Mariana Fragão Marques: “Quero contribuir para que cada vez melhores fármacos cheguem ao mercado”

Mariana Fragão Marques licenciou-se em Medicina, fez um doutoramento em Ciências Cardiovasculares e procurou no MBA uma forma de expandir o conhecimento a outras áreas. Dedicar-se à investigação e desenvolvimento na indústria farmacêutica para que os seus conhecimentos possam atingir milhões de pessoas levou-a à Novo Nordisk, na Dinamarca, onde é gestora médica global na área do Diabetes do departamento de Global Medical Affairs.

Mariana Marques é gestora médica global na área do Diabetes do departamento de Global Medical Affairs na Novo Nordisk.

Mariana Fragão Marques escolheu a Medicina e a investigação clínica com o sonho de que os seus conhecimentos conseguissem atingir milhões de pessoas, ainda que fosse apenas uma pequena peça do puzzle. A gestão de um laboratório clínico ou a mudança da prática clínica para a indústria farmacêutica levaram-a a fazer o Digital MBA, da Porto Business School. Não podia ter escolhido uma fase mais desafiante na carreira, pois fez, em simultâneo, o internato em Patologia Clínica, o doutoramento em Ciências Cardiovasculares e o Digital MBA, todos com sucesso. Mariana Fragão Marques reconhece que o MBA contribuiu para cumprir o objetivo de se dedicar à investigação e desenvolvimento na indústria farmacêutica. Desde setembro que vive em Copenhaga, onde trabalha na Novo Nordisk como gestora médica global na área do Diabetes do departamento de Global Medical Affairs, no projeto de uma insulina que pode ser administrada uma vez por semana. Contribuir para que cada vez melhores fármacos cheguem ao mercado, de modo a melhorar incrementalmente a prática da Medicina e a qualidade de vida dos doentes são os objetivos de Mariana Fragão Marques.

 

Por que escolheu Medicina e qual tem sido o fio condutor do seu percurso nesta área?

Desde cedo apresentei predileção pela área técnico-científica, pelo que projetar-me no futuro como engenheira ou médica sempre me pareceu ajustado à minha motivação. Quando surgiu o momento da escolha, tive de refletir não só sobre o tipo de conhecimento que maior felicidade me traria, como também o dia-a-dia da profissão. Foi o último aspeto que me encaminhou para Medicina, dado o componente mais palpável de retribuição direta à sociedade e ao indivíduo que se encontra potencialmente num momento mais vulnerável da vida.

O fio condutor do meu percurso foi sempre o de procurar exercer medicina de forma a maximizar o meu sentimento de realização profissional. Ao longo da minha formação e prática como médica, fui percebendo que a investigação clínica poderia ser um veículo para que os meus conhecimentos de medicina conseguissem atingir milhões de pessoas, mesmo que eu representasse apenas uma pequena peça do puzzle. 

 

Conciliar o MBA com os meus restantes desafios profissionais e pessoais apenas foi possível com o espírito de equipa que se criou no MBA. Os meus colegas foram os meus companheiros de trincheiras.

 

O que a levou a fazer o Digital MBA e porque escolheu a PBS?

Quando decidi fazer um MBA, decidi fazê-lo numa escola com um nível de exigência e cotação respeitáveis, pelo que existiam duas escolhas, e apenas uma delas no Porto. Para além disso, o modelo do The Digital MBA foi decisivo para mim – não me teria inscrito se não houvesse flexibilidade temporal na realização do programa. Inscrevi-me no MBA durante um contexto profissional complexo, dado que me encontrava a realizar o internato de formação específica em Patologia Clínica no Centro Hospitalar Universitário de São João e o Doutoramento em Ciências Cardiovasculares da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Como a minha projeção futura me permitia imaginar a gestão de um laboratório clínico ou transitar para a indústria farmacêutica, não houve dúvidas que este seria o próximo passo.

Como conciliou o MBA com a vida profissional e pessoal?

Conciliar o MBA com os meus restantes desafios profissionais e pessoais apenas foi possível com o espírito de equipa que se criou no MBA. Os meus colegas foram os meus companheiros de trincheiras. Houve muitas reuniões tardias, trabalhos realizados pela madrugada, sábados e férias dedicados a este equilíbrio delicado desta fase da vida. Teve de existir um grau elevado de consistência no trabalho, determinação e capacidade de priorizar o desafio certo no momento certo.

 

Em que medida o MBA foi transformador na sua carreira e na sua vida?

O MBA para além de se ter tornado num cartão de visita, contribuiu de forma inequívoca para expandir a minha área de conhecimento. Tendo Medicina como background, a maior parte dos temas focados durante o programa acrescentaram muito valor teórico, para além do empírico trabalhado em projetos de grupo ou individuais. Terminar o MBA durante a fase de carreira em que me encontrava contribuiu para melhorar a minha resiliência e consistência – não era permitido existirem fases menos produtivas. Outros aspetos essenciais foram o de olear o trabalho em equipas multidisciplinares, bem como as pessoas que conheci durante o programa. Trago comigo memórias sorridentes desta aventura e espero que outros tenham a oportunidade de a experienciar como eu.

 

Tenho como objetivo contribuir para que cada vez melhores fármacos cheguem ao mercado, de modo a melhorar incrementalmente a prática da Medicina e a qualidade de vida dos doentes.

 

Em setembro mudou-se para a Dinamarca. Ter uma experiência internacional fazia parte dos seus planos? 

O objetivo principal era dedicar-me à investigação e desenvolvimento na indústria farmacêutica, o que inevitavelmente me encaminhou para a experiência internacional. Adicionalmente, trabalhar num contexto diferente com cultura diferente apresenta o potencial de ser enriquecedor tanto a nível profissional como pessoal.

 

O que a atraiu na Novo Nordisk e que missão lhe foi entregue?

A Novo Nordisk é, neste momento, a maior empresa da Europa no que diz respeito à capitalização de mercado. Para além disto, tem uma cultura e valores com os quais me identifico, e apresenta como principal objetivo a criação de novos fármacos com potencial para melhorar os resultados clínicos dos doentes e a sua qualidade de vida. Na Novo Nordisk, sou médica, e de momento dedicada ao setor de Global Medical Affairs Diabetes, no projeto de uma insulina que pode ser administrada uma vez por semana.

 

Que objetivos tem para o seu futuro profissional?

O meu objetivo continua a ser o de manter a minha atividade como Professora Auxiliar Convidada da Faculdade Medicina da Universidade do Porto, publicando cada vez melhor ciência e evoluindo como médica investigadora. Este objetivo inclui-se também na minha atividade na indústria – apesar de ser uma pequena peça do puzzle, tenho como objetivo contribuir para que cada vez melhores fármacos cheguem ao mercado, de modo a melhorar incrementalmente a prática da medicina e a qualidade de vida dos doentes. Um dos meus objetivos primordiais, é continuar a trabalhar no que realmente me entusiasma, de modo a acordar todos os dias com vontade de enfrentar desafios.

 

O momento mais desafiante da minha carreira foi o de conciliar a defesa da minha tese de Doutoramento em janeiro de 2023, com a realização do exame de final de especialidade em março do mesmo ano.

 

Qual o momento mais desafiante da sua carreira e como o enfrentou?

O momento mais desafiante da minha carreira foi o de conciliar a defesa da minha tese de Doutoramento em janeiro de 2023, com a realização do exame de final de especialidade em março do mesmo ano. Requereu muito controlo emocional, determinação e capacidade de trabalho. Uma vez mais, foi essencial priorizar o desafio certo no momento certo. A minha família, companheiro e amizades foram essenciais para que tudo corresse pelo melhor. Estou grata pelo apoio que recebi.

 

E aquele de que mais se orgulha?

O momento que mais me orgulha conecta-se com o momento mais desafiante referido na questão anterior. Foi um enorme alívio ter conseguido defender de forma respeitável a minha tese de Doutoramento e ter-me tornado especialista com um bom resultado no exame final. Teria ficado desapontada se algum desses marcos não tivesse corrido como gostaria.

 

Que conselhos deixa a quem ambiciona um desafio internacional?

Felizmente, abracei um desafio profissional num país em que tenho família. O maior conselho que posso dar é procurar apoio. Apoio para resolver questões logísticas, para companhia, ou até mesmo para ajuda em caso de questões de saúde ou de mudanças de apartamento. Ninguém é uma ilha, pelo que estabelecer uma rede de suporte é fundamental para o bem-estar pessoal, que se traduz em produtividade e bem-estar profissional.

 

Leia outras entrevistas com executivas que também fizeram um MBA na Porto Business School

Parceiros Premium
Parceiros