Texto de Maria Domingas Carvalhosa, CEO da Wisdom Consulting
O país e o mundo enfrentam, desde o início do ano, as graves consequências socio-económicas de uma pandemia criada por um vírus que tem vindo a sofrer diversas mutações e a dificultar o trabalho dos nossos profissionais de saúde que lidam, diariamente, na linha da frente com o SARS-Co2 e ainda dos cientistas que, da mesma forma, têm efetuado milagres para conseguirem obter, em tempo recorde, medicamentos e vacinas que combatam o malfadado vírus.
Não, não vou falar dos que negam a existência de um vírus bastante mais letal que a gripe e que consideravam a única arma que temos disponível na proteção contra a doença, a máscara, uma restrição à sua liberdade.
E não vou porque as vacinas estão para chegar. E são estas a luz ao fundo do túnel que há muito aguardávamos e que só se tornaram possíveis porque a humanidade e a ciência uniram-se em volta de uma solução que restabelecesse a normalidade .
E serão exatamente as vacinas as próximas vitimas das campanhas de desinformação só que, agora, chegarão em maior número e com mais força. É que após tantas fake news libertadas sobre o Covid19 torna-se difícil, à maioria dos users das redes sociais, distinguir as informações verdadeiras das falsas. A confusão informativa está instalada o que faz com que, atualmente, acreditemos em praticamente tudo. Já é difícil à maioria dos internautas distinguir um boato de um facto.
Para termos uma noção, em maio, um estudo realizado pelos norte-americanos que analisa a ’competição online’ no Facebook entre movimentos pró e anti-vacinas concluiu que, se tudo continuar como está, em dez anos, a posição anti-vacinas vai dominar. E é natural que assim seja já que até são muito bem financiados.
Mas como é possível? Quem são estes movimentos que colocam em causa, a ciência, a nossa saúde, a saúde dos nossos pais e dos nossos filhos? Quem quer assistir ao retrocesso na cura de muitas doenças e à diminuição da esperança de vida? Que ignoram o facto que a taxa de mortalidade das crianças baixou devido aos programas de vacinação? Quem não aceita que a vacina protege os grupos mais vulneráveis de algumas doenças, reduzindo ainda o risco de propagação? Ou ignoram que as vacinas acabaram com um grande número de doenças contagiosas como a poliomielite, a meningite ou o tétano? São quem não lê os dados divulgados pela OMS que aponta as vacinas como uma medida responsável por evitar 2 a 3 milhões de mortes por ano, atualmente?
São os negacionistas estúpida!
Em pleno séc.XXI, num mundo em que a esperança de vida tem aumentado, em que a medicina tem inovado como nunca vamos deixar que movimentos opacos criem medos, receios e tabus que criem perceções erradas sobre a saúde individual e coletiva? Comigo não contem.
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