Mulheres nos boards reforçam prudência nas decisões

Um estudo publicado na Harvard Business Review revela que a presença de mulheres nos boards ajuda os CEO a pensarem melhor nas decisões que tomam, levando as empresas a correr menos riscos desnecessários e a conseguir melhores resultados.

A diversidade de pontos de vista nos boards melhora o desempenho das empresas.

O excesso de confiança dos homens diminui quando há mulheres em cargos de topo, o que contribui para melhores decisões ao nível de aquisições e investimento e, consequentemente, cria mais valor para o accionista, revela um estudo realizado por quatro professores de Finanças junto de mais de 1600 empresas, entre 1998 e 2013, e recentemente publicado na Harvard Business Review.

Tradicionalmente, o excesso de confiança dos homens, leva a que muitos CEO tendam a sobreavaliar os retornos e subestimar o risco, conduzindo a más decisões, o que acontece com menos frequência quando há mais mulheres como seus pares. Porquê? Porque há mais diversidade de pontos de vista, melhor qualidade de deliberação e menos decisões individuais. Além disso, nestas situações, os CEO  são mais desafiados, porque as mulheres são menos conformistas do que os homens e fazem questão de dar a sua opinião mesmo quando ela vai contra a corrente maioritária, o que os leva a considerar uma gama mais ampla de opções, bem como a avaliar os prós e contras ao tomar decisões estratégicas para a empresa.

Para realizar este estudo sobre as consequências do excesso de confiança dos homens em cargos de liderança, os quatro investigadores – Jie Chen, Woon Sal Leung, Wei Song, e Marc Goergen – reuniram informações recolhidas junto de 1629 empresas dos Estados Unidos, incluindo dados de CEO e conselhos de administração, durante o período de 1998 a 2013. E foi muito óbvio que o excesso de confiança dos homens era mais reduzido quando tinham mulheres como parceiras nos cargos de topo, e que isso influenciou decisões e o desempenho das empresas.

Como se desenrolou o estudo

Para estimar o excesso de confiança dos homens, calculou-se o valor monetário das carteiras de ações de cada um deles. Se um CEO confia no desempenho futuro da empresa que dirige, então está provavelmente mais disposto a manter as suas ações, porque acredita que vai lucrar com a sua futura valorização. Era este o pressuposto. Analisaram-se também diversos outros fatores, como a dimensão da empresa e a sua capacidade de gerar lucros, para saber se as administradoras afetaram o comportamento dos seus pares masculinos. O que se concluiu foi que na presença das mulheres, a confiança dos homens era menor, o que conduzia à execução de políticas de investimento menos agressivas, e melhores decisões de aquisição.

Outra interessante conclusão foi que as empresas com mulheres nos conselhos de administração foram menos afetadas durante os períodos de crise. A presença feminina nos boards levou os CEO a adotarem estratégias menos agressivas e, portanto, a deixarem as suas empresas menos vulneráveis à crise.

 

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