As crenças não são mais do que pensamentos que se repetem tanto que acabam por influenciar o comportamento. Mas alterar os pensamentos nunca foi fácil para a maioria das pessoas. No entanto, quando se está a tentar mudar de carreira não se deve dar ouvidos a essas crenças tão arreigadas que são verdadeiros sabotadores do crescimento pessoal e profissional. “As crenças não são necessariamente mais verdadeiras do que outros pensamentos mas acabam por interferir negativamente no comportamento”, explica a coach e especialista em empreeendedorismo e mudanças de carreira Michelle Perkins.
Está pronta para mudar quando sente necessidade de o fazer. A decisão vem do querer e não da preparação.
Por isso, diz ela, se está a tentar fazer a transição para uma nova área profissional, seja um novo negócio ou um novo emprego, certifique-se que os seus pensamentos não lhe boicotam os planos e que não vão impedi-la de “entrar na próxima aventura”. Veja os 5 erros que não deve cometer, segundo esta especialista. E quanto mais insegura estiver mais atenção lhes deve dar.
As crenças que bloqueiam a sua carreira
1. Tenho de esperar até me sentir preparada
O que quer dizer ao certo com isso?, interroga Michelle Perkins. “Nós percebemos que estamos prontos para a mudança quando decidimos que estamos prontos”. A decisão vem do querer. “É mais um estado mental”. Quando sentimos que queremos mesmo fazer qualquer coisa diferente é sinal que estamos preparados para a fazer, mesmo que nesse momento só seja possível preparar mudanças futuras. Pode não ser a altura de mudar logo as circunstâncias mas sabemos que estamos prontos para a mudança, que estamos prontos para a ação.
A idade não é um obstáculo. Tire partido das competências adquiridas ao longo do tempo.
2. Tenho de ver primeiro o que está a ser oferecido
Muitas vezes as pessoas são vagas nas descrições do que pretendem para as suas carreiras e no tipo de trabalho que querem encontrar. E isto significa que em vez de dizerem exatamente o que querem ficam à espera do que lhes é proposto, o que lhes retira o controle da situação. Ser-se específico só ajuda a obter algo mais próximo do que se quer e dizê-lo objetivamente não impedirá os outros de oferecer alguma coisa, diz Michelle Perkins. Desde que eles vejam nisso uma proposta apropriada.
3. Com a minha idade já não vale a pena
A idade é a que é e não há volta a dar. E até certo ponto ela pode interferir, é um facto. O que há a fazer é ir atrás do que se quer e não deixar que ela nos detenha. Cada idade tem as suas vantagens, alerta Michelle. Por isso deve-se jogar com os aspetos positivos, como a experiência acumulada e uma série de competências adquiridas ao longo do tempo. A maturidade, o bom senso, a serenidade, também são caraterísticas importantes como as capacidades técnicas. E só se conseguem plenamente com a idade. Pense nisso.
Ser humilde num currículo ou numa breve biografia apaga “a luz especial” que cada um tem.
4. Há tanta gente negativa
É verdade, especialmente se se falar com as pessoas erradas, confirma esta especialista. “O mais certo é ouvir muitos comentários sobre as dificuldades de uma mudança de carreira. O mundo do trabalho pode ser muito negro neste aspeto. No entanto, quando nos sentimos presos a uma posição e ansiamos por algo novo, algumas dificuldades podem bem valer a pena. “As estatísticas mostram que a mudança profissional é agora um modo de vida para muitas pessoas. Aprender a procurar trabalho de uma forma eficaz é uma habilidade que deve ser rapidamente desenvolvida e é melhor começarmos a perceber disso para sermos capazes de encontrar um novo caminho.
5. Não quero parecer melhor do que os outros
Desta forma estamos a esconder o nosso próprio brilho, avisa Michelle. E ser humilde num currículo ou numa breve biografia apaga “a luz especial” que cada um tem. Use uma linguagem expressiva e destaque estrategicamente os seus pontos fortes para que eles sejam notados. “Se tem uma notável experiência, habilidade ou talento puxe por eles, por exemplo, no seu discurso para trabalhar na área das vendas. Não deve exagerar, mas isso é tipicamente um problema muito menos comum nas mulheres”.
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