Texto de Paulo Neto, coach executivo e de equipas, agile coach e fundador da Building Bridges
“A capacidade de decidir é importante porque sem esse ‘simples’ ato paralisamos. Durante o dia, tomamos muitas decisões, umas relevantes outras não, e fazemo-lo cada vez mais e em menos tempo. O mundo de hoje é rápido, agitado, imprevisível, é preciso decidir. É uma constante que se repete.
Sendo a repetição importante porque nos permite melhorar, se a fizermos vezes sem conta é provável que se torne num acto mecânico. Arriscamos a que ao fim de algum tempo haja um vazio e nos perguntemos porque o fazemos.
Chegados a este ponto, ficamos mais permeáveis às urgências, à emotividade de alguém, ao peso social de um grupo. As decisões tornam-se diferentes. Corremos o risco de entrar em contradição connosco, o desconforto e a resistência aparecem. Sem sabermos porquê, sentimos que algo pode não estar certo mas não compreendemos o que se passa.
Entramos num registo em que a decisão é fortemente influenciada pela envolvente sistémica em que estamos inseridos e que nos torna uma parte do sistema. Somos apenas um veículo para a decisão e ao diminuir a capacidade de decisão, diminuímos a capacidade de influenciar e de liderar.
Por isso decidir não é suficiente. Precisamos de escolhas conscientes para que as decisões sejam mais esclarecidas na nossa mente e menos permeáveis ao sistema.
Escolher é optar por fazer um caminho o que implica níveis de consciência mais altos que se conseguem indo mais devagar ou mesmo parando. É o contrário do que o sistema nos impele a fazer, é por isso talvez mais difícil, mas é também mais eficaz.
Decidimos perante situações e escolhemos perante a vida. Ao escolher estamos mais ligados à vida e por isso precisamos mais de escolhas do que de decisões. Faça as suas.”