Maverick, a rede social para inspirar raparigas confiantes

Chegou uma rede social dirigida a raparigas, em que não há botão de "gosto" e com desafios para incentivar a criatividade, confiança e espírito empreendedor das adolescentes.

Maverick, a nova rede social apela à criatividade e espírito inventivo das adolescentes. A missão é torná-las mais confiantes. Foto: Maverick/Instagram

Enquanto gigantes como o Facebook se debatem com a onda de críticas relacionadas com a proteção de dados, novas plataformas chegam ao mercado digital com outros públicos e objetivos em mente. A mais recente é a rede social Maverick, lançada este fim de semana e dirigida a raparigas entre os 10 e os 20 anos, apontando sobretudo ao alvo pré-adolescente.

Este grupo demográfico não foi escolhido ao acaso. “No início da adolescência, a maioria das raparigas deixa de levantar a mão para falar, de participar em desportos e atividades extracurriculares, de assumir riscos e de se proporem a papéis de liderança”, explicou à Fortune Catherine Connors, co-fundadora e chief content officer daquela plataforma. “Em suma, deixam de acreditar em si próprias.” Um estudo da American Association of University Women, feito com 3 mil jovens, corrobora esta ideia: enquanto 60% das raparigas no ensino básico se dizem felizes e confortáveis com quem são, apenas 29% das jovens do ensino secundário afirmam o mesmo. A queda abrupta acontece por volta dos 14 ou 15 anos.

Eis como funciona o Maverick: ao aderirem, as utilizadoras podem escolher entre um conjunto de desafios, explicados em pequenos vídeos por jovens influenciadoras selecionadas pela própria rede social. De modo a passarem aos níveis seguintes, as raparigas devem ser completar uma série destas tarefas, que podem passar pela criação de um número de dança, de um super-herói ou de uma bandeira original, entre outros. No Maverick os tradicionais “gostos” são substituídos por pontos, atribuídos segundo o envolvimento que escolhem ter com o conteúdo, seja por publicarem a sua resposta a um desafio, um comentário ou atribuírem um emblema a outra utilizadora. Há quatro emblemas — unique (única), unstoppable (imparável), creative (criativa) e daring (arrojada) — mas os criadores da plataforma planeiam criar mais, à medida que o Maverick for crescendo. Estes emblemas não podem, no entanto, ser vistos pelas outras utilizadoras, uma tentativa de reduzir a tendência para a comparação e competição menos saudáveis.

Foto: Maverick/Instagram

A nova rede social não vai ter publicidade e a app que lhe dá acesso é grátis, para já. O financiamento virá da possibilidade de adesão à modalidade paga, com conteúdos premium. O acesso ao Maverick para crianças com menos de 13 anos exige o envio de um formulário de consentimento aos encarregados de educação, que pede elementos como o número da Segurança Social e morada, explicou Brooke Chaffin, co-fundadora e CEO, à Fortune.

O Maverick está também a planear uma série de eventos pelos Estados Unidos, que darão destaque aos jovens talentos que emergem na plataforma em categorias como STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática), empreendedorismo, música ou comédia.

As fundadoras, Brooke Chaffin e Catherine Connor, conheceram-se enquanto executivas da Walt Disney Company e recorreram a financiamento inicial vindo de fundos de venture capital, a que se juntou o apoio financeiro do CEO do LinkedIn, Jeff Weiner.

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