mostra é que nem sempre é fácil passar da teoria à prática e que persistem as barreiras que impedem as mulheres de evoluir profissionalmente e as empresas de alcançarem melhores resultados, como consequência dessa aposta num ambiente de trabalho mais inclusivo e justo para todos os seus funcionários. Conheça, em seguida, as principais conclusões do estudo Women in the Workplace 2016.
As mulheres são promovidas menos vezes
Por cada 130 homens promovidos a gestor, há apenas 100 mulheres que têm acesso a essa mesma promoção. Mantendo-se ao longo dos diferentes patamares hierárquicos, este desequilíbrio de oportunidades tende a ser mais acentuado logo no início do percurso, o que, por sua vez, se reflete no acesso mais limitado das mulheres a posições de liderança.
Há menos mulheres nos lugares de topo
Mesmo as mulheres que conseguem ser promovidas numa fase inicial das suas carreiras tendem depois a ser preteridas no alinhamento para os lugares de topo. No que toca aos cargos executivos e de direção, a percentagem de mulheres não ultrapassa os 20%, o que condiciona ainda mais o acesso a posições de maior responsabilidade como a de CEO.
A ambição profissional das mulheres é encarada negativamente
As mulheres que procuram negociar aumentos ou promoções têm 30% mais probabilidade do que os homens que também o fazem de receber feedback negativo e de serem rotuladas como demasiado ambiciosas, autoritárias ou agressivas.
As mulheres têm menos contacto com mentores
A possibilidade de receber aconselhamento e orientação profissional por parte de mentores ou sponsors é igualmente valorizada por trabalhadores de ambos os géneros. No entanto, as mulheres têm menos oportunidade de contactar com líderes e executivos de referência do que os homens, sendo que o fosso tende a acentuar-se à medida que se sobe na hierarquia corporativa.
As mulheres recebem menos feedback por parte de superiores hierárquicos
Apesar de pedirem feedback sobre a sua prestação profissional tão frequentemente quanto os homens, as mulheres recebem-no menos vezes, sobretudo quando esse feedback é negativo.
As mulheres estão menos interessadas em ascender a lugares de topo
Apenas 40% das mulheres manifestam interesse em chegar a cargos executivos de topo, enquanto nos homens essa percentagem é de 56%. Ainda que as estatísticas demonstrem que ambos os sexos se preocupam igualmente em encontrar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, as mulheres, independentemente de terem ou não filhos, tendem a temer mais a pressão inerente a um percurso profissional mais ambicioso.