Patrícia Cruz Silva: A Patrícia apoia freelancers

Durante a pandemia Patrícia Cruz Silva percebeu que existia uma lacuna e uma oportunidade de negócio no apoio à gestão de trabalhadores independentes e pequenas empresas. Agora, a fundadora de A Patrícia lança uma petição pública pela educação financeira e de empreendedorismo nas escolas.

Patrícia Cruz Siva é fundadora de A Patrícia.

Em Novembro de 2020, durante a pandemia de Covid-19, Patrícia Cruz Silva percebeu que existia uma lacuna e uma oportunidade de negócio no apoio à gestão de trabalhadores independentes e pequenas empresas. “Resolvi criar este projeto em nome próprio, por sentir que podia fazer diferença com a minha ajuda”. Tudo começou com uma página de Instagram e uma partilha nas suas redes pessoais. Ao fim de três meses garante que a sua minha agenda estava completa. Agora, a fundadora de A Patrícia lança uma petição pública pela educação financeira e de empreendedorismo nas escolas

Patrícia Cruz Silva, um exemplo de mulher empreendedora que lançou o seu negócio de apoio às pequenas empresas, e que criou há uns tempos uma petição por educação financeira e de empreendedorismo nas escolas, que tem crescido exponencialmente, tendo já conquistado 5,8 mil assinaturas. A “Petição pela obrigatoriedade da educação financeira e estímulo ao empreendedorismo nas escolas” foi lançada com o objetivo de capacitar as futuras gerações com skills essenciais para uma vida financeira saudável e que possam tirar o melhor partido de oportunidades de empreendedorismo.

 

Existe uma Patrícia antes da criação da A Patrícia. Como foi o seu percurso até aqui?

Venho de uma carreira de 10 anos como responsável financeira na TorkeCC, uma consultora criativa com clientes na Europa, Ásia e América do Sul.  Durante esse tempo tive a oportunidade de lidar de perto com muitas empresas e profissionais freelancers, especialmente na indústria criativa.

 

Como surgiu a ideia da A Patricia? 

Em Novembro de 2020, em plena pandemia, resolvi criar este projeto em nome próprio, por sentir que podia fazer diferença com a minha ajuda no apoio à gestão de pequenas empresas e trabalhadores independentes. Achei que o momento particular que estávamos a viver podia ser visto também como uma oportunidade. Com o teletrabalho mais presente nas nossas vidas e uma aceleração da digitalização do trabalho, praticamente de um dia para o outro foi possível a muita gente, de um modo mais alargado, passar a trabalhar para qualquer parte do mundo. Percebi que havia muitos profissionais a questionar os seus modelos de trabalho e que também queriam essa mudança de estilo de vida, mas que muitas vezes não avançavam com um negócio próprio por sentirem que não tinham conhecimento ou alguém que os pudesse apoiar a dar primeiros passos: como abrir atividade ou perceber os impostos inerentes ao trabalho independente.

 

Quando se é empreendedor acabamos por aprender a fazer uma série de coisas novas que são fundamentais para o nosso negócio enquanto não temos capacidade de contratar outras pessoas.

 

Como conquistou os primeiros clientes?

Criei uma página de Instagram para o projeto e fiz uma partilha nas minhas redes pessoais. O feedback foi bastante positivo e recebi logo alguns contactos de empresas interessadas nos meus serviços. Ao fim de três meses a minha agenda de trabalho estava completa.
Os primeiros clientes foram sobretudo empresas com que já tinha trabalhado, por serem clientes ou fornecedores da consultora. Depois seguiram-se freelancers com que já tinha algum contato e a partir daí tem sido [um crescimento] muito orgânico, através de clientes que recomendam a outros clientes e as redes sociais a terem também um impacto bastante positivo. Em três anos são já mais de uma centena de clientes, sobretudo das áreas criativas.

Depois de ter os primeiros clientes consegui melhorar a imagem da marca e os conteúdos. A primeira versão do site foi feita por mim  e confesso que, sendo algo completamente novo para mim, foi gratificante. Quando se é empreendedor acabamos por aprender a fazer uma série de coisas novas que são fundamentais para o nosso negócio enquanto não temos capacidade de contratar outras pessoas.

 

Quais os factores diferenciadores?

O fator diferenciador é a nossa disponibilidade para o cliente e a forma personalizada como tentamos descomplicar um assunto que pode ser tão complexo e um autêntico bicho de sete cabeças para muitas pessoas que devem sobretudo estar focadas em todos os outros aspetos dos seus negócios.

 

Como é composta a equipa?

A equipa é composta por duas pessoas, apoiadas por equipas externas especializadas na área da contabilidade e apoio à gestão, que nos permitem alargar a nossa base de clientes e a capacidade de resposta a esse crescimento.

 

Quais os principais trabalhos desenvolvidos? 

Os nossos serviços principais são as sessões de esclarecimento para quem está a começar ou para quem já começou mas tem dúvidas e quer estar mais informado ou ter uma validação se tem a sua situação regular; avenças de acompanhamento mensal onde somos nós que garantimos o cumprimento das obrigações declarativas relacionadas com a atividade profissional; e também, entre 1 Abril e 30 Junho de cada ano, temos muitas pessoas que nos procuram especificamente para ajudarmos com a entrega da declaração de IRS.

 

Que aprendizagens fez enquanto empresária e que erros não voltaria a cometer? Quais os principais desafios que teve de enfrentar?

Em três anos de projecto sinto que as pessoas estão muito mais sensibilizadas e interessadas nas questões relacionadas com literacia financeira a que as novas gerações também já têm um interesse diferente pelo tema, inclusive pela conjuntura do país. Talvez o maior desafio — e também um erro — foi a resistência em começar a delegar. Acredito que é um sentimento comum a todos os empreendedores. Gostamos de estar presentes em todas as frentes do negócio e para continuar a ser sustentável isso deixa de ser possível.

 

Quais os sonhos para o futuro?

Os planos de crescimento do projeto passam sobretudo pelo reforço da nossa oferta de serviços para freelancers e por continuar a crescer a nossa base de clientes.

 

O que a levou a lançar uma petição pela educação financeira e de empreendedorismo nas escolas e o que espera alcançar? 

A Petição pela Obrigatoriedade da Educação Financeira e Estímulo ao Empreendedorismo nas Escolas foi motivada pela experiência de lidar com várias pessoas que me dizem que gostariam que lhes tivessem dado na escola conhecimento sobre esta área e também pela crescente necessidade de preparar os jovens para as complexidades financeiras da vida moderna e para incentivar o empreendedorismo desde cedo.

Os objetivos da petição são a inclusão desses temas no currículo escolar e capacitar os estudantes com habilidades financeiras e empreendedoras essenciais para seu sucesso futuro. Entre a data de lançamento da petição e a data de hoje já houve um partido político que apresentou um projeto de resolução para promover a literacia financeira nas escolas o que me deixou manifestamente feliz.

 

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