Prevê-se que de 2012 a 2035 a incidência do cancro (excluindo da pele, não melanoma) em todo o mundo aumente 58%. Segundo Manuel Sobrinho Simões, em O Cancro, vão ter esta doença um em cada três nascidos na última década e um em cada dois nascidos nas próximas décadas. Estes dados foram referidos por Maria João Sales Luís, administradora da Multicare, na apresentação do primeiro seguro oncológico do mercado.
Este seguro da Fidelidade, comercializado pela Multicare, tem uma cobertura global de um milhão de euros, cobrindo todas as despesas relacionadas com a doença, sem plafonds por tipo de cuidado: internamento, ambulatório, medicamentos, estomatologia, reabilitação, cuidados continuados, cuidados paliativos, cuidados domiciliários, nutrição, psico-oncologia, terapias não convencionais e apoio no transporte.
Maior cobertura
Os seguros de saúde existentes têm plafonds muito baixos para fazer face ao diagnóstico e tratamento oncológico, pelo que os doentes são encaminhados para o Sistema Nacional de Saúde. Um PET (tomografia com positrões) custa à seguradora 1200 euros, uma sessão de quimioterapia 3500 euros e já aparecem sessões de quimioterapia com novos fármacos a 15 mil euros cada. O doente mais grave da Multicare gastou nos últimos cinco anos 400 mil euros. Nesta seguradora, o capital médio seguro nos clientes individuais é de 40 700 euros para internamento e 2200 euros para ambulatório, sendo que nas empresas são ainda mais baixos: 24 200 euros e 1500 euros, respetivamente. Por este facto, esgotam o capital (ambulatório e/ou internamento) no primeiro ano de tratamento 39% dos casos de cancro da mama e 32% de cancro da próstata, dois dos cancros com maior incidência em Portugal. Este seguro vem, assim, segundo os responsáveis da Fidelidade e da Luz Saúde, responder à necessidade de seguros de saúde com plafonds suficientemente elevados para cobrir todos os tratamentos, em todas as fases da doença.
Condições especiais no Hospital da Luz
Graças à raiz empresarial comum (a chinesa Fosun tem uma participação de 85% na Fidelidade, que por sua vez é proprietária da Luz Saúde, presidida por Isabel Vaz), este seguro oferece condições especiais nos hospitais desta rede, mas também dá acesso aos hospitais CUF, Fundação Champalimaud e Lusíadas.
Sabendo-se que as causa do cancro são esmagadoramente (95%) ambientais e apenas 5% genéticas, e que a probabilidade de sobrevivência diminui com o aumento do estádio da doença, a aposta é na prevenção e na sua deteção precoce. Assim, o seguro oncológico inclui o acesso a um programa de prevenção que compreende consultas de avaliação e risco familiar, consultas de dermatologia, ginecologia e urologia, e ainda um conjunto de exames de rastreio: desde análises a ecografias, TAC de baixa radiação e colonoscopias.
Quando se recebe um diagnóstico destes, é natural que os doentes se sintam perdidos, sem saber o que devem fazer e a que têm direito. Para que não tenham de pensar em mais nada senão na sua cura, este seguro tem uma equipa dedicada que presta um serviço de assistência personalizado com apoio de médicos oncologistas e enfermeiros: apoio para acionamento da apólice e esclarecimento de dúvidas, na segunda opinião médica e em caso de tratamento no estrangeiro, e no acompanhamento dos doentes e da sua família durante todo o período da doença: marcação de consultas, exames, tratamentos e também todo o apoio logístico necessário.
A idade limite de subscrição é 60 anos. O preço deste seguro sem coberturas opcionais, que para além do capital de 1 milhão euros para a oncologia, inclui, para as restantes doenças, capitais de internamento no valor de 500 mil euros e ambulatório de 10 mil euros, é inferior em 8% ao seguro com maior cobertura até agora comercializado pela Muticare. Os preços mensais sem opcionais são 109 euros, para os 45 anos, e 142 euros para os 55 anos.