Os surpreendentes primeiros empregos de 10 CEO

De multimilionários que foram empregados de limpeza a gestoras poderosas que trabalharam em caixas de supermercado, uma seleção de quem subiu na vida a pulso.

Marissa Mayer, CEO do Yahoo.

São conhecidos por serem estrelas da gestão de topo internacional ou donos das maiores fortunas do mundo. Mas Warren Buffet, Marissa Mayer ou Elon Musk não aterraram diretamente nos cargos de comando das suas empresas. Começaram a trabalhar muito novos (por vezes, ainda crianças), uns em empregos que nada têm a ver com as áreas que hoje ocupam, outros (como Mary Barra ou Jim Skinner) nas empresas que lideram ou lideraram, mas mesmo por baixo na hierarquia da empresa. De trabalhos duros e até perigosos a clientes insuportáveis, estas primeiras experiências no mundo do trabalho ensinaram-lhes lições valiosas.

Marissa Mayer (Yahoo): caixa de supermercado
A ainda CEO (anunciou a saída no início deste ano, assim que se concretizar a venda da empresa à Verizon) começou a trabalhar aos 16 anos, num emprego de verão como caixa de supermercado. “Percebi que a velocidade é importante — mediam o nosso rácio de artigos passados por minuto e a única maneira de ser escolhida para trabalhar nas caixas expresso era conseguir manter uma média de 40 artigos por minuto em cada turno de 8 horas”, disse à revista Fortune em 2010.  Também aprendeu muito sobre economia familiar e como as pessoas tomavam decisões de poupança vitais para o orçamento alimentar, diz. Foi nesse emprego que ganhou uma mania curiosa que mantém até hoje: ter sempre as notas alinhadas no mesmo sentido e com a frente voltada para cima, dentro da carteira. “Precisávamos de fazer isto quanto entregávamos a nossa contagem de caixa, no final do turno.”

 

Indra Nooyi, CEO da PepsiCo.

Indra Nooyi: rececionista
Há vários anos presença assídua nas listas da Forbes para as mulheres mais influentes do mundo, Indra imigrou da Índia para os Estados Unidos para frequentar o mestrado em Administração Pública e Privada na prestigiada Universidade de Yale. Para ajudar a pagar os estudos, começou a trabalhar como rececionista no seu dormitório, no horário da madrugada, porque ganhava mais 50 cêntimos por hora.

 

Mary Barra, CEO da General Motors

Mary Teresa Barra (General Motors): estagiária na General Motors
Foi a primeira mulher CEO da General Motors — e de uma empresa automóvel norte-americana — e está há 2 anos no primeiro lugar da lista das Mulheres Mais Poderosas da revista Fortune. Filha de um operário fabril da Pontiac, começou a trabalhar aos 18 anos como estagiária na empresa que hoje lidera, tornando-a num exemplo inspirador de como uma empresa que investe no talento feminino pode sair beneficiada com isso. Passou metade desse primeiro ano a inspecionar para-choques e capôs de Pontiacs. Acabou o bacharelato em Engenharia Elétrica no General Motors Institute. Em 1990, a GM premiou-a com uma bolsa de estudo para um MBA na Stanford Business School. Os resultados estão à vista: depois da crise que atingiu a empresa em 2014, Barra fechou 2015 com 152,4 mil milhões de dólares em receitas e 9,7 mil milhões em lucros.

 

Elon Musk, o co-criador do Paypal e CEO da Tesla e SpaceX

Elon Musk: empregado de limpeza numa madeireira
Com apenas 15 anos, imigrou da África do Sul para o Canadá. Foram tempos difíceis, como contou à Bloomberg. Sem morada certa, durante um ano apareceu de surpresa à porta de parentes distantes, em busca de um sítio para dormir. Fez biscates em quintas, onde tratou de hortas ou embalou cereais, e chegou a trabalhar como empregado de limpeza na sala das caldeiras de uma empresa madeireira. O serviço era tão perigoso que o obrigava a usar um fato de proteção para trabalhar dentro do pequeno túnel que dava acesso à caldeira, de onde limpava resíduos a ferver. Depois as coisas começaram a melhorar para ele: frequentou a Queen’s University de Ontário e a Universidade da Pensilvânia, onde se formou em Física e Economia.

 

Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway

Warren Buffett: Ajudante de mercearia/entrega de jornais
Já considerado o investidor mais bem-sucedido do séc. XX, Buffett provou, desde cedo, que nascera para o negócio. Para além da mercearia da família, em Omaha, onde começou a trabalhar em miúdo, o pai era também proprietário de uma pequena agência corretora onde ele gostava de aprender os ossos do ofício. Comprou a sua primeira ação aos 11 anos. Para ganhar dinheiro durante a adolescência, entregou jornais e lavou carros, aplicando depois as poupanças na compra de máquinas de pinball, que colocava em lojas locais.

Amâncio Ortega (Inditex): ajudante numa camisaria
Há vários anos a disputar os lugares no pódio dos multi-milionários com Bill Gates e Warren Buffett, o magnata espanhol começou a trabalhar aos 14 anos, depois de abandonar a escola e de se mudar de León para A Coruña com a família. Foi aí que começou, como ajudante de loja de um fabricante de camisas, e onde aprendeu as bases tradicionais da confeção têxtil. Em 1972, e depois de incentivar as trabalhadoras têxteis locais a criarem cooperativas, fundou as Confecciones Goa, que comercializavam roupões de banho feitos por elas e, em 1975 nascia a primeira loja Zara. Em 2011 anunciou que se retiraria e passou o testemunho de CEO da Inditex a Pablo Isla, anterior vice-presidente.

 

Jack Welch, ex-CEO da General Eletric

Jack Welch: caddie
O mítico antigo CEO da GE começou a trabalhar aos oito anos como caddie num clube de golf, no Massachusetts, como contou ao Wall Street Journal: “Aprendi a apreciar os clientes de espírito mais generoso — e mais generosos nas gorjetas. Os poucos dólares que nada representavam para eles, diziam-nos muito a nós. Isso marcou-me bastante e, ao longo da vida, tentei ser generoso com os que tinham menos do que eu.” Mas aos 18 Jack viria a ser despedido num episódio caricato, no dia em que lhe atribuíram um cliente do clube conhecido por ser particularmente difícil. “Ao sexto buraco acertou com a bola na água. Mandou-me ir buscá-la. Não sei o que me deu, mas atirei-lhe os tacos para a água e respondi-lhe que os fosse buscar ele. Depois, corri para casa.”

 

Michael Dell, fundador e CEO da Dell

Michael Dell: lavador de pratos
Aos 12 anos, o fundador da empresa de computadores era um ávido colecionador de selos e, para financiar as suas novas aquisições, foi lavar pratos para um restaurante chinês. Mais tarde, a China voltaria a dar-lhe dinheiro a ganhar, mas desta vez em grande: o país é o segundo maior mercado da Dell e, em 2009, as receitas já ascendiam aos 4 mil milhões de dólares, segundo a Business Insider.

Jim Skinner (Mcdonald’s): estagiário num restaurante Mcdonald’s
O homem que foi CEO da companhia até 2012 pode mesmo orgulhar-se de ter começado por baixo. Quando regressou à vida civil, depois de 10 anos como Navy Seal, Skinner começou a trabalhar como estagiário num dos restaurantes da marca em Carpentersville, Illinois. Atendeu clientes, estagiou na gerência do restaurante e daí começou a sua escalada a pulso até chegar ao topo da pirâmide hierárquica da maior cadeia de fast food do mundo, segundo a Forbes.

 

Lloyd Blankfein, CEO da Goldman Sachs

Lloyd Blankfein: vendedor de refrigerantes
Hoje, dirige uma das maiores empresas de investimento do mundo (e da qual Durão Barroso é presidente não executivo) mas cresceu num bairro de habitação social de Nova Iorque e começou a trabalhar aos 13 anos, em 1967, a vender refrigerantes no Yankee Stadium, a meca do basebol americano. “Uma bebida custava 25 cêntimos [de dólar] e eu ganhava uma comissão de 10 ou 11% sobre cada uma. Lembro-me de me pedirem bebidas lá de cima e de pensar ‘este tabuleiro é incrivelmente pesado e vou ter que subir isto tudo por 2 cêntimos e ¾ ? E sabem que mais? Subia mesmo…”, disse num artigo para a BBC. Mais tarde ganhou uma bolsa de estudo para estudar Direito em Harvard e exerceu advocacia.

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