Mulheres com um pé em Marte

Missão: Planeta vermelho. Nos planos da NASA de enviar uma nave tripulada a Marte, a primeira equipa de astronautas pode levar a bandeira da igualdade de género. Em 2030 deverá haver mulheres em Marte.

As quatro mulheres que devem pisar Marte em 2030 a pousar para a Glamour.

A missão Apollo, que levou exclusivamente homens à Lua, foi muito útil mas já lá vai. Pela primeira vez na história da NASA metade de uma equipa de exploração espacial é composta por mulheres, que se preparam para conduzir a emocionante (e também perigosa) missão de por os pés em Marte em 2030. Todos os elementos foram recrutados em 2013, estão em formação e 50% deles são do sexo feminino, ou seja, haverá mulheres em Marte daqui a 14 anos. Só o facto de serem selecionadas já é um feito notável, especialmente se atendermos às estatísticas norte-americanas que dizem que as mulheres só fazem parte de 24% de todos os empregos na ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Mas não foi uma luta de sexos que se promoveu no processo de candidatura, já de si bastante rigoroso com inúmeros testes médicos e psicológicos levados a cabo ao longo de um ano e meio. “Nós nunca determinámos o número de pessoas selecionadas de cada sexo, mas estas foram as mais qualficadas que entrevistámos”, explicou Janet Kavandi, vice-diretora do centro de pesquisa de Glenn da NASA.

Christina Koch, uma das astronautas, sonhava em ir ao espaço e em trabalhar na NASA desde criança.

Entre elas estão os nomes de Nicole Aunapu Mann, Anne McClain, Jessica Meir e Christina Hammock Koch que já deram uma entrevista à revista Glamour onde falaram das suas motivações e permitiram o acesso a uma sessão de treinos nas instalações da NASA, em Houston (Texas).

Christina Koch disse, por exemplo, que sempre soube que seria astronauta e quando era criança já sonhava em trabalhar na NASA, e Jessica Meir defendeu que a descoberta de Marte nos pode ensinar muito sobre o passado, presente e futuro do nosso planeta.

Mulheres em Marte

A equipa completa.

Para se prepararem para esta missão, todos os elementos da equipa (selecionados entre 6 mil candidatos) tiveram já treinos árduos como pilotar aviões supersónicos, realizar tarefas na água a 12 metros de profundidade e sobreviver a uma viagem de avião (conhecida por “cometa do vómito”) que induz a ausência de peso por queda livre, explica a edição da Glamour. Tarefas que ensinam habilidades muito úteis perante inúmeros acontecimentos que podem dar para o torto tais como temperaturas médias de -55 graus Celsius e tempestades de poeiras gigantes. A 56 milhões de quilómetros de distância da Terra.

“Se formos a Marte vamos representar a nossa espécie inteira num lugar onde ela nunca esteve.”

Não há dúvida de que se estas mulheres astronautas inaugurarem uma missão pioneira como a de Marte, tal feito será um grande passo para a igualdade de género. Mas, questionada com perguntas mais “sexistas” como “como conseguirão viver sem homens” ou “como é possível não usar maquilhagem durante algum tempo”, uma das astronautas – Anna Kussmaul – respondeu: “Estamos a trabalhar e quando alguém está a fazer o seu trabalho não deve pensar se é homem ou mulher”.

Estas quatro mulheres mal podem esperar para arrancar, lê-se na legenda de uma imagem publicada pela NASA no Twitter. A equipa é composto por oito elementos, os outros quatro são homens. Disse com orgulho Anne McClain: “Se formos a Marte iremos representar a nossa espécie inteira num lugar onde ela nunca esteve. Para mim é o feito mais elevado que um ser humano pode alcançar”.

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