A propósito do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, que se celebra hoje, convém recordar que também nesta área ainda há muito a fazer pela igualdade. Ass mulheres representam menos de um terço da força de trabalho nas STEM (acrónimo em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática), e ainda menos em áreas de vanguarda, como a da inteligência artificial, onde trabalham apenas uma em cada cinco mulheres.
Num vídeo colocado ontem no site das Nações Unidas, António Guterres deixou mensagens muito fortes. Começou por dizer que “mais mulheres e meninas na ciência é igual a melhores resultados na ciência, porque as mulheres trazem mais diversidade à investigação, aumentam o leque de profissionais na área e proporcionam novas perspectivas à ciência e à tecnologia, beneficiando todos”. Tocando depois naquele que já não é tema tabu: “Há provas crescentes de que o enviesamento de género na ciência está a levar a resultados piores, desde testes de medicamentos que tratam o corpo feminino como uma aberração, a algoritmos que perpetuam o preconceito e a discriminação.”
De acordo com as Nações Unidas, as mulheres geralmente recebem menos bolsas de investigação do que os seus colegas, e embora representem um terço dos investigadores a nível global, são apenas 12% dos membros das academias científicas nacionais.
“Devemos – e podemos – fazer mais para promover as mulheres e as meninas cientistas”, defendeu o presidente das Nações Unidas. É possível ajudar as mulheres a ultrapassar os obstáculos enraizados e a construir uma carreira. Há várias formas de o fazer, assim haja vontade: através de bolsas de estudo, de estágios e de programas de formação, que lhes proporcionem uma plataforma para o sucesso, das quotas, de incentivos de retenção e de programas de mentoria.
“Todos podemos fazer a nossa parte para libertar o talento inexplorado do nosso mundo, enchendo as salas de aula, os laboratórios e as salas de reuniões com mulheres cientistas”, concluiu António Guterres.
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